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Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

Uma Barreira contra o Pacífico ou como parar um tsunami

Exposição de fotografia no Museu do Oriente

 

Como é que o Japão se prepara para o risco quase permanente de destruição? A resposta pode ser vista na exposição Uma Barreira Contra o Pacífico – Fotografias de Alice F. Martins, que o Museu do Oriente inaugura a 9 de Fevereiro. Usando a vila costeira de Hudai como caso de estudo, Alice F. Martins criou, em 46 fotografias a preto e branco, um registo visual que é também uma reflexão sobre sustentabilidade, memória e cidadania.

 

Ao contrário de povoações vizinhas, Hudai sobreviveu quase intacta ao tsunami que varreu o nordeste da costa japonesa após o grande sismo de 2011. A excepção deveu-se a uma infraestrutura de muros e comportas hidráulicas, que funciona como uma barreira anti tsunami e que se estende por 200 metros de comprimento e 15,5 metros de altura. Sendo este tipo de construção comum no Japão, o muro de Hudai distingue-se pela concepção do projecto, dimensão, ajuste à topografia da região, e consideração por catástrofes do passado.

 

O muro foi mandado edificar entre 1972 e 1984 pelo mayor Kotoku Wamura, que assistiu à devastação causada pelo sismo e tsunami de 1933, um dos mais violentos na história de Sanriku, a região costeira onde se situa Hudai. Certo de que uma catástrofe de grandes dimensões se repetiria no futuro, Wamura bateu-se pela construção de uma barreira anti tsunami maior e mais dispendiosa. Polémico e criticado pelos custos e impacto na paisagem, o projecto avançou e Kotoku Wamura é hoje considerado um herói e visionário pela população que, após o desastre de 2011, passou a visitar a sua sepultura em sinal de reconhecimento.

 

Em 46 fotografias sóbrias e contundentes, Uma Barreira Contra o Pacífico documenta o muro e a praia de Hudai, a vila e os seus arredores. Da autoria de Alice F. Martins, formada em Fotografia e em Ciência Política e Relações Internacionais, o projecto nasceu do interesse em compreender a forma como o Japão se prepara face ao risco permanente de destruição causada por uma catástrofe natural, em contraste com Portugal.

 

Tendo como tema base a protecção contra riscos naturais, esta exposição enquadra-se nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável definidos pela Assembleia Geral das Nações Unidas na agenda 2030, nomeadamente o ODS 13, referente à Acção Climática e à importância da adopção de medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos.

 

Este projecto foi desenvolvido no âmbito de uma bolsa de curta duração atribuída em 2019, resultante de um protocolo entre a Fundação Oriente e o Ar.Co - Centro de Arte & Comunicação Visual.

 

A exposição Uma Barreira Contra o Pacífico está patente no Museu do Oriente até 21 de Maio. A entrada é gratuita.

 

Uma Barreira Contra o Pacífico | Exposição de Alice F. Martins

 

Inauguração | 9 Fevereiro | 18.30

Até 21 de Maio de 2023

 

Terça-feira a domingo: 10.00-18.00
Entrada gratuita

Museu do Oriente – Piso 0

Próximas Exposições na Árvore

Pintora Luísa Gonçalves apresenta a Exposição

“Os Caminhos da Criação” - Sala 1 

 

A artista plástica natural da cidade do Porto, Luísa Gonçalves, inaugura no próximo dia 11 de Março, às 16h, na Cooperativa Árvore, a Exposição de Pintura e Desenho “Os Caminhos da Criação”, um trabalho sobre o mundo das aveleiras.

Luísa Gonçalves e o seu trabalho, que tem conquistado alguns prémios na área das artes plásticas desde 1970 e até à atualidade, é assim descrito por Nuno Higino, professor de Sociologia e escritor, “(…) foi este elemento, aparentemente acessório, que mais interessou à Luísa Gonçalves. Com certeza que ela se debruçou demoradamente sobre o mundo das aveleiras. Fotografou, desenhou: o arbusto e os seus frutos. E anotou sobretudo sobre a última cápsula, a exterior. Uma boa parte das obras expostas são variações sobre as brácteas que envolvem a avelã, inicialmente verdes e, durante a maturação, acastanhadas. A avelaneira é um arbusto que existe em abundância nas Beiras, nomeadamente na Mata da Margaraça. Terá sido aí, nos lugares da sua origem, que a Luísa foi buscar inspiração para esta exposição (…)

 

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“Vencer o Medo” é o título da Obra Têxtil de Mónica Faria 
Cooperativa Árvore - Salas 2 e 3

 

A artista plástica Mónica Faria inaugura no dia 11 de Março, às 16h, na Cooperativa Árvore, a Obra Têxtil “Vencer o Medo”.
 
Segundo a artista, “Vencer o Medo” “é um exercício diário presente desde o gesto mais simples como acordar ou comer. O espaço é ocupado por elementos do quotidiano de onde se tecem teias, que criam tramas e registam narrativas simbólicas - de experiências vividas, imaginadas ou inventadas. É um ciclo vicioso, ou é apenas um ciclo, onde terminar só acontece com um começo. Todos estes elementos convergem para uma franja. Franja que, como no contorno do tapete de arraiolos, define a forma de uma casa, alimentada pelos teares apresentados. Esta é uma instalação artística, em que a autora nos confronta a necessidade de tomar uma decisão. Digo ou não digo? Vou ou não vou. Caso ou não caso... esqueço ou não esqueço! Grito ou não grito.... Dou ou não dou. Mato ou não mato...  Ouço ou não ouço. Entro ou não entro!”
 
Mónica Faria vive no Porto e trabalha entre Guimarães e Porto. Estudou Artes Plásticas – Escultura na FBAUP (2005), participou do Programa Erasmus - Coventry (2003), desenvolveu o seu mestrado em Ensino das Artes Visuais na FPCEUP (2010), Bolseira FCT (2012-2016) - com pesquisa em Trabalho de Campo na comunidade quilombola Conceição das Crioulas, Pernambuco, Brasil - concluiu o seu doutoramento em Educação Artística em FBAUP (2016). Participou na residência artística Peninsulares – Contextile/Estúdio Índigo/Museu Nacional de Artes Decorativas Madrid (2021). Exposição individual, "Cultura Instável" - Museu Nogueira da Silva (2023). Professora Convidada Equiparada a Professora Auxiliar na Escola de Arquitetura, Arte e Design - EAAD da Universidade do Minho (desde 2018). Desde 2017, investigadora integrada no Lab2PT/SpaceR.

 

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