“Uma reflexão perfeitamente inútil sobre a magnífica História de Portugal”
A História, dizem os manuais, é escrita pelos vencedores. O Lusitânia Comedy Club sugere outra ideia: a História reescrita por um homem que mordeu um cão (é verdade, aconteceu mesmo...), outro que acha que faltam sempre 5 para a meia noite (está certo pelo menos uma vez por dia...) e outro que já foi o último a sair (apagou a luz, obviamente). Essa História, ainda por cima, tem a veleidade de nos explicar a todos O Porquê da Coisa. E, acreditem, é algo que dá jeito saber, O Porquê da Coisa.
Há novidades neste Lusitânia Comedy Club: em cima do palco, Hugo Simões vem substituir Carlos Pereira, Luís Sousa faz o mesmo a Gustavo Vargas e André Pardal entra em campo para o lugar de Frederico Amaral, juntando-se os três novos atores a Ana Freitas, João A. Guimarães, Luís Oliveira e Mafalda Santos. Os textos continuam a ser assinados por Nuno Markl (o tal d’O Homem Que Mordeu o Cão), Francisco Martiniano Palma (quem tem créditos no 5 Para a Meia Noite) e Frederico Pombares (O Último a Sair) com canções originais de JJ Galvão.
Este espetáculo que agora regressa com nova estreia, levou ainda com uma espécie de “Querido, Mudei a Peça” com retoques de feng shui na encenação, o que torna a coisa uma nova experiência, mesmo para quem já se riu da primeira vez. E há muito para rir numa comédia musical que propõe “Uma Reflexão Perfeitamente Inútil Sobre a Magnífica História de Portugal”. Inútil, inútil, não será, porque no mínimo contribui para nos rirmos de nós mesmos, para olharmos de forma diferente para aquele passado com que todos convivemos nos bancos da escola e que estava povoado de reis e rainhas, infantes e infantas, condestáveis ou nem por isso.
Rir faz bem à alma, embora possa contribuir para as nossas rugas de expressão. Rir ajuda a sacudir fantasmas e a tirar os santos de cima dos pedestais e a pensar que se calhar os pecadores - alguns pelo menos... - é que a sabiam toda. Ajuda perceber O Porquê da Coisa. E sempre se pode usar o que porventura se possa aprender (ou desaprender) com este espetáculo para irritar alguém, o que é, obviamente, saudável.
whisperings de Frederico Dinis é apresentado sexta-feira, dia 25 de janeiro, na Casa das Artes (Porto), no âmbito das "Sextas com música"
whisperings de Frederico Dinis 25.01.2019 | 21:30 Sextas com música | Casa das Artes | Porto
Entrada: 5€ Contacto e reservas: f.dinis@sapo.pt Duração do espetáculo: 55 minutos Faixa etária: Todas
Sinopse:
whisper /ˈwɪs.pər/ to speak very quietly, using the breath but not the voice, so that only the person close to you can hear you
whisperings procura envolver o público numa névoa de recolhimento, numa experiência meditativa e intimista, pensada para usufruir e fruir o espaço de apresentação, representativo de três casas. A performance abre sob um manto de serenidade, revestido por texturas e paisagens que gradualmente e de uma forma subtil se vão desenrolando ritmicamente sem chegarem a ser dissonantes, com uma complexidade suficiente para fascinar. Prossegue seguindo padrões continuados, símbolos de uma restrição inquieta e de uma esperança resignada, que fluem e refluem, com o recurso a pequenas variações sonoras de timbres e de filmagens que aparentam estar deslocados. Estruturas que simulam ser rigidamente simples, sendo simultaneamente emocionais e melancolicamente sedutoras, criando-se assim uma atmosfera de ambiguidade emocional. whisperings procura revelar narrativas sonoras e visuais evocativas e terrenas, quer se trate de uma participação ativa ou passiva. O ouvinte-observador passivo vai encontrar pedaços instantâneos de serenidade absoluta enquanto uma atenção mais profunda revela uma viagem cruamente retratada e algumas vezes dramática, construída por memórias. Uma união de êxtase e movimento em frente que relaxa e fascina de forma igual, onde melodias e estórias integradas emergem como fantasmas, apenas para anunciar a sua presença antes de se derreterem no éter.
Ficha Técnica e Artística: Conceito, gravação, edição, som, imagem e composição e interpretação: Frederico Dinis Organização: Pensamento Voador/Casa das Artes Produção: Pensamento Voador – Associação para a promoção de ideias Com o Apoio: Casa das Artes, Direção Regional de Cultura do Norte, Rua das Gaivotas6/Teatro Praga, TAGV – Teatro Académico de Gil Vicente, CRIATEK, BINNAR, Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Câmara Municipal de Aveiro, Câmara Municipal de Cantanhede, RCPfm, stress FM