Pela 9ª vez, o Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários, iniciativa conjunta da Associação Portuguesa de Escritores e Câmara Municipal de Loulé, abre as candidaturas aos autores e respetivas publicações que se tenham destacado neste estilo literário.
O Prémio destina-se a galardoar anualmente uma obra em Português, de autor português, publicada em livro e em primeira edição, no ano anterior ao da sua entrega (neste caso referente a 2023), nos domínios da crónica e dos dispersos literários reunidos em volume.
A partir desta quarta-feira, 24 de janeiro, os candidatos deverão enviar cinco exemplares da obra à APE (Rua de S. Domingos à Lapa, 17 – 1200-832 Lisboa), destinados aos membros do júri e à Biblioteca Municipal Sophia de Mello Breyner Andresen, em Loulé, devendo ser entregues até 21 de fevereiro.
Para premiar o vencedor será atribuído um valor pecuniário de 15 mil euros.
A direção da APE designará os três elementos que constituirão o júri. No prazo de trinta dias será deliberada a decisão final do júri.
A entrega do Grande Prémio ao autor galardoado ocorrerá numa cerimónia pública em Loulé, integrada nas comemorações do Dia do Município (9 de maio).
Recorde-se que esta iniciativa alcançou já um lugar de destaque nas Letras portuguesas, sobretudo pelos prestigiados autores que receberam o Prémio ao longo dos anos, como José Tolentino de Mendonça, Lídia Jorge ou Miguel Esteves Cardoso.
“Um verdadeiro contributo para a valorização da fotografia no panorama cultural português”
A exposição “50 anos – 50 Retratos”, que celebra os 50 anos de elevação de Almada a cidade, foi inaugurada este sábado, dia 25 de novembro, no Fórum Romeu Correia, com casa cheia. 50 retratos de almadenses, registados por 25 fotógrafos nacionais (nomes consagrados e emergentes da fotografia, entre os quais fotógrafos almadenses), habitam agora nas praças, ruas e outros locais emblemáticos de Almada, até 25 de janeiro, tornando a própria cidade uma galeria.
Mário Cruz, fundador da Narrativa e responsável pela curadoria da exposição, considera que esta exposição é“um verdadeiro contributo para a valorização da fotografia no panorama cultural português”, enquanto forma de expressão e comunicação. A mostra oferece diferentes perspetivas e olhares sobre a cidade e a diversidade das suas gentes.
“Conseguimos criar esta exposição através da diversidade dos próprios rostos, mas também da diversidade autoral”, afirmou Mário Cruz na inauguração, salientando que “o retrato, diz-nos tanto sobre o que vemos, mas também sobre o próprio autor”.
Mário Cruz referiu que “ao longo do processo de montagem, foram muitos os almadenses que, de uma forma curiosa, acompanharam os diferentes passos partilhando o seu entusiasmo de reconhecerem várias pessoas retratadas e por verem a cidade ganhar uma nova forma com esta exposição, partilhando eles próprios diferentes histórias connosco. Cada retratado tem a sua história e cada autor tem o seu trajeto. No momento da fotografia, inconscientemente, as suas histórias cruzaram-se com o objetivo de celebrar o tempo, o passado e o presen te e hoje para o futuro o que foi construído é memória, algo que a fotografia consegue contribuir de uma forma muito própria”.
“Essa construção só foi possível devido ao contributo de cada autor, mas também ao trabalho colaborativo entre a Narrativa e a Câmara Municipal de Almada”, referiu Mário Cruz, agradecendo “a todos os fotógrafos presentes neste projeto, mas também a todas as pessoas que foram retratadas, porque só dessa forma é que nós conseguimos valorizar esta exposição a este ponto”.
Inês de Medeiros, presidente da CMA, agradeceu o empenho de todos nesta “extraordinária exposição” e partilhou que hoje se “cumpriu o sonho de encher esta cidade de fotografias”.
“Nenhuma cidade se faz sem aqueles que são os mais fundamentais, que são as suas pessoas. Nós hoje celebramos 50 pessoas de Almada, umas mais conhecidas outras menos, mas que mostram a extraordinária riqueza, diversidade, mas sobretudo a generosidade de Almada. São estas pessoas que hoje constroem Almada e fazem de Almada o que ela é”, afirmou.
“Esta exposição celebra os 50 anos da cidade Almada, mas celebra também os 50 anos da nossa liberdade e celebra sobretudo algo que não podemos perder, que é o sentido da proximidade, o sentido da humanidade, o sentido do respeito pela diversidade, o sentido de comunidade. Esta exposição é isso mesmo, e foi isso que sonhámos: foi criar referências de comunidade, afirmar espaços como espaços de todos e onde todos são bem-vindos”, defendeu a autarca, concluindo que “a fotografia é uma obra de arte de uma ligação imediata e registo histórico fantástico. Acho que todos nós vamos ver, conhecer e reconhecer muita gente. Esta é sem dúvida, uma exposição de afetos, de memórias, de reencontros e de grande esperança para o futuro, que é dessa esperança que precisamos todos nós neste momento”.
À inauguração da exposição seguiu-se uma visita guiada por cinco dos 14 locais onde estão expostas fotografias de diferentes formatos.
Novo disco do Maria João & Carlos Bica Quartet apresentado nas FNAC Sessions
O disco que junta Maria João e Carlos Bica será apresentado no dia 25 de Janeiro às 18h30 nas Fnac Sessions na Fnac Chiado.
"Este disco é um reencontro, um olhar para o passado, mas este não é apenas um exercício de nostalgia: esta é uma música feita agora, neste tempo, por músicos veteranos que se servem da sua experiência, maturidade e saber para criar arte. E este disco faz jus à história dos envolvidos, com uma música bela que, em alguns momentos, chega a ser emotiva. " - Nuno Catarino na jazz.pt
Música registada em palco por pessoas em sintonia absoluta. Musica criada em intensa partilha com aplausos a recompensarem a entrega coletiva. Música viva, portanto. (...) "Close to You" é também feliz encontro de gerações, já que os líderes chamaram para a sua beira o pianista João Farinha e os guitarristas Gonçalo Neto e André Santos. Juntos, os cinco artistas criaram música de delicada sofisticacao. de funda força espiritual, capaz de transformar um standard como Norwegian vood em magica matéria diáfana que nos envolve e faz sonhar com filmes que nao existem ainda. E depois reduzir ao essencial a maravilhosa “What a Wondeful World", com as cordas de Bica e Maria João em diálogo tão delicado que comove.“ - Rui Miguel Abreu no Expresso
Passados mais de 35 anos sobre os primeiros encontros, Maria João e Carlos Bica voltam a partilhar um projeto musical, desta feita com a cumplicidade de alguns dos mais talentosos músicos de uma nova geração na cena portuguesa, como o João Farinha, o Gonçalo Neto e o André Santos.
Os caminhos de João e Bica cruzaram-se muito cedo (década de 80), tendo ficado esses encontros registados em trabalhos discográficos como Conversa (1986) e Sol (1991). Depois de 10 anos a tocarem juntos e muitos concertos pelo mundo fora, os seus caminhos separaram-se.
Carlos Bica: "Quis o destino que a Maria João e eu nos tivéssemos encontrado no início das nossas vivências musicais. Juntos fizemos as nossas primeiras incursões musicais pela Europa, o que na altura (finais de anos 80’) era uma verdadeira proeza. Tocámos juntos em várias formações lideradas pela Maria João, mas a determinada altura, cada um de nós sentiu uma vontade mais forte de partir para a descoberta de si próprio e foi então que os nossos caminhos tomaram rumos diferentes, eu fui viver para a Berlim, onde nasceu o meu primeiro projecto como líder (o trio Azul) e a Maria João deu na altura início a uma longa parceria com o Mário Laginha."
Maria João: "Este reencontro começou depois do Carlos ir ver um concerto meu no Hot Clube. Numa conversa de amigos, tentámos chegar ao que pensamos ser aquilo que seria a música que faríamos juntos, neste momento. Com o crescimento que cada um de nós teve ao longo dos anos, às vezes é difícil pensar como nos devemos encontrar na música. Acabamos por encontrar esta ideia de fazer musica que (talvez) reflita aquela altura em que nós conhecemos e nos demos muito. Ou de algo que está mais próximo dessa ideia."
Carlos Bica: "Trinta anos mais tarde voltámos a encontrar-nos e a vontade de fazermos de novo algo juntos foi mais forte. Foi então numa conversa de amigos que surgiu o nome de Burt Bacharach, por quem ambos temos uma enorme admiração, e que serviu de motivo para fazer nascer um novo projecto, em que com grande liberdade criativa revisitamos algumas das mais incríveis canções do cancioneiro anglo-saxónico, às quais mais tarde juntámos alguns originais da nossa autoria."
O feliz reencontro acontece com temas escolhidos a dedo, resultado de vários concertos que foram gravando e que agora estão reunidos em disco, com edição da JACC Records, de Coimbra.