Falsos licenciados do mundo e autodidactas, uni-vos. A orgia intelectual do ano a preço de saldo brinda mais uma vez a nossa cidade, e tal a como febre dos enlatados em 1999 (não fosse o virus do ano 2000 atacar produtos perecíveis), vamos armazenar cultura e conhecimento para o inverno financeiro do próximo ano. Se não há dinheiro para pagar as propinas, compra-se um livro da Gulbenkian e um frasco de Centrum e a magia acontece. Para os que queriam ser engenheiros mas que se ficaram pelo engenho, para os psicólogos do talk-show da tarde e artistas de porta de casa de banho, legitimem os vossos ofícios com literatura científica de uma instituição reconhecida e eduquem toda a família na feliz quadra que se avizinha com presentes pedagógicos de acordo com o interesse e faixa etária de cada um. Bananita
Depois do shampoo 2 em 1, a década dos vários em 1. Agora, exposição que é exposição tem que ter várias formas de arte em simbiose. Senão vejamos a Instalation Store na WHO. O “criador de imagens, que veste de irreverência, reciclando histórias e peças de vestuário”, isto é, o Dino Alves, seleccionou vários objectos representativos do seu gosto e juntou-os numa instalação. Até aqui nada de (muito) novo. O curioso começa quando se pode comprar os artigos – de diversos autores nas áreas de Moda, Vintage, Design, Beleza, Sabores, Arte, Música e Comunicação Visual- por menos de 50 euros. Como vês, não é preciso cravares a tua lista de contactos até à exaustão para conseguires convites para a moda Lisboa e ver as criações do Dino Alves. Até porque aqui tens o acréscimo da componente social, a ideia do Un habit, conceito desenvolvido pelas Nações Unidas. Mais razões? Sara Vale
Pedro Zamith constrói universos aparentemente irreais, universos oníricos, universos que habitam as nossas mentes, afinal. Olhar para uma tela sua pode fazer-nos rir à gargalhada, franzir o sobrolho ou simplesmente sorrir. O artista move-se na cidade, inspira-se na cidade e é muito desse mundo urbano e caótico que passa para o seu trabalho, materializando-o em muita cor garrida, critica social, humor – muito humor, exagero também. Pedro Zamith tem este dom: Pega em situações comuns, como uma ida ao dentista ou uma sesta no sofá, e oferece-nos um cenário hilariante, grotesco, colorido e disforme, como muitas desejamos que seja o nosso dia-a-dia cinzentão e monótono. Permite-nos não filtrar o pensamento, como se viesse tudo em estado bruto e puro. No Appleton Square habitam doze novos trabalhos do artista à espera de te contagiar de muita criatividade e acima de tudo de muita energia surreal. Daniela Catulo
Ninguém me convence que a Carpe Diem não se chama, mas é, “O Velho Casarão” e que foi o cenário de mil livros de aventuras. Aquelas escadarias, o chão a ranger, os frescos, os tectos pintados, os quartos escondidos, as tábuas à mostra, o jardim abandonado, a fonte sem água, e a arte contemporânea lá pelo meio a fazer contraste. Hoje os aventureiros são Fernando Sánchez Castillo, José Spaniol, Mariana Viegas, Rui Horta Pereira, Joana da Conceição, João Serra, Liene Bosquê e Miguel Pacheco. Vão fazer uma sessão artística e invocar os espíritos criativos e nós estamos convidados a presenciar o fenómeno. Levem saco de cama e lanternas, nunca se sabe se não ficamos lá fechados e temos que passar uma noite inesquecível.Mami