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Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

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SANTA JOANA DOS MATADOUROS
de Bertolt BRECHT // encenação de Bernard SOBEL
SANTA JOANA DOS MATADOUROS
// COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADA //

Bilheteira Online

Em 2008, Bernard Sobel criou com os actores finalistas do Conservatório Nacional Superior de Arte Dramática de França e com a participação do Jeune Théàtre National, uma nova encenação de Santa Joana dos Matadouros, de Brecht.

O projecto que apresentámos a Bernard Sobel – um director bilingue que introduziu em França a dramaturgia alemã - foi o de desenvolver o mesmo projecto com os finalistas portugueses do Curso de Teatro da Escola Superior de Teatro e Cinema. O convite foi recebido com entusiasmo pelo Director do Departamento de Teatro da ESTC, o dramaturgo e encenador Carlos J. Pessoa.
Em função do acordo estabelecido, os jovens actores da ESTC poderão fazer este ano o seu estágio de dois meses com um dos grandes nomes do teatro mundial e a sua equipa artística e técnica, e beneficiar, de condições de criação artística e qualidade que o TMA lhes oferece. No projecto participam ainda finalistas dos cursos de Design de Cena e Produção, e no elenco integram-se também alunos finalistas da ACT – Escola de Actores. Bernard Sobel está de regresso ao TMA. Foi no Festival de Almada que o encenador francês apresentou as suas criações em Portugal: O refém, de Claudel (2002), e Dom, mecenas e adoradores, de Ostrovski (2006) – produções do Théâtre de Gennevilliers – e A charrua e as estrelas, de Sean O’Casey, em 2007, uma co-produção entre a CTA e o Teatro dos Aloés.

Em 2002, em entrevista ao Diário de Noticias, definia encenação como «uma actividade humilde», acrescentando: «o que leva um texto a aquecerme o coração é a sua capacidade de ensinar-me coisas, de espantar-me». Esta consideração torna-se particularmente singular, relembrando uma carreira de êxito absoluto, que se inicia no Berliner Ensemble em 1957, que se empenha depois no lançamento nos arredores de Paris dos Centros Dramáticos Nacionais, pólos fundamentais da renovação teatral dos anos 50 e 60 – antes de Gennevilliers (do qual se reforma em 2006), Sobel fundara o Théâtre Gérard-Philipe de Saint-Denis – e inicia a edição de uma revista de referência como Théâtre / Public. Sobre o TMA, afirmou à Obscena em 2007: «o Teatro Azul, em si mesmo, é um milagre e um paradoxo. Podemos perguntar-nos o que é que ele faz ali. A coragem da autarquia e a teimosia do Joaquim criaram um instrumento precioso».

Santa Joana dos Matadouros é uma peça de Brecht escrita em 1930. Para Bernard Sobel não foi a crise económica e social da Alemanha naquela época que justifica a obra. “Creio que o texto é antes uma reflexão mais geral sobre a Humanidade e sobre a organização que regula as relações entre os humanos, ontem como hoje. Hoje, em França (2008), vivemos sempre com o receio quotidiano da própria ideia de revolução, se bem que sejamos os descendentes de uma Revolução, a de 1789. Em 1930 Brecht trabalhou com Walter Benjamin com o desejo de interrogar-se sobre a questão da violência na História. Eles consideravam que a vida é violência. A Revolução é, assim, o estado normal das coisas, uma vez que não há vida sem violência. Santa Joana dos Matadouros é uma peça actual porque a violência é o nosso próprio quotidiano, mesmo quando o tentamos negar, e fingimos acreditar que o progresso da Humanidade se dirige para um tipo de paz fictícia e factual que regularia as relações humanas. Ora a violência é permanente porque se mantém em permanência a castração das nossas pulsões.”

Excertos da entrevista a Jean-François Perrier em Junho de 2008

Intérpretes Alice Medeiros | Ana Cristina Abreu | Bartolomeu Paes | Carlos Gomes | Carolina Matias | Catarina Campos Costa | Daniel Fialho | Diogo Tavares | Eduardo Breda| Elisabete Pedreira| Joana Campelo | Joana Francampos| João Farraia| José Redondo | Mafalda Jara| Marco Trindade | Myriam Santos| Pedro Walter | Rodrigo Sousa Machado | Vera Barreto
Tradução Manuel Resende
Cenário Pierre Setbon | Guilherme Frazão
Figurinos Mina ly
Música e canções Olivier bernaux
Desenho de luz Guilherme Frazão
Som Bernard Vallery
Assistente de figurinos Bárbara Pinto | Inês Pereira| Lídia Neto
Assistente de dramaturgia Miguel Curiel | Nuno Pontes


SALA PRINCIPAL
2 a 20 NOVEMBRO 2011
Qua a Sáb às 21h00 e Dom às 16h
Duração:cerca de 2h40m
M/12