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Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

Cerca de 80 obras de Miguel D'Alte para ver até 30 de abril na Sociedade Nacional de Belas Artes | Entrada livre

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Exposição Retrospetiva(s): Capítulo VII até 30 de abril

 SOCIEDADE NACIONAL DE BELAS ARTES RECEBE

EXPOSIÇÃO DE MIGUEL D'ALTE, O "PINTOR MALDITO"

 *Exposição de entrada livre

 

A exposição Retrospetiva(s): Capítulo VII, sobre a vida e obra do pintor Miguel d’Alte (1954-2007), com curadoria de Helena Mendes Pereira, pode ser visitada até 30 de abril na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa. De entrada livre, reúne 79 obras do artista, produzidas após 1990, correspondendo ao período em que Miguel d' Alte se mudou para Lisboa.

O objetivo deste projeto e investigação sobre Miguel D'Alte é o de lançar um novo olhar sobre a obra do homem que ficou conhecido na nossa história recente como “pintor maldito”, um artista que viveu para a sua arte e que foi reconhecido pelo seu talento, tendo recebidos diversos prémios e sendo alvo de várias críticas de nomes como Bernardo Pinto de Almeida, Eduardo Paz Barroso, Fátima Lambert, Eurico Gonçalves, Rui Mário Gonçalves, entre outros.

“O Miguel era um pintor para pintores gostarem”, escreveu Mário Ferreira da Silva (Mazza), também pintor.

 

Sobre Miguel d’Alte, o “pintor maldito”

Miguel d'Alte nasceu em Braga a 2 de fevereiro de 1954. Ainda bebé foi morar com os pais para Moçambique de onde só regressa no final do ano de 1973. No Liceu da Beira é aluno de José Afonso por quem nutrirá, para sempre, profunda admiração.

Participa na sua primeira exposição coletiva, em Portugal, em 1975 e, em 1976 ingressa no Curso Geral de Pintura da Escola Superior de Belas Artes do Porto (atual FBAUP). É este o ano, o de 1976, que o pintor identifica como aquele em que iniciou o seu percurso "acidental e acidentado", numa autografia encontrada entre os seus apontamentos.

Em 2016, passados 40 anos, precisamente, sobre tal data, iniciou-se este projeto de exposições com o objetivo de promover a releitura da sua obra. "Pintor maldito", como o apelidou o pintor Henrique Silva, a história de Miguel d'Alte poderia assemelhar-se à de um Van Gogh. Em vida foi-lhe sempre reconