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Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

Casa da Memória de Guimarães comemora 1º aniversário (22 a 25 abril)

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Um ano passado sobre a abertura da Casa da Memória de Guimarães,

a efeméride é assinalada com um programa especial

 

Um ano volvido sobre a abertura da Casa da Memória de Guimarães (CDMG), a efeméride é assinalada com um programa desenhado para o propósito. Visitas especiais e temáticas, conversas e oficinas, fazem parte de um programa que o convida a visitar a Casa e conhecer e reconhecer  a cidade e o concelho de Guimarães.

 

Inaugurada a 25 de abril de 2016, a Casa da Memória de Guimarães é um centro de interpretação e conhecimento que dá a conhecer, através da exposição “Território e Comunidade”, a memória de um lugar e vários dos seus prismas. Situada na antiga fábrica de plásticos Pátria, na Av. Conde Margaride, é um local de encontro, acolhimento, partilha e reflexão sobre Guimarães: no espaço expositivo da Casa da Memória poderá encontrar imagens, histórias, documentos e objetos que permitem conhecer diferentes aspetos da comunidade vimaranense através de um largo arco temporal: da Pré-História à Fundação da Nacionalidade, passando pelas Sociedades Rurais e Festividades e Industrialização do Vale do Ave, até à Contemporaneidade. Mais do que uma visita, a Casa da Memória oferece aos visitantes uma experiência, através de uma viagem por memórias coletivas e individuais.

 

O programa especialmente desenhado para a comemoração do 1º aniversário da CDMG começa no sábado, dia 22 de abril, às 16h30, com a inauguração do Repositório da Casa da Memória: um espaço de construção, reflexão e investigação de acervos digitais – o primeiro deles a Colecção de Fotografia da Muralha, Associação de Guimarães para a Defesa do Património que, depois do projeto Reimaginar Guimarães, na Capital Europeia da Cultura, encontra agora novo abrigo.

 

Após um breve momento inaugural, o Repositório acolhe, às 17h00, a primeira sessão de “Memórias da Memória”: um ciclo de conversas com especialistas – do arquivo à psicanálise, da história à ficção – que nos dão a conhecer e a compreender os vários lados e formas da memória. Maria Matos Graça inaugura este ciclo de conversas abordando experiências de pensamento para pensar a nossa experiência consciente. Questões clássicas sobre a relação entre mente e cérebro serão o tema central de uma conversa que procurará desafiar as intuições mais imediatas que temos sobre o que é a mente e a identidade individual.

Ao mesmo tempo da conversa com Maria Matos Graça, a Casa da Memória desafia os mais novos a reinterpretar lugares da cidade de Guimarães, através de jogos e exercícios de memória que resultam na construção de fanzines. Este será o tema central da oficina “MnemoZine”, orientada por Carina Oliveira.

 

No domingo, dia 23, às 11h00, como tem sido habitual, realiza-se mais uma edição dos Domingos em Casa, desta vez sob o mote “Memórias do Chão”. Uma oficina orientada por Vera Santos que se centra no corpo, no espaço e no movimento. Andar, parar, correr, saltar, sentar, acenar, olhar, dançar, são formas de (re)conhecer um espaço, de comemorá-lo, e de guardar memórias. O Largo do Toural surge como chão dessas memórias que se vão relacionar com os elementos da exposição da CDMG.

 

Na tarde de domingo, às 17h00, a Casa da Memória inaugura o ciclo de exposições temporárias “Memento (Lembra-te)”. Com objetos e imagens provenientes de coleções de instituições ou de particulares, a CDMG irá concretizar sucessivos momentos expositivos, de modo a aprofundar as referências dadas pela exposição nuclear, “Território e Comunidade”. A primeira mostra deste ciclo de exposições temporárias tem como título “Jantar de Domingo à tarde” e apresenta um conjunto de objetos e imagens provenientes das coleções particulares de António Oliveira (pai), António Oliveira (filho), Jorge Correia e da Delegação de Guimarães do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços. Fotografia, cerâmica, mobiliário e documentos permitem-nos recuar às primeiras décadas do século XX em Guimarães — a um tempo em que o mundo de trabalho estava em profunda transformação e o papel reivindicativo do operariado já se fazia sentir.

