No âmbito do projeto de educação não formal, EnRaiz’Artes que o Município de Grândola está a desenvolver desde 2018, irá realizar-se, em março, a 2.ª edição do Sobrarte – Concurso de Obras Escultóricas com o tema “entre a serra e o mar”.
A competição não tem limite de idade, nem de criatividade. Os trabalhos apresentados devem, obrigatoriamente, ser realizados com material proveniente do sobreiro tais como a cortiça, raiz, madeira, fruto ou folhas, e material reciclável. Sejam elas obras individuais ou colectivas, podem concorrer naturais ou residentes no concelho de Grândola.
As obras deverão ser entregues no dia 9 de março, na Casa Mostra de Produtos Endógenos, entre as 14h e as 19h. Serão premiados os três melhores trabalhos por cada grupo etário: o 1.º grupo de idade inferior aos 6 anos, o 2.º grupo dos 6 aos 12 anos, o 3.º grupo dos 13 aos 17anos e o 4.ºgrupo a partir dos 18 anos.
De 13 a 22 de março será possível ficar a conhecer todos os trabalhos escultóricos a concurso, na Casa Mostra de Produtos Endógenos.
Duas curtas portuguesas representadas pela Portugal Film, A Chuva Acalanta a Dor, de Leonardo Mouramateus (estreia mundial) e Où en-êtes vous, Teresa Villaverde?, de Teresa Villaverde (estreia internacional) vão estar em competição, respectivamente, na Ammodo Tiger Short Competition (integrada na secção Bright Future) e o filme de Villaverde na Voices Short Competition.
O realizador Leonardo Mouramateus transporta-nos ao passado numa adaptação livre de uma novela do escritor francês Marcel Schwob, que teve grande influência na escrita de Jorge Luis Borges. Mouramateus recua ao ano 74 a.c. e filma um encontro entre dois amigos em que um tenta influenciar o outro para não ir estudar para Roma, considerando ser uma perda de tempo.
Já Villaverde foi para o Rio de Janeiro, para o Bairro da Mangueira, documentar a tensão pela espera dos resultados da competição das escolas de samba. Enquanto se assiste em directo os resultados dos jurados pela televisão, vamos sentindo o crescendo da massa humana em explosão, num país em luta.
Os realizadores regressam a Roterdão, um festival que tem seguido atentamente as suas obras. Teresa Villaverde já foi também jurada do festival e em 2020, Leonardo Mouramateus, tem um foco sobre o seu trabalho, com a exibição da maioria dos seus filmes.
O Festival de Roterdão começou ontem, dia 22 Janeiro e estender-se-á até 2 de Fevereiro, contando com a presença do realizador Leonardo Mouramateus e da sua equipa e de Clara Jost, em representação de Teresa Villaverde.
A Chuva Acalanta a Dor, de Leonardo Mouramateus Ficção, Experimental 2020, Portugal, Brasil, 28’
Argumento: Leonardo Mouramateus, Mauro Soares, Marcel Schwob Fotografia: Manuel Pinho Braga Som: Marcelo Tavares, António Porém Pires Montagem: Laura Gama Martins, Leonardo Mouramateus Produção: Maura Carneiro, Manuel Rocha da Silva, Diogo Baldaia / Areosa, Leonardo Mouramateus Co-Produção: André Mielnik, Gustavo Beck / If You Hold a Stone Elenco: Mauro Soares, Isabél Zuaa, Sandra Hung, Filipa Matta, Daniel Pizamiglio, João Fiadeiro
Sinopse: No ano 74 a.C, Tito Lucrécio Caro, um jovem com ideias ousadas, tenta convencer seu amigo Mêmio que ir estudar para a cidade de Roma é uma total perda de tempo. Anos depois, Lucrécio volta da capital. Tentando encontrar um equilíbrio entre suas explicações do mundo natural e sua experiência emocional do mesmo, Lucrécio vive uma paixão profunda e conturbada com Isa, sua esposa estrangeira.
Où en-êtes vous, Teresa Villaverde?, de Teresa Villaverde Documentário, 2019, Portugal, França, 17' Fotografia: Teresa Villavrde Som: Vasco Pimentel, Hugo Leitão, Marcelo Tavares Montagem: Clara Jost Produção: Teresa Villaverde / Alce Filmes, Sylvie Pras, Amélie Galli, Catherine Quiriet / Centre Pompidou - Département du Développement Culturel
Sinopse: No Rio de Janeiro, os habitantes do bairro da Mangueira seguem numa tela a emissão da televisão onde os jurados vão atribuindo os votos a cada escola de samba. Em 2019, a Mangueira levou ao sambódromo um samba forte, corajoso, de resistência ao que se passa no Brasil neste momento. O filme testemunha a tensão na espera do resultado final e a enorme alegria de todas as gerações na vitória da Mangueira, campeã do Carnaval de 2019.
O papel desempenhado pelas divas de ópera na Ásia, o modo como foram recrutadas e formadas, como e onde actuaram e a sua importância na sociedade, são os temas abordados por David Chaffetz na conferência “Three Asian Divas” que o Museu do Oriente organiza no dia 23 de Janeiro, quinta-feira, às 18.00, com entrada gratuita.
A sessão é precedida, às 17.00, por uma visita à exposição “A Ópera Chinesa” que oferece uma visão abrangente deste género performativo, em toda a sua diversidade e exuberância, através de 280 peças, como trajes, perucas, toucados, modelos de maquilhagem, marionetas, gravuras, pinturas e instrumentos musicais, bem como fotografias e vídeos. Aqui, os visitantes podem visualizar a riqueza da cultura material, ao mesmo tempo que ganham um novo entendimento do contexto literário e social desta arte.
À semelhança do que acontece no seu livro, David Chaffetz ilustra as palavras com referências às vidas de várias cantoras célebres na China, através de slides com representações das cantoras na arte e na fotografia. De seguida, foca-se na Índia e no Irão, para mostrar que a figura da diva é universal em toda a Ásia, mesmo quando as formas de actuação diferem das registadas na China.
David Chaffetz estudou Persa, Turco e Árabe na Universidade de Harvard. Trabalhou na Encyclopedia Iranica e escreveu A Journey through Afghanistan (Chicago, 2006). Ao longo de 45 anos, tem viajado extensivamente pela Índia, Ásia central e China.
“Three Asian Divas” - Palestra por David Chaffetz
23 de Janeiro, quinta-feira
Horário: 18.00
Duração: 60’
Palestra precedida de visita orientada à exposição “A Ópera Chinesa”, com Alexandre Correia, às 17.00
Gratuito, mediante levantamento de bilhete no próprio dia