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Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

Centro Cultural Vila Flor comemora 11º aniversário durante todo o mês de setembro

 

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No Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, setembro significa início, reencontro e celebração. E também oportunidade para dar forma ao futuro. Início, porque uma nova temporada artística se anuncia. Reencontro, porque é o regresso à cidade e à vivência em comunidade. E celebração, porque o CCVF avança para o ano onze da sua existência. Ano ímpar e capicua. Por isso mesmo, o mês inteiro é dedicado à celebração.

 

Como já é hábito, a nova temporada do Centro Cultural Vila Flor abre com uma convocatória de caráter ritualista dos tempos modernos, o Manta, logo no primeiro fim de semana do mês. Um encontro no jardim que liga o Palácio Vila Flor ao Centro Cultural, para se estender a Manta e sentir o poder universal da música de forma livre, próxima e jubilatória. Um conceito muito especial que congrega artistas e público para o centro das manifestações artísticas, num anfiteatro natural com cenário arquitetónico singular.

 

No dia 02 de setembro, o Manta chama ao palco os Capitão Fausto que trazem o novo álbum, “Capitão Fausto têm os dias contados”. Um disco sublime, com letras assertivas, mas que não perdem um certo lirismo. Um dos mais belos discos do ano ganha vida em cima da frescura da relva. Antes de Capitão Fausto, o evento recebe Valter Lobo.

Na noite seguinte, 03 de setembro, uma lenda viva do rock atua no idílico jardim do CCVF. The Thurston Moore Group, que tem à cabeça o líder da mítica banda Sonic Youth, mostra que o seu entusiasmo em fazer grandes músicas permanece intacto. O músico apresenta, com a sua banda, o mais recente trabalho, “Rock’N’Roll Consciousness”. Alek Rein é o primeiro a subir ao palco nessa noite.

 

Do jardim para o Grande Auditório, em dia de aniversário do CCVF, 17 de setembro, evoca-se um ícone da cultura europeia, Edith Piaf, através da música teatral dos magníficos The Tiger Lillies, que acabam de publicar o seu mais recente trabalho com base no legado da cantora, assinalando também o centenário do seu nascimento. Uma obra imortal revisitada em tons contemporâneos por um trio altamente sedutor em concerto único. O universo de The Tiger Lillies é negro e peculiar, com momentos que passam pela tristeza profunda, pela beleza imensa ou ainda por um humor controverso. Para assinalar o seu 11º aniversário, o Centro Cultural Vila Flor oferece ao público este concerto, que aqui se apresenta em estreia nacional. A entrada é livre mediante o levantamento prévio de bilhetes.

 

E como um aniversário sem festa se configuraria numa celebração incompleta, o CCVF abre espaço à dança e ao regresso de Paulo Ribeiro. No dia 24 de setembro, o Grande Auditório acolhe “A festa (da insignificância)”, criação que se assume como uma festa, na qual o coreógrafo tem a pretensão de dar corpo às motivações interiores e secretas, dar corpo à utopia, à expetativa e à vontade de criar uma plataforma de entendimentos e cumplicidades. Também este espetáculo é uma comemoração em si mesmo, ao marcar os 20 anos da companhia do coreógrafo que aqui comprova estar em grande forma criativa.

 

No fecho da celebração de mês inteiro, teremos teatro. Uma estreia absoluta em regime de coprodução, “Força Humana”, apresenta-se no dia 30 de setembro, na Black Box da Plataforma das Artes e da Criatividade. A peça parte da experiência sentida na Capital Europeia da Cultura através da leitura de “Os Lusíadas” por António Fonseca, que agora utilizando esse património se lança em nova criação com outro ator, José Neves, e música de Paulo Furtado. Um lastro interessante que vem de 2012 e agora se volta a manifestar de outra forma original num incessante processo de construção imaterial. “Força Humana” parte do desejo de encontrar, na vastidão do poema épico, as pistas de decifração do Portugal contemporâneo.

 

Ainda no âmbito deste espetáculo, o Serviço Educativo programa, nos dias 26 e 27, às 18h00, “Ler|Dizer Os Lusíadas”, uma oficina direcionada para professores e alunos do ensino secundário. Na primeira sessão da oficina, António Fonseca fará uma introdução geral ao poema e ao modo de abordagem, centrado na oralização e na apropriação da linguagem poética. Segue-se um trabalho prático, orientado por António Fonseca e José Neves, que incluirá a leitura partilhada e o ensaio de dois episódios escolhidos.

 

Assim traduzimos e transferimos, dos artistas para o público, a força da criação e a competência das várias artes na transformação de um território virado ao mundo, Guimarães, que celebra as suas raízes, reinventando-as. E se o onze é só um ponto de passagem para o doze... então que a jornada seja de vivência plena.