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Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

Especial do ID - Investigation Discovery 'Serial Killer Sundays' + Entrevista exclusiva a Virginia López, autoria do livro 'Killers - As vidas e as mortes de onze terríveis assassinos em série’

A cada domingo conhecemos em detalhe a vida de um assassino em série no especial do ID, Serial Killer Sundays

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Jeffrey Dahmer, Gary Ridgway, Aileen Wuornos ou Robert Hansen são alguns dos ‘monstros’ retratados no especial que arranca a partir de 27 de setembro, às 22 horas, e pode ser visto no ID – Investigation Discovery, o canal de crime real exclusivo da NOS (posição 74).

 

As noites de domingo no ID – Investigation Discovery são dedicadas a alguns dos mais prolíficos e arrepiantes assassinos em série da história dos EUA. A partir de 27 de setembro acompanhe o especial ‘Serial Killer Sundays’, uma série de documentários que investigam as vidas e histórias arrepiantes de ‘monstros’ como Jeffrey Dahmer, Gary Ridgway, Aileen Wuornos ou Robert Hansen. Encenações, entrevistas a detetives, imagens de interrogatórios, testemunhos de familiares de vítimas e dos próprios assassinos permitem aos espetadores ter uma noção de quem realmente eram estes ‘serial killers’ e do mal sem limites que foram capazes de cometer.

 

Jeffrey Lionel Dahmer é um nome incontornável para os fãs de ‘crime-real’. Os seus atos hediondos valeram-lhe a alcunha de o ‘Canibal de Milwaukee’. De tímido adolescente, passou para um brutal assassino em série que matou, mutilou, esquartejou e comeu as suas vítimas. Entre 1987 e 1991, Dahmer foi responsável pela morte de pelo menos 17 rapazes na cidade mais populosa do Estado do Wisconsin. Atraía as vítimas para o seu apartamento com promessas de sexo, onde posteriormente as envenenava e matava. Na maioria dos casos guardava partes dos corpos no frigorifico para comer mais tarde. Quando foi detido em 1991, os detetives encontraram no seu apartamento 11 crânios humanos e outras partes de corpos. Foi condenado a 16 penas de prisão perpétua, mas acabou brutalmente espancado até à morte na cela por outro recluso em 1994. Acabava assim a vida do famoso ‘canibal’, com apenas 34 anos. Jeffrey Lionel Dahmer, uma história a não perder dia 27 de setembro, às 22:00h, no ID – Investigation Discovery.

 

No primeiro fim-de-semana de outubro, o domingo é dedicado a Gary Leon Ridgway, conhecido como ‘The Green River Killer’. Um homem banal e insuspeito que entre os anos de 1980 e 1998 matou mais de 70 mulheres, na sua maioria prostitutas, no Estado de Washington, abandonando os seus corpos sem vida no rio ou enterrando-os em zonas de mato. Uma infância marcada por episódios traumáticos e um profundo ódio pela mãe, transformaram Gary num adulto rancoroso com duas vidas. Por um lado, era um marido exemplar, e por outro, um predador e assassino com uma sede de sangue incontrolável. Durante décadas escapou às autoridades até que em 2001, a tecnologia de ADN permitiu decifrar a identidade deste monstro. Atualmente cumpre prisão perpétua. Evitou a pena de morte a troco de revelar o local onde enterrou várias das suas vítimas. Um caso para conhecer no dia 4 de outubro, às 22:00h, no ID – Investigation Discovery.

 

Aileen Wuornos foi considerada a primeira assassina em série dos EUA. Entre 1989 e 1990, Aileen prostitui-se ao longo de uma autoestrada na Florida tendo assassinado sete dos seus clientes, para depois os roubar. Uma vida marcada por abusos sexuais na infância, relações incestuosas, uma gravidez prematura, casamentos por conveniência e drogas, levaram Aileen a uma vida de crime. Foi executada por injeção letal em 2002. A sua história foi retratada por Hollywood no filme ‘Monster’, de 2003, protagonizado por Charlize Theron, tendo recebido o Óscar de Melhor Atriz pela atuação. Neste especial do ID – Investigation Discovery que vai para o ar dia 18 de outubro, às 22:00h, conhecemos uma nova versão dos factos. Wuornos escreveu todos os seus segredos mais sombrios num diário que passou à melhor amiga quando estava no corredor da morte e esta agora revela tudo.

