O espectáculo A VOZ HUMANA, de Jean Cocteau, uma criação de Patrícia Andrade e David Pereira Bastos, estreia em Lisboa a 10 de Janeiro, um espectáculo intimista na plateia, no espaço Escola de Mulheres (Clube Estefânia).
A VOZ HUMANA Uma criação de Patrícia Andrade & David Pereira Bastos
Texto Jean Cocteau Encenação Patrícia Andrade e David Pereira Bastos Interpretação Patrícia Andrade Música Fernando Matias e Patrícia Andrade Sonoplastia Fernando Matias Vídeo Bruno Simão Desenho de Luz Janaina Gonçalves Fotografias Alípio Padilha Assistente de encenação e apoio vocal Rita Carolina Silva Produção e Comunicação TdE Mafalda Simões Co-Produção Cine-Teatro Louletano e Teatro do Eléctrico Parceiros M.A.R. - Mostra de Artes de Rua 50 MIN | M/16
Sinopse: É um espectáculo de teatro e um concerto de rock, que desequilibra o emblemático texto de Jean Cocteau. Uma actriz, um microfone, um tripé e uma guitarra.
Foi integrado no processo criativo do espetáculo canções e excertos de cartas de amor reais e anónimas, com esta partilha surgiu o podcast Cartas de Amor, que é uma porta de entrada para o universo da peça. Podcast disponível em: https://soundcloud.com/patricia-andrade-1
Criadano âmbito do 3º e último ato de Paisagem Efémera – industrial e urbana, obra incorpora os pensamentos e desabafos da população
“Aqui jaz 2021” – instalação audiovisual desenvolvida pelo Teatro da Didascália, no âmbito do terceiro e último ato de Paisagem Efémera – industrial e urbana – continua em “câmara-ardente”, no Mercado Narciso Ferreira, em Vila Nova de Famalicão, até ao próximo sábado, 18 de dezembro. A obra – uma capela mortuária onde se encontra um caixão onde estão projetadas frases de pensamentos, desejos e desabafos que queremos deixar enterrados em 2021 – pode ser, ainda, velada e visitada, sendo que os visitantes são convidados a refletir sobre o ano que agora termina e a escrever e depositar novas frases dentro de uma urna. Estes pensamentos serão introduzidos, posteriormente, na projeção visual, o que faz dela uma obra em permanente transformação.
Pandemia domina as mensagens deixadas até ao momento
A pandemia, as restrições, o distanciamento e a dificuldade em viver esta “nova normalidade” dominam os desabafos deixados até ao momento. “A impossibilidade de abraçar os meus avós!”, “Estou farta de não estar com os meus, farta da impossibilidade dos abraços, dos cheiros do amor, das gargalhadas e de tudo o que me fazia feliz. Para 2022 espero abraçar, beijar, de cheirar o amor que tanto me faz feliz” ou “Quero deixar para trás todas as coisas más, inclusive o Covid” são apenas alguns dos testemunhos depositados na instalação.
O desejo de viajar e de viver novas aventuras está, também, presente em algumas mensagens. Destaque-se, ainda, as frases de esperança e gratidão: “O ano de 2021 foi gratificante! Quero agradecer por todas as bênçãos, agradeço momentos bons; agradeço os menos bons que me fizeram aprender! Apesar de tudo, o ano 2021 foi bom! Que venha um 2022 ainda melhor!”.
Uma ode à paisagem ribadavense e à oportunidade de refletir
A instalação, que “habita” mais um espaço “ferreirino”, o Mercado Narciso Ferreira, e que (re)vive uma tradição popular de Riba d’Ave, pode ser visitada de segunda a sexta-feira, entre as 14h30 e as 19h00; e aos sábados, entre as 9h00 e as 13h00. A entrada é gratuita. Recorde-se que as frases recolhidas no final da exposição – uma ode à paisagem do território ribadavense e que conta com direção artística de Bruno Martins e tem como criadores António Júlio, Margarida Gonçalves e Rui Souza – servirão de base para a elaboração do testamento do ano 2021, que será lido na noite de 31 de dezembro, no âmbito do Enterro do Velho.
