AMA-SAN 海女さん | Comunidade feminina japonesa retratada em fotografia | Museu do Oriente
Exposição AMA-SAN 海女さん
Comunidade feminina japonesa retratada em fotografia
(até 24 de Junho)
No Japão, há vários séculos que o mergulho para colher algas, ouriços, abalones, ostras e pérolas do fundo do mar, tem vindo a ser assegurado por mulheres, as Ama-San, um modo de vida singular captado nas fotografias de Cláudia Varejão, para ver no Museu do Oriente, de 26 de Junho a 30 de Agosto.
Resultado de duas viagens ao Japão, uma das quais ao abrigo de uma bolsa da Fundação Oriente, este conjunto de 180 imagens - entre grandes formatos, slides e várias séries - retrata as comunidades das vilas piscatórias de Wagu, Ijika, Oosatsu e Toushijima.
Os rostos e locais são registados como notas pessoais da autora, num olhar que revela um estudo cinematográfico a par do seu valor etnográfico. As Ama-San mergulham sem o auxílio de botija de ar, ou qualquer outra ferramenta que potencie a capacidade de permanecer debaixo de água, levando o corpo aos limites, em mergulhos que podem atingir os 20 metros de profundidade e os dois minutos de submersão.
A exposição é a primeira apresentação ao público de um projecto alargado de Cláudia Varejão sobre as Ama-San, que compreende ainda a publicação de um livro de fotografias - a lançar na inauguração da exposição - e uma longa-metragem, com estreia a agendar.
Com menções na literatura e poesia japonesas que remontam ao século XI (no famoso Livro de Cabeceira, de Sei Shonagon), durante a era Tokudawa (1603 a 1868), o potencial económico da actividade das Ama-San colocou-as sob protecção imperial. Depressa se tornaram pescadoras migratórias, percorrendo pontos estratégicos ao longo da costa, em barcos, com marido e filhos, assegurando o sustento de todos.
As Ama-San vivem desde então uma vida independente dentro da sua comunidade e tecem, entre si, laços de irmandade. Conquistaram o estatuto de colectoras e cuidadoras, questionando não só o papel da mulher na sociedade oriental como a própria natureza feminina. As idades das mulheres que ainda hoje mergulham situam-se entre os 50 e os 85 anos.
A inauguração da exposição, a 25 de Junho, pelas 18.30, será também a ocasião para o lançamento de um livro de fotografias, numa edição de autor de apenas 300 exemplares numerados. Com uma encadernação típica japonesa em gosguin cho, técnica conhecida no Ocidente como leporello, este livro em harmónio, feito quase exclusivamente à mão, integra 39 das imagens em exposição.
Natural do Porto, Cláudia Varejão estudou Cinema no Programa de Criatividade e Criação Artística da Fundação Calouste Gulbenkian, em parceria com a German Film und Fernsehakademie Berlin, na Academia Internacional de Cinema de São Paulo e Fotografia na AR.CO. É autora da curta documental Falta-me/Wanting e, recentemente, tem-se dedicado à ficção, com a trilogia de curtas-metragens Fim-de-semana/Weekend, Um dia Frio/Cold Day e Luz da Manhã/Morning Light. Encontra-se em fase de pós-produção da sua primeira longa-metragem e, para além do percurso como realizadora e fotógrafa, trabalha regularmente como montadora e directora de fotografia para cinema.
Exposição Ama-San 海女さん
26 de Junho a 30 de Agosto
Inauguração e lançamento do livro: 25 de Junho | 18.30
Terça-feira a domingo: 10.00-18.00
(à sexta-feira o horário prolonga-se até às 22.00)
Encerra à segunda-feira
Preço: € 6,00
Museu do Oriente, Avenida Brasília | Doca de Alcântara (Norte) | 1350-362 Lisboa
Tel.: 213 585 200 | E-mail: info@foriente.pt
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Margarida Pereira