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Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

"Cartas da Guerra" triunfa em noite de grandes emoções

 

Prémios Sophia 2017

“Cartas da Guerra” triunfa em noite de grandes emoções

O filme “Cartas da Guerra”, do realizador Ivo M. Ferreira, foi o grande vencedor dos Prémios Sophia 2017, tendo arrecadado 9 das 21 estatuetas atribuídas pela Academia Portuguesa de Cinema.

Numa noite emocionante que contou com a presença de mais de mil convidados, entre os quais muitas figuras de relevo do cinema nacional, houve tempo para homenagens, momentos musicais, muita alegria e algumas lágrimas.

A apresentação da Gala coube à atriz Ana Bola que, pelo segundo ano consecutivo, partilhou o palco com atores, realizadores e membros da Academia.

Um dos momentos altos da noite foi a homenagem ao ator Ruy de Carvalho, a quem foi atribuído o Prémio Mérito e Excelência pelos seus notáveis 75 anos de carreira.

Os momentos musicais ficaram a cargo de grandes nomes da música portuguesa contemporânea, como Tiago Bettencourt ao piano, Cesar Mourão e Miguel Araújo, João Tempera e Lúcia Moniz, Sérgio Godinho e Filipe Raposo, que de alguma forma estavam associados aos filmes nomeados.

Também não foi esquecido o 60ª aniversário da RTP, que mereceu destaque nesta gala cujo tema central foi “Cinema e Televisão”.

Para o Presidente da Academia, Paulo Trancoso, “A quinta edição dos Prémios Sophia foi mais uma prova de resistência do cinema português e do seu papel inequívoco na divulgação da nossa cultura”.

Os Prémios Sophia 2017 contaram com uma extensa lista de patrocinadores que inclui o ICA – Instituto do Cinema e Audiovisual, a Nos Audiovisuais, a Joalharia Anselmo 1910, a Gedipe, Planar, o programa do Governo “Portugal Sou Eu”, a RTP, a Cinemateca Portuguesa, a IT People, a Garage, a Digital Mix, a Light Film, Raposo, Sá Miranda & Associados, a agência de comunicação Jervis Pereira, o Notário Pedro Nunes Rodrigues e José Pinto Ribeiro Fotografia.

 

Lista de vencedores nos Prémios Sophia 2017

Melhor Curta-Metragem de Ficção

  • Menina De Simão Cayatte

Melhor Curta-Metragem de Animação

  • Estilhaços, José Miguel Ribeiro

Melhor Curta-Metragem de Documentário

  • Balada de um Batráquio, Leonor Teles

Melhor Atriz Secundária

  • Manuela Maria - A Mãe é que Sabe

Prémio Sophia Estudante

  • A Instalação do Medo de Ricardo Leite

Melhor Ator Secundário

  • Adriano Carvalho - A Mãe é que Sabe

Melhor Guarda Roupa

  • Lucha d'Orey - Cartas da Guerra

Melhor Direção Artística

  • Nuno G. Mello - Cartas da Guerra

Melhor Maquilhagem e Cabelos

  • Nuno Esteves “Blue” - Cartas da Guerra

Melhor Documentário em Longa-Metragem

  • Mudar de Vida, José Mário Branco, vida e obra de Nelson Guerreiro, Pedro Fidalgo

Prémio Mérito e Excelência

  • Ruy de Carvalho

Melhor Ator Principal

  • Miguel Borges - Cinzento e Negro

Melhor Som

  • Ricardo Leal - Cartas da Guerra

Melhor Banda Sonora Original

  • Mário Laginha - Cinzento e Negro

Melhor Direção de Fotografia

  • João Ribeiro - Cartas da Guerra

Melhor Argumento Original

  • Luís Filipe Rocha - Cinzento e Negro

Melhor Argumento Adaptado

  • Ivo M. Ferreira, Edgar Medina - Cartas da Guerra

Melhor Montagem

  • Sandro Aguilar - Cartas da Guerra

Melhor Canção Original

  • Sobe o Calor – letra de Sérgio Godinho e música Filipe Raposo - Refrigerantes e Canções de Amor

Melhor Atriz Principal

  • Ana Padrão - Jogo de Damas

Melhor Realizador

  • Ivo M. Ferreira - Cartas da Guerra

Melhor Filme

  • Cartas da Guerra, O Som e a Fúria

 

Ruy de Carvalho

 

 

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Ator

 

Nasce em 1927, em Lisboa

Iniciou-se no teatro amador, em 1942, no Grupo da Mocidade Portuguesa, com a peça “O Jogo para o Natal de Cristo” encenado por Ribeirinho. A partir de 1945 frequentou o curso de Teatro/Formação de Atores no Conservatório Nacional que terminou em 1950 com 18 valores.