Aproveitando o contexto de celebração sobre o fim, neste caso, o fim do ano, o Teatro da Didascália quis refletir, também, sobre o trabalho que a companhia desenvolveu ao longo dos dois últimos anos (2020-2021), a partir da ideia de intervenção artística na paisagem, concretamente com o projeto Paisagem Efémera. Recorde-se que o Teatro da Didascália se debruçou, inicialmente, sobre Joane (2020), trabalhando a partir da paisagem natural e rural, e depois, em Riba d’Ave (2021), apontando o olhar para um contexto sobretudo industrial e urbano. As memórias sobre esta investigação artística acompanham a instalação enquanto um espaço sonoro onde estão presentes excertos de textos, sons e pensamentos produzidos ao longo dos dois anos deste projeto artístico.
Se gostas de vídeo, participa, até 26 de dezembro, no Concurso SmartVideo 21 Palmela, com o tema “Concelho de Palmela e o seu Património”.
Organizado pelo Município e de participação gratuita, o Concurso destina-se a jovens nas faixas etárias dos 13 aos 17 anos e dos 18 aos 30 anos, que residam, estudem ou trabalhem no concelho de Palmela. Tem como objetivos promover o contacto das/os jovens com o concelho na vertente artística, o vídeo enquanto meio de expressão e o trabalho de novos talentos, divulgar o património cultural do concelho e estimular e apelar à criatividade e ao espírito inovador.
Cada participante pode enviar para votação até dois vídeos (com um máximo de 21 segundos de duração cada, captados este ano, no concelho). Os vídeos devem ser enviados até 26 de dezembro para o e-mail juventude@cm-palmela.pt, juntamente com a ficha de inscrição (disponível no Facebook Juventude Interactiva e no site www.juventudeinteractiva.org) e acompanhados de uma descrição.
A votação vai decorrer nas duas últimas semanas de dezembro, através do Facebook Juventude Interactiva e por um júri de três membros escolhidos pela Município. A divulgação pública dos resultados será feita no dia 6 de janeiro de 2022, através dos sites www.cm-palmela.pt e www.juventudeinteractiva.org e do Facebook Juventude Interactiva.
As/os autoras/es dos três melhores vídeos em cada escalão etário recebem vouchers Worten no valor de 100€ (1.º lugar), 75€ (2.º lugar) e 50€ (3.º lugar), no caso das/os participantes entre os 13 e os 17 anos, e de 130€ (1.º lugar), 90€ (2.º lugar) e 60€ (3.º lugar), para as/os participantes dos 18 aos 30 anos.
Dá asas à criatividade e participa! Mais informações: juventude@cm-palmela.pt.
Os Caminhos promoverão este mês uma dupla matiné infantil no dia 18 de Dezembro, com uma sessão dos “Filminhos à Solta pelo País”, às 10h30, e, às 15h00, com o “Cantar! 2” (Sing 2). São duas sessões que antecedem o Natal com muita música e diversão garantida. Nas matinés infantis, as crianças convidam os seus pais (ou até 2 acompanhantes) a vir ao cinema, tendo estes entrada livre. O bilhete por criança custa 4€.
No próximo dia 18 de Dezembro, o Casino Espinho será pautado por arranjos vocais originais e uma energia cativante, num jantar concerto com o grupo Street Gospel Choir.
O grupo Street Gospel Choir surgiu em 2014, em Gaia, unidos pela paixão pela música vocal. Actualmente com 20 elementos, cantam canções de natal, pop music, gospel e até mesmo música portuguesa. O Natal é a sua época preferida, quadra em que interpretam os grandes clássicos natalícios e da música Gospel. No Natal de 2020, lançaram o seu primeiro álbum para enaltecer esta época festiva.
Todas as unidades e Casinos do Grupo Solverde possuem o certificado “Clean & Safe” do Turismo de Portugal, cumprindo com todas as orientações de segurança e higiene da Direcção-Geral da Saúde, de modo a proporcionar momentos únicos de bem-estar aos seus clientes, em total segurança.
O espetáculo terá como palco o Museu do Vinho, em São João da Pesqueira, amanhã, 14 de dezembro, às 18h00.
· A música faz-se com cestos vindimos, pipas, sacholas e outros materiais de trabalho das vindimas da região.
· Entrada Gratuita, apresentação obrigatória de Certificado Digital Covid 19.
· Uso obrigatório de máscara durante o concerto.
No dia em que o Alto Douro Vinhateiro comemora 20 anos de elevação a Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, o Inspira assinala a data com os Sons do Douro. O espetáculo será amanhã, dia 14 de dezembro, no Museu do Vinho em São João da Pesqueira às 18h00.
