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Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

City Cortex: um museu a céu aberto onde a cortiça tem destaque na construção do futuro

Gabriel Calatrava  – “Onda”. foto 764, Créd

Até final de novembro, oito instalações de arquitetura e design em espaço público de arquitetos e designers de prestígio mundial estão expostas em Belém e na Trafaria, unindo as margens do Tejo.

O público é convidado para uma experiência imersiva, interagindo com as peças expostas e descobrindo as potencialidades de um dos mais sustentáveis materiais que a natureza oferece, a cortiça.

 

Está lançado City Cortex, o programa pioneiro de pesquisa cultural, que mobilizou sete arquitetos e artistas de renome internacional – Eduardo Souto de Moura, Elizabeth Diller, Dominic Leong, Gabriel Calatrava, Jessica Walsh, Stefan Sagmeister e Yves Béhar – em prol da construção das cidades do futuro e, privilegiando a sustentabilidade, criaram projetos originais para espaços públicos e semi-públicos, a partir da matéria-prima cortiça. City Cortex  produzido pela Corticeira Amorim, com o apoio à  produção da Artworks, curadoria de Guta Moura Guedes e desenvolvimento da experimentadesign.

 

As oito propostas criativas City Cortex inauguradas estão instaladas nas zonas ribeirinhas das margens norte (Belém) e sul (Trafaria) do Tejo, criando um museu a céu aberto, onde a cortiça se destaca no espaço público.

 

Através de uma experiência imersiva, o público é convidado a conhecer as diferentes abordagens, assim como vivenciar, interagir e descobrir as inúmeras potencialidades da cortiça. Orientada pelo mapa disponível no sitedo City Cortex, a experiência pode começar tanto em Belém, como em Almada, onde se encontra a“Onda”, de Gabriel Calatrava - Collaborative Architecture Laboratory, que cria um espaço de lazer na Trafaria e, em parceria com a EDA - Ensaios & Diálogos Associação, convida a população a partilhar cadeiras que tenham guardadas e sem uso, reabilitando-as com a aplicação de cortiça, e disponibilizando-as no espaço expositivo. Uma ação participativa da comunidade local que promove a reutilização e a reciclagem.

 

As restantes sete peças estão instaladas em Belém, designadamente "Second Skin" (Diller Scofidio & Renfro), que promove uma biblioteca comunitária ao ar livre construída em árvores, "Life Expectancy” (Stefan Sagmeister), que reabilita o túnel pedonal de acesso ao Padrão dos Descobrimentos e enaltece as conquistas positivas da espécie humana, “Conversadeira II” (Eduardo Souto de Moura), um assento público que convida a uma conversa intimista entre duas pessoas, assim como a série “Cork Bottles“ (Jessica Walsh), uma solução com sentido de humor para reduzir o ruído dentro de um restaurante ou outro espaço público/semi-público, invertendo os materiais, passando o vidro a ocupar lugar da rolha e a cortiça o espaço antes atribuído ao vinho na garrafa, “Humpbacks” (Stephan Sagmeister) que desenvolve  um colchão flutuante ecológico produzido a partir de esferas de cortiça, tirando partido da propriedade flutuante do material,  as cores usadas procuram sensibilizar o público para as ameaças ao crescimento da população mundial de baleias Jubarte no Oeste do Pacífico Sul, e incentivar hábitos mais sustentáveis. Importa ainda conhecer a “Port_All” (de Yves Béhar), inspirada na Torre de Belém, construída em 1519, e que propõe um momento de transição que vem reforçar a ideia de acolhimento que tão bem define o perfil da capital portuguesa.  E, por fim, “Lily Pad” (de Leong Leong), que, inspirado pela ideia da cidade como espaço lúdico e de recreio, utiliza um aglomerado natural de cortiça para criar elementos esculturais que definem uma nova paisagem micro-urbana para um público de todas as idades, propondo uma nova paisagem sensorial, aberta à experimentação.

 

António Rios de Amorim, CEO da Corticeira Amorim, explicou que “através deste projeto, ambicionamos uma reflexão inusitada e interpeladora sobre a cortiça e a forma como pode aumentar a qualidade de vida nos espaços urbanos, promover a sustentabilidade e a interação com o meio natural, fomentar a socialização das comunidades, promovendo e valorizando a utilização da cortiça no quotidiano dos designers e arquitetos do mundo.”