Profissionalmente estreia-se, em 1947, no Teatro Nacional, com a comédia “Rapazes de Hoje” de Roger Ferdinand. Em 1950 torna-se conhecido pela interpretação de Eric Birling na peça de Priestly, “Está lá Fora um Inspector”. A partir dessa data e até 1958 faz todas as temporadas de Verão no Teatro do Povo sob a direção de Ribeirinho.

Em 1961 funda o Teatro Moderno de Lisboa, com um grupo teatral de perfil progressista, que revelava autores nunca antes representados em Portugal. Em 1963, assume a direção artística do Teatro Experimental do Porto, onde realiza a sua única experiência como encenador, na peça “Terra Firme”, de Miguel Torga.

Ao longo da sua carreira integrou várias companhias de teatro, designadamente as companhias Laura Alves, Rafael de Oliveira e Maria Matos. Com elas efetua várias digressões ao Brasil e em África. Marca presença destacada no relançamento do Teatro Nacional D. Maria II e trabalha com Filipe La Féria em espetáculos que marcaram o teatro/revista como “Passa por Mim no Rossio” (1992), “Maldita Cocaína” (1994) e a “A Casa do Lago” (2002).

Durante o seu percurso profissional interpreta autores tão diversos como Molière, Tennessee Williams, Bernard Shaw, Anton Tchekov, D. Francisco Manuel de Melo, Eça de Queirós, Luís de Sttau Monteiro e Luiz Francisco Rebello, entre outros. Em 1998, sob a direção de Richard Cotrell, cumpre um velho sonho e protagoniza o clássico “Rei Lear” de William Shakespeare, integrado nas comemorações dos 150 anos do Teatro Nacional e dos 50 anos da sua carreira de ator.

A rádio e a televisão viriam também a desempenhar uma importância vital na sua vida profissional, com participações em inúmeras séries e telenovelas portuguesas, que o aproximaram muito do grande público.

Estreia-se no cinema em 1951, com apenas 24 anos, no filme “Eram 200 Irmãos” de Armando Vieira Pinto, mas foi nos anos 60 que o seu trabalho cinematográfico se tornou mais relevante. Entre os filmes mais marcantes destacam-se “Pássaros de Asas Cortadas” (1963) de Artur Ramos, “Domingo à Tarde” (1965) de António de Macedo que também o dirigiu em “A Bicha de Sete Cabeças” (1978), “O Cerco” (1969) de António da Cunha Telles, “Cântico Final” (1974) de Manuel Guimarães e “O Processo do Rei” (1990) de João Mário Grilo. Nos filmes de Manoel de Oliveira deixou a sua marca em “Non ou a Vã Glória de Mandar” (1990), “A Caixa” (1994) e “ O Quinto Império – Ontem Como Hoje” (2004). Participou também em teatros radiofónicos, “emprestou” diversas vezes a sua voz ao cinema e fez também vários trabalhos de dobragem de desenhos animados.

Recentemente, o ator participou nos filmes portugueses mais mediáticos de 2016, “A Canção de Lisboa” de Pedro Varela e “Refrigerantes e Canções de Amor” de Luis Galvão Teles.

Ruy de Carvalho foi seguramente um dos atores mais premiados em Portugal. Recebeu prémios de Imprensa para o Teatro em 1962, 1981, 1982 e 1986, prémios de Imprensa para o Cinema em 1965, 1966 e 1971 e prémios da Crítica Especializada em 1961, 1962, 1964, 1965 e 1981.

Em 1987 recebe o Prémio Garrett da Secretaria de Estado da Cultura, em 1998, é galardoado com o Globo de Ouro para Personalidade do Ano, tendo sido também vencedor do Prémio Luís de Camões da Universidade Lusíada e do Prémio Byssainha da Fundação Byssaia Barreto e em 1999 recebe o Globo de Ouro de Melhor Ator.

Considerado um dos mais importantes atores da sua geração, são várias as condecorações que recebeu ao longo do tempo - Medalha de Mérito Cultural, Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, Grande-Oficial da Ordem Militar de Santiago da Espada e Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.