Os Sons do Douro transformaram materiais da região em instrumentos musicais. Utilizam pipas de vinho, cestos de vindima ou sacholas para fazer música, juntando-os à viola, guitarra, bandolim e gaita-de-foles. Apresentam ao público diferentes formas de perceber, ler e ouvir o Douro, através dos sons, da luz e da palavra. Um espetáculo vivo e muito animado, com muita percussão, cantigas e outras estórias. O objetivo é fazer do Douro o palco para um romance onde culturas, montanhas, pedras, mitos, amores, deuses, animais e homens são personagens ativas no território.
Deixe-se inspirar por este projeto de dinamização do território. Todos os eventos são de entrada gratuita e obedecem às orientações da Direção Geral de Saúde, sendo obrigatório a apresentação do Certificado Digital de Vacinação Covid19 e o uso de máscaras durante os espetáculos.
Estes espetáculos estão inseridos no "Inspira - Douro, Cultura e Património", um projeto para promover o território duriense com um conjunto alargado de ações de animação cultural.
As ações começaram em julho e irão prolongar-se até este mês de dezembro, num total de 70 espetáculos, por 10 municípios da região, e distribuídos por 16 locais. Estão, também, a ser produzidos videoclipes em sete miradouros para servirem de cartão de visita.
LUCIANO MELLO & ORCHESTRA FALSALANÇAVIDA PORTÁTIL– UMA EXPERIÊNCIA IMERSIVA PARA OUVIR DE FONES NO BANDCAMP
"Vida portátil é outro lance. O Luciano é outro lance. Ainda temos espaço em nós para conhecer o outro? É preciso reconhecer a arte de Luciano Mello. Na arte, amigas e amigos, reconhecer é conhecer-se."
Guto Leite - Revista Parêntese (integrante do jornal Matinal)
Nada mais apropriado para um álbum que gira em torno do tema “tecnologias virtuais que nos ampliam e ao mesmo tempo nos limitam”, do que Luciano Mello lançar o disco Vida Portátil numa plataforma que permita uma experiência imersiva em altíssima qualidade. Talvez essa seja uma prerrogativa para aqueles artistas que dominam a tecnologia da qual se servem, assim como Laurie Anderson, Trent Reznor (Nine Inch Nails), Luciano Mello tem total controle do que produz, desde a composição, passando pela produção da gravação até a mistura, tudo é feito por ele. Até mesmo a falsa Orchestra Falsa que o acompanha, sim, é ele.
Vida Portátil, lançado no dia 19 de Novembro trata de discutir como o indivíduo contemporâneo vive, ou sobrevive, imerso nos sinais e excessivas informações a que nos mergulham nas novas tecnologias.“Eu estava em lockdown, em Braga, na primavera de 2020, quando percebi que não era só a pandemia, estávamos imersos e dependentes da tecnologia. Eu estava dividindo o apartamento com o artista plástico Patrick Tedesco (e não por acaso, fotógrafo e capista deste e de vários álbuns meus), quando começamos a perceber que estávamos todo o dia falando da mesma coisa, tanto nas nossas conversas, quanto nos nossos trabalhos artísticos, concluímos que estávamos fazendo a mesma obra e isto resultou em um vídeo chamado Vida Portátil - Experiência #1 e no álbum Vida Portátil”, diz Luciano Mello.
E o álbum trata dessas mazelas com destreza, estranheza, bom humor e umas quantas interrogações. É um álbum feito para pensar, para desacomodar e como todo o trabalho musical bem pensado, tem som impecável e, portanto, o autor sugere que se ouça de fones, de bons fones.
Pensando nisto, e também como forma de agradecimento ao apoio que Luciano Mello teve da DGArtes - Portugal, ao carinho do público português e da imprensa portuguesa, que está a receber tão bem o álbum, o artista decidiu que disponibilizará, a partir de 13 de Dezembro de 2021, o trabalho completo numa faixa única de 26 minutos com todas as canções (que se intermeiam sem intervalos) em altíssima qualidade na plataforma BandCamp (lucianomello.bandcamp.com), oferecendo ainda, gratuitamente, àqueles que o seguirem no instagram (@lucianomellomusic) e pedirem por mensagem directa, a versão digital do álbum com capa, libreto e áudio em qualidade superior a CD.
