Os rastreios da voz que a GDA (Gestão dos Direitos dos Artistas) irá desenvolver na semana antes do Dia Mundial da Voz, a 16 de abril, no Hospital Egas Moniz, vão ter este ano como protagonistas os artistas transgénero.

A mudança de sexo, quer pelas intervenções cirúrgicas inerentes, quer pelos tratamentos hormonais, tem impacto na voz profissional, devendo por isso estar ao dispor dos atores e dos cantores os meios clínicos indispensáveis para adaptar este seu instrumento de trabalho à nova identidade. “Se há um tratamento indispensável, e que tem de ser totalmente personalizado, é o da adaptação da voz profissional de um artista transgénero”, afirma Clara Capucho, otorrinolaringologista especializada na voz artística, coordenadora Unidade de Voz do Hospital Egas Moniz.  

Clara Capucho realizou, ao longo de 2022, várias cirurgias em Hamburgo com o laringologista e fonocirurgião alemão Makus Hess, especialista em feminização da voz. “São cirurgias muito específicas, as quais nuns casos implicam esticar as cordas vocais, noutros casos encurtá-las”, afirma Clara Capucho. “Estamos a organizar-nos para, neste ano 2023, passarmos a ter consultas de voz para transgéneros” no Hospital Egas Moniz. (Ver comunicado integral em anexo)