 

Entre 1901 e 1931, a Associação de Classe dos Empregados do Comércio de Guimarães convencionou o descanso semanal aos domingos, da parte da tarde. Como 'memento' deste decreto, passou a organizar um jantar comemorativo por ano. Naquela época, foi essencial lembrar a necessidade do descanso, numa sociedade que trabalhava de sol a sol. Com a realidade e dinâmica contemporânea do mercado de trabalho global, estaremos assim tão longe deste passado? E que reflexões poderemos fazer a partir dele para preparar o nosso futuro Descansaremos mais, ou menos, agora que vamos sendo paulatinamente substituídos pela inteligência artificial e pela robótica? A exposição poderá ser visitada até 15 de outubro. A entrada é livre.

 

Para assinalar a inauguração da exposição “Jantar de Domingo à tarde” será criado um jantar temático a partir das 18h30, onde se espera que sejam lembradas histórias estimuladas pelo que ali se expõe, e que as mesmas sejam contadas ao sabor do que se vai provando à mesa. O jantar carece de inscrição prévia e tem um custo de 20,00 euros por pessoa.

 

Na noite de segunda-feira, às 22h00, a Casa da Memória propõe uma conversa sobre o Dia da Liberdade. “Onde estava no 25 de abril de 1974?”: a pergunta ficou célebre na caricatura de Herman José a Baptista Bastos e agora é tempo de lhe dar resposta, derivando do plano do humor para o vasto campo da memória. O que fazíamos? O que lembramos? Este é um encontro coletivo na sala do Repositório da CDMG, onde se ouvirão as memórias de um dia inesquecível.

 

No dia 25 de abril, um ano volvido desde a sua inauguração, a Casa da Memória será um espaço habitável por todos quantos queiram conhecer os cantos da Casa. Com atividades em modo contínuo de manhã e de tarde, todos terão a oportunidade de visitar e de experimentar, à medida dos seus interesses, um programa que estimula a descoberta, a pertença e a participação, partindo das referências dos visitantes para a fruição e conhecimento dos conteúdos presentes no discurso expositivo da Casa da Memória.

 

Entre as 10h00 e as 13h00, os participantes poderão criar uma “cidade de pernas para o ar” e fazer doces ou biscoitos. Entre as 15h30 e as 18h30, poderão contar contos e acrescentar pontos, mexer o corpo e inventar instrumentos. Ao longo de todo o dia, poderão também bordar como em Guimarães se faz, sentar numa roda de oleiro para sentir o barro e visitar as exposições permanente e temporária. Todas as atividades têm entrada livre.

 

Para encerrar o programa de celebração do primeiro ano de existência da CDMG, o “Espalha Memórias” revela-se pela primeira vez ao público. Numa sessão “zero” especial, o ponto de encontro será no Largo do Toural, às 16h00, para um percurso cheio de novidades e reminiscências que marcarão a memória de todos. O final será na Casa da Memória para uma conversa junto a um objeto da exposição, numa celebração coletiva do aniversário e da Liberdade. “Espalha Memórias” é um programa de visitas a partir da Casa da Memória de Guimarães. Da Casa para a memória ou da memória para a Casa, os participantes serão convidados a conhecer diferentes percursos, com histórias, tradições, novidades e gente de cá e lá. De maio a setembro, uma vez por mês, Guimarães descobre-se ou redescobre-se através deste programa: do Património Industrial ao Mundial, das Gualterianas a D. Afonso Henriques, por trás das portas, para beber um copo ou para folhear um álbum de retratos. Sempre em boa companhia e muita partilha.