Por este alto padrão de qualidade, no material gráfico e no áudio, chamou-se de Experiência Imersiva, pois trata-se de áudio pensado para a audição em plena concentração, sem interrupções.“É como criar um filme”, brinca Luciano, “ouve, fecha o olhos, escuta atento que o filme se inventa na tua cabeça”.
Apoios na área da saúde, ajuda alimentar e habitação
Ações de filantropia da Fundação Oriente chegam a 5 mil pessoas em Portugal
A ação filantrópica da Fundação Oriente permitiu, em 2021, o apoio a cerca de 5.000 pessoas em Portugal, nas áreas da saúde, ajuda alimentar e habitação. Estas ações focam-se em grupos especialmente vulneráveis, incluindo crianças em risco, pessoas com deficiência e idosos, num quadro de apoio a escolas, associações humanitárias e instituições de solidariedade.
A Fundação Oriente, em Portugal e em Goa, Índia, juntou os seus esforços ao combate à pandemia COVID-19, oferecendo uma unidade de cuidados intensivos (UCI) com 10 camas ao Hospital de Santa Maria em Lisboa e equipamento médico, destinado ao tratamento de jovens pacientes com complicações respiratórias decorrentes de COVID, ao Departamento de Pediatria do Goa Medical College and Hospital.
A pandemia exigiu um reforço dos apoios concedidos pela Fundação Oriente. Este ano, as instituições abrangidas por esta ação filantrópica incluíram a Acreditar, no apoio às crianças com cancro e suas famílias, nomeadamente no suporte às casas-abrigo. O apoio concedido permitiu assegurar a estadia de uma família deslocada para tratamento do filho, numa Casa Acreditar, durante 100 dias.
Também a SPEM – Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla contou com um apoio da Fundação Oriente, à candidatura de um projeto de parcerias para o Impacto Portugal Inovação Social. O projeto atingirá, com a totalidade dos apoios, 60 pessoas doentes com esclerose múltipla (26 em Évora, 17 em Beja e 17 em Portalegre).
A Fundação LIGA foi outra das beneficiárias do apoio da Fundação Oriente, com o financiamento de uma carrinha para transporte de doentes que permitiu dar mais e melhor apoio aos seus 600 utentes.
Em 2021, a Fundação Oriente deu continuidade ao apoio prestado à comunidade de Castanheira de Pera, através da associação Médicos do Mundo - Portugal, iniciado em 2017 após os incêndios que devastaram a zona. Este projeto visa promover a qualidade de vida ativa e de envelhecimento saudável da população idosa de Castanheira de Pera, nomeadamente, na prestação de cuidados de saúde humanizados a 239 beneficiários.
O apoio à Comunidade Vida e Paz traduziu-se em 300 cabazes de alimentos, no apoio à sua missão de distribuição de alimentos às pessoas em situação de sem-abrigo e acolhimento nas comunidades com vista à sua reintegração na sociedade.
Foram ainda apoiadas 60 famílias (216 pessoas, entre as quais 115 crianças) em Camarate, através da associação Ajuda em Acção, com a concessão de cartões para compra de bens alimentares.
Também no âmbito da ajuda alimentar, foi concedido apoio ao programa de emergência alimentar da Junta de Freguesia de Alcântara, em Lisboa, que recorre a alguns dos restaurantes da freguesia para a produção e distribuição de refeições destinadas às famílias carenciadas sinalizadas nesta junta de freguesia. Os programas apoiados pela Fundação Oriente têm como destinatárias 510 famílias, abrangendo cerca de 2.000 pessoas.
Ainda na Freguesia da Alcântara, através de protocolo assinado com a Junta e de apoio concedido à Associação Just a Change, a Fundação Oriente apoiou a recuperação da habitação que se encontrava em avançada degradação, de uma família desfavorecida identificada pela Junta.
Já na Junta de Freguesia da Ajuda, o apoio concedido traduziu-se no financiamento de 380 refeições diárias e 200 cabazes alimentares para famílias, num total de 1.180 pessoas apoiadas. As ações levadas a cabo no âmbito destes projetos também garantiram, a par do apoio alimentar, a intervenção na habitação de duas famílias carenciadas através do apoio direto à Associação Just a Change.
Em área de intervenção muito distinta, a Fundação Oriente também apoiou cofinanciando a iniciativa da Junta de Freguesia de Arroios de fornecer Terapia da Fala em algumas escolas da freguesia, destinada a cerca de 40 crianças de famílias de origem asiática, cujo único contacto com a língua portuguesa é na escola.