 

Caçar é um modo de vida para muita gente no Alasca, onde Homem e a natureza andam de mãos dadas. Mas, quando a presa são seres humanos em vez de animais, então algo de muito errado se passa. A 25 de outubro, às 22:00h, mergulhamos na história de vida de Robert Christian Hansen, um padeiro de Anchorage, que raptou, violou, caçou e assassinou pelo menos 17 mulheres entre 1971 e 1983. Em adolescente Hansen foi um tipo reservado, pouco popular, e se somarmos a gaguez e a acne, que lhe deixou marcas permanentes na cara, não ajudaram a uma boa integração na escola. Cresceu a desejar raparigas bonitas, e simultaneamente a odiá-las por não as poder ter. O sentimento de vingança nunca mais o largou e, em adulto, Robert Hansen exerceu essa vingança em prostitutas. Conduzia-as no seu carro, até uma cabana isolada na floresta, onde as violava. Depois deixava-as escapar para começar a ‘caçada’. Este ‘mostro’ foi apanhado em 1983 tendo morrido na prisão em 2014, aos 75 anos. ‘The Butcher Baker: Mind of a Monster’, a não perder dia 25 de outubro às 22:00h.

 

 

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Virgínia López, autora do livro ‘Killers – As vidas e as mortes de onze terríveis assassinos em série’

 

Porque é o que a temática dos assassinos em série atrai tanto o público?

 

VL – Existem sentimentos contraditórios em relação a isso. Por um lado, não queremos saber das atrocidades que alguns destes assassinos cometeram e, por outro, parece que não conseguimos deixar de ver. No entanto, ao conhecermos as histórias, as motivações, as dores que eles próprios passaram durante as suas infâncias, aí talvez possamos entender um pouco mais do que leva uma pessoa, aparentemente normal, a converter-se num terrível assassino em série.

 

A Virgínia escreveu um livro onde recolhe as histórias de três dos assassinos retratados neste especial do ID. Encontrou algum padrão em comum neles?

 

VL- É difícil estabelecer padrões entre assassinos em série porque cada um tem o seu próprio ‘modus operandi’. Mesmo assim, quando olhamos para as motivações que os poderão ter levado a cometer aqueles crimes, descobrimos que há raiva e falta de compreensão por parte das pessoas que os rodeiam e, por vezes, até da sociedade. Por exemplo, Gary Ridgway urinou na cama até tarde já em adolescente e cresceu com raiva da mãe porque esta o humilhava quando tinha esses descuidos. Gary sentia uma enorme vontade de a matar e, ao mesmo tempo, um inapropriado desejo sexual por ela. Não conseguia entender essas emoções e cresceu com muita raiva dentro dele, o que depois o levou a matar dezenas de prostitutas, quase como se estivesse a vingar-se da mãe.

 

Aileen Wuornos, em criança foi abusada sexualmente tendo saído de casa muito cedo. Viveu na rua, roubou, foi detida várias vezes e, para ganhar a vida, dedicou-se à prostituição. O dia em que a raiva acumulada de Aileen explodiu, resultou na morte de um cliente. Disparou à queima-roupa quando este não lhe quis pagar pelos seus serviços. Seguiram-se outros homens que aproveitou depois para roubar. Aileen foi condenada à morte, mas durante o julgamento nunca pareceu sentir nenhum tipo de remorso.

 

O caso Jefreey Dahmer, que parecia ser um rapaz normal, talvez seja o mais enigmático dos três. A única coisa que talvez pudesse ter traumatizado a sua infância ou adolescência, foi a separação dos pais e o facto de a mãe não se preocupar muito com ele. Mas daí até se tornar um assassino e canibal vai uma grande distância. 

 

Acredita que os traumas de infância podem ser determinantes no desenvolvimento de um assassino em série?

 

VL- Existem muitas pessoas no mundo com infâncias traumáticas e não é por isso se transformam em assassinos em série. Curiosamente, Aileen Wuornos e Louise Hay tiveram histórias de vidas muito semelhantes. A primeira foi vítima de abusos sexuais, matou seis homens e foi condenada à morte. A segunda, que também foi vítima de abusos sexuais durante a infância, escreveu ‘best sellers’ que ajudaram milhões de pessoas no mundo inteiro através da auto-cura. Wuornos agarrou-se à raiva e Hay agarrou-se ao perdão. Infelizmente, não podemos saber se a pessoa vai transformar-se num assassino em série. Existe uma frase conhecida de outro famoso ‘serial killer’, Ted Bundy que diz: “Amanhã morrerão mais dos vossos filhos. Uns vão fazê-lo como vítimas, mas outros vão fazê-lo como assassinos”. Essa incógnita é o que de certa forma aumenta o nosso fascínio, o que nos faz querer saber mais, intriga-nos descobrir que esse vizinho pacato pode revelar-se um impiedoso assassino. É por isso que os programas de televisão sobre assassinos em série cativam as audiências. Porque mesmo sendo uma temática dura, não conseguimos parar de ver para tentarmos compreender o que se passa na cabeça e no coração de um assassino em série. Talvez a isso, nem eles próprios sejam capazes de responder.