Cerimónia acontece no Dia Europeu da Cultura Judaica.
Cecília Cardoso, com 110 anos de idade, foi a mais velha cidadã do Porto a ser perseguida pela Inquisição que lhe imputava a prática de heresias judaizantes. Houve mais vítimas. Uma criança de 10 anos, frades, freiras, nobres, advogados, feirantes, pobres e ricos, novos e velhos, todos nascidos na segunda maior Cidade portuguesa, no Porto, viram as suas vidas destruídas.
Também três homens de apelido Espinosa enfrentaram aquele tribunal religioso e os seus métodos de tortura nos anos de 1544, 1620 e 1624. Pouco tempo depois, em Amesterdão, nasceu o famoso filósofo judeu Baruch Espinosa. Corria o ano de 1632. Os pais do pequeno Baruch tinham abandonado Portugal com pavor da Inquisição.
Estas e outras histórias de vítimas da Inquisição que nasceram no Porto estão a ser estudadas pelo departamento de pesquisa histórica da comunidade judaica local. No próximo ano, será publicado um livro dedicado ao assunto.
Por agora,a Comunidade Judaica do Porto pretende honrar os nomes de cerca de 1000 vítimas, com a inauguração de Memorial em sua memória (são quatro metros de largura por dois de altura). A lápide encontra-se na parte exterior do Museu Judaico do Porto e será inaugurada, hoje, 3 de setembro. A data não foi escolhida ao acaso. Hoje é o Dia Europeu da Cultura Judaica.
Na cerimónia de inauguração deste Memorial serão oradores Sebastião Feyo de Azevedo, Presidente da Assembleia Municipal do Porto, Pedro Bacelar de Vasconcelos, Coordenador Nacional da Estratégia Europeia para a Promoção da Vida Judaica, e Michael Rothwell, diretor do Museu.
A Inquisição Portuguesa esteve ativa entre 1536 e 1821. Foram quase três séculos em que se proibiu uma crença religiosa. Não houve na História da Humanidade, em continente algum, uma perseguição tão sistemática e duradora devido a algo tão simples.
A “REGENER’ART”, uma instalação de arte diferenciadora que marca a 13ª edição de “A Arte Chegou ao Colombo”, está patente até 3 de setembro, em Lisboa. A entrada é gratuita.
Até 3 de setembro, o Centro Colombo, em Lisboa, é palco de uma exposição inédita — e inusitada — em Portugal que tem a assinatura do coletivo artístico Cracking Art. É uma mostra de 126 caracóis de variados tamanhos, com um total de 1300 quilos, que ocupam a Praça Central com oobjetivo de estimular o debate sobre a importância e impacto ambiental da regeração do plástico,uma vez que todas estas esculturas são criadas através de um sistema sustentável de produção dos mesmos.
Esta 13.ª edição do projeto pioneiro do Colombo que contribui para a democratização da cultura, “A Arte Chegou ao Colombo”, não passa despercebida com a exposição de dezenas de caracóis de diferentes tamanhos e cores, desde o fúscia ao amarelo. A zona central e as 16 colunas deste espaço estão ocupadas por estes caracóios gigantes, transformando o Centro num verdadeiro espaço de arte imersiva.
Nesta mostra, são usados 80 caracóis pequenos (240 quilos), 40 médios (400 quilos) e 6 grandes (680 quilos), criados através de rotomoldagem, o sistema de produção onde o pó plástico adere às paredes do molde por rotação. Este sistema permite não só criar obras em grande escala com uma menor quantidade de material, como um menor consumo de energia e desperdício minímo no processamento que pode ser reutilizado. Neste caso,os 126 caracóisda exposição “REGENER’ART”, que conta com a curadoria e produção executiva da State of the Art (SOTA),representam um total de 1300 quilos, dos quais até 520 são plástico regenerado.
Numa extensão da exposição e, em parceria com as Infraestruturas de Portugal, servindo de convite à exposição e sensibilização para o tema, estão também patentesduas esculturasde grandes dimensõesnas entradas das estações ferroviárias do Rossio e de Roma-Areeiro, em Lisboa.
Mundialmente conhecido, o coletivo artístico Cracking Art, que celebra este ano o seu 30.º aniversário, já realizou mais de 500 das suas instalações de arte um pouco por todo o mundo, como a Bienal de Arte de Veneza, os Museus Reais de Turim, o Duomo de Milão e o Palácio Reggia di Caserta, na Itália; o HangangArtPark, na Coreia de Sul; ou o Festival Hecho en Casa, em Santiago de Chile; entre outros. Além disso, as suas obras estão representadas em alguns dos museus e coleções de arte mais reconhecidos a nível internacional, como o Museu Kampa (em Praga), o Heydar Aliyev Center projetado por Zaha Hadid em Baku (Azerbaijão) ou o Indianapolis Museum of Modern Art (Estados Unidos da América).