A Fundação Oriente apoiou ainda a Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo na realização de um documentário sobre a banda “The Ziguais”, um grupo musical composto por pessoas com autismo que, com covers e originais, atuam para o público com vista a desmistificar e a desmontar os preconceitos existentes em torno desta doença.
Por fim, e entre outros apoios, a Fundação Oriente apoiou o Chapitô a adaptar-se ao ensino online, necessidade provocada pela pandemia, através da aquisição de equipamento para o efeito e a Fundação AFID - Diferença no seu esforço de remodelar (pintando e renovando a mobília adaptada) o seu Lar Residencial que acolhe 25 jovens (12 raparigas e 13 rapazes) e adultos com multideficiência.
A Fundação Oriente, a par das vertentes cultural, educativa, artística e científica da sua missão estatutária, prossegue, assim com estas ações, a sua missão filantrópica.
O espectáculo PARALLAX, de Inês Garrido e interpretação de Maria Luís Cardoso, estreia no Porto a 15 de Dezembro na Associação da Pasteleira Torres Vermelhas e de 17 a 20 de Dezembro está em cena noErmo do Caos no Porto. Em Janeiro a 7, 8 e 9 noCAL - Centro de Artes de Lisboa.
A criadora Inês Garrido estabeleceu uma relação de envolvimento interventivo ao longo dos últimos seis meses com as comunidades do bairro social da Pasteleira. O texto do espectáculo é construído a partir de testemunhos reais de mulheres e homens do Bairro Social da Pasteleira.
O projecto Parallax surge do desafio lançado por Rodrigo Malvar, Teatro do Frio – Pesquisa Teatral do Norte: de apresentar uma proposta de projecto para o bairro da Pasteleira, integrando a programação do “Cultura em Expansão”, produzido pela Ágora, Porto. Este projecto decorre de Maio a Dezembro de 2021, ao longo dos quais o envolvimento com a comunidade é contínua.
Sinopse:
Amélia, uma velha interpretada por uma jovem, conta-nos episódios da sua vida, reclamando domínio não só sobre a sua própria biografia, mas também sobre a sua vivência e intimidade.
Amélia posiciona-se assim em três lugares distintos: o da história, onde a sua memória é evocada; o da personificação, onde encarna corpos daqueles que com quem se cruzou; e o do pensamento-íntimo-disconexo-não filtrado, onde o processo do inconsciente se poetiza e sublima.
Ouvimos, através das mãos desta mulher, a crueza da vida: seja ao retratar o seu encontro com uma artista ou com um político, seja ao retratar a vida como um jogo de monopólio, seja ao evocar um jantar com uma ausência ao som de Roberto Carlos.
A narrativa de Parallax assenta numa ficção criada a partir de histórias ouvidas ao longo de meses nos territórios do bairro da Pasteleira, Porto, e, como nos diz Amélia, ’A visão está aqui e a memória aqui. E eu já não sei o que vi ou o que é inventado.’
Com o romance original “Terrinhas”, Catarina Gomes, sagrou-se vencedora da 14ª edição do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís, por unanimidade do Júri, presidido por Guilherme d’Oliveira Martins. Em homenagem à grande escritora, o Prémio, no valor de 10 mil euros, foi instituído, pela primeira vez, em 2008, pela Estoril Sol, no quadro das comemorações do cinquentenário da Empresa.
Ao eleger “Terrinhas”, o júri considerou tratar-se de “um romance que, a partir do ponto de vista de uma mulher tipicamente citadina, coloca em confronto o mundo rural e o mundo urbano. A memória dos pais, que quase religiosamente vão à terra para trazer batatas, as quais invadem a cozinha e o imaginário da narradora, fornece a visão irónica e, por vezes, mesmo hilariante, com que esta avalia a infância e enfrenta dores e dramas da idade adulta. A alegria e a comovente ternura na avaliação da vida e da morte, associadas a uma escrita fluida e elegante, dão a este romance, um indiscutível alcance literário, que importa valorizar e divulgar.
Pode ler-se na sinopse do romance “Terrinhas”: “O que raio é uma bouça? Um lameiro? Um corgo? Quantos nomes pode ter uma terra, além de terreno ou lote de terreno?”. É com perplexidade que Cláudia M. Mendes, designer de interiores, se vê, de um dia para o outro, herdeira de umas nesgas de terra na aldeia da avó, de onde todos os verões a família voltava com o tejadilho do carro cheio de batatas. Forçada a voltar ao sítio onde era obrigada a passar férias, Cláudia vê-se no meio do campo a tentar chegar a terras que não vêm nem em mapas nem em GPS. Seguindo uma estranha trama de linhas desenhadas a calhaus e cruzes, abre-se entre Cláudia e a aldeia de Arrô uma nova e forçada ligação.
Segundo Catarina Gomes: “A ideia para o romance “Terrinhas” nasce de uma herança verdadeira. Há uns anos, vieram parar-me às mãos um conjunto de terras numa aldeia do Norte de Portugal que, para mim, eram apenas nomes estranhos. Nunca as tinha pisado e nem sabia o que fazer para lá ir dar. Eram terras que me chegavam de um tempo em que a terra era tudo, mas que agora pouco valiam, eram terras como as que aparecem nos noticiários de Verão sobre incêndios, de quem já ninguém cuida e que acabam por arder sozinhas. Há uma geração de portugueses com origens rurais que já herdou ou vai herdar terras como as de Cláudia e para quem elas já não representam quase nada. Das histórias das terras que herdei não descobri grande coisa, o que aconteceu foi pôr-me a imaginar o que lá se podia ter passado na altura em que terra era sinónimo de vida. Imaginava como aquelas terrinhas um dia tinham sido amealhadas, disputadas, amadas. Assim nasceu Cláudia, Arrô e a sua avó Adozinda”.
Catarina Gomes explica ainda que “escrever um romance era um sonho tão antigo que quase não tem idade, parece que me acompanhou toda a minha vida adulta. Sou jornalista há mais de 20 anos e o que tentei fazer nos últimos anos da minha prática profissional foi aproximar-me da ficção. Nos três livros de jornalismo literário que escrevi conto histórias de vida verdadeiras como se escrevesse um romance”.
Numa retrospectiva sobre o seu percurso literário, Catarina Gomes revela: “Em “Pai, tiveste medo” (edições Matéria-Prima, 2014) abordo a forma como a experiência da Guerra Colonial foi contada em casa e de que maneira chegou à geração dos portugueses filhos de ex‑combatentes. Em ”Furriel não é Nome de Pai” (Tinta‑da‑china, 2018) conto, pela primeira vez, a história dos filhos que os militares tiveram com mulheres africanas e que deixaram para trás. “Coisas de Loucos-O que eles deixaram no manicómio” ( Tinta‑da‑china, 2020) teve origem na descoberta acidental de uma caixa de cartão cheia de objectos de antigos doentes no primeiro hospital psiquiátrico português, o Miguel Bombarda. Este livro, onde conto a vida de oito antigos doentes a partir dos seus pertences abandonados, resultou de uma bolsa de investigação jornalística atribuída pela Fundação Calouste Gulbenkian. As três obras foram incluídas no Plano Nacional de Leitura”.
A autora do romance vencedor do Prémio Revelação Agustina Bessa-Luís, Catarina Gomes, nasceu em Lisboa, em 1975. Jornalista do Públicodurante quase 20 anos, as suas reportagens receberam alguns dos prémios mais importantes da área, como o Prémio Gazeta (multimédia). Foi duas vezes finalista do Prémio de Jornalismo Gabriel García Márquez e recebeu o Prémio Internacional de Jornalismo Rei de Espanha. Os seus trabalhos de jornalismo literário mais significativos encontram‑se no site Vidas Particulares .
O Júri que atribuiu o Prémio, além de Guilherme D`Oliveira Martins, que presidiu, em representação do CNC – Centro Nacional de Cultura, integrou José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores; Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas; Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários; e, ainda, Maria Alzira Seixo, José Carlos de Vasconcelos e Liberto Cruz, convidados a título individual e Dinis de Abreu, em representação da Estoril Sol.
Recorde-se que, o Regulamento do Prémio Revelação, que deixou de fixar, em 2016, um limite de idade para os concorrentes, manteve, contudo, a exigência de serem autores portugueses,” sem qualquer obra publicada no género”. A iniciativa conta, desde o primeiro momento, com o apoio da Editorial Gradiva, que assegura a edição da obra vencedora, através de um Protocolo com a Estoril Sol.