 

“De Portugal para Mundo, unindo duas cidades e as duas margens do Tejo, Belém e Trafaria, o City Cortex exemplifica bem o nosso propósito de colocar a cortiça e as soluções que desenvolvemos ao serviço do bem-estar das pessoas e das comunidades.”, acrescentou.

 

Guta Moura Guedes referiu que “City Cortex é um programa totalmente pensado e produzido em Portugal. Usa um dos materiais sustentáveis que mais caracterizam a nossa paisagem social, económica, ambiental e cultural - a cortiça, oferecendo aos cidadãos 8 instalações desenhadas para melhorar o espaço público e colectivo. Une as duas margens do rio Tejo, desafiando quem passa por Belém ou pela Trafaria, a experimentar esta articulação entre arquitectura, design e as propriedades da cortiça de um modo inovador e visionário. Neste ou noutros pontos do mundo, o City Cortex transporta a experiência do espaço colectivo, da cidade, para um outro patamar.”

 

A inauguração do City Cortex contou com a presença dos criativos envolvidos, que apresentaram os seus projetos aos convidados e partilharam a experiência de trabalhar um material como a cortiça. 

 

Eduardo Souto Moura – “Conversadeira II”

«Desde o início da minha atividade como arquiteto tenho utilizado, e com sucesso, a cortiça em ladrilhos, como “Mosaicos” de pavimento. Este protótipo vai funcionar como um teste para vermos o seu comportamento, que já sabemos que é altamente resistente e isolante, contra o tempo e o uso»

 

Diler Scofridio – “Second Skin”

«A instalação explora o potencial natural da sustentabilidade da cortiça num contexto urbano. “Second Skin” amplia a Biblioteca de Belém a um jardim público adjacente, através de um olhar atento sobre as várias manifestações possíveis da árvore – organismo vivo, local de sombra, material de construção e matéria-prima de impressão das obras literárias mais marcantes da nossa civilização»

 

Gabriel Calatrava – “Onda”

«O nosso estúdio criou a peça “Onda” com o objetivo de reforçar a identidade emergente da localidade, enquanto comunidade que valoriza os seus espaços públicos, e a promoção da vida cívica. A cortiça é um material fantástico para o contacto direto com o público utilizador, devido à sua flexibilidade, resistência e suavidade ao toque».

 

Leong Leong - “Lily Pad”

“O nosso projeto para o City Cortex reflete sobre a possibilidade de os equipamentos urbanos serem produzidos em cortiça. É uma forma de amenizar a dureza da paisagem da cidade, tendo em conta as diferentes exigências de cada corpo para se sentir confortável nos espaços urbanos”.

 

Jessica Walsh e Stefan Sagmeister – “Life Expectancy”, “Cork Bottles” e “Humpback”

“Ficámos impressionados com o número de potenciais usos e aplicações que a cortiça proporciona. É um material não só bonito como sustentável e, por esse motivo, esperamos que a sua aplicação seja cada vez mais comum no futuro. Oportunamente, todos os materiais utilizados no espaço público serão escrutinados do ponto de vista da sua sustentabilidade, pelo que a cortiça passará a ser dos primeiros a considerar.”

 

Yves Béhar –“Port_All”

«O conceito da torre “Port_All” assenta na ideia de uma receção acolhedora e de um espaço protetor. E a cortiça é o material perfeito para expressar estas qualidades».

 

 

 

Sobre o City Cortex

City Cortex é um projeto pioneiro, de cariz internacional e raiz cultural, que explora a interseção entre contextos urbanos contemporâneos e uma das matérias-primas mais versáteis e sustentáveis que a Natureza tem para oferecer: a cortiça. Perceciona a cidade como um organismo vivo e dinâmico, atendendo aos desafios urbanos do século XXI, onde temas como segurança, proteção, coesão social, conforto, fruição, participação, sustentabilidade e gestão de recursos são absolutamente essenciais.

 

A cidade é percecionada no City Cortex como um organismo vivo e dinâmico, atendendo aos desafios urbanos do século XXI, onde temas como segurança, proteção, coesão social, conforto, fruição, participação, sustentabilidade e gestão de recursos são absolutamente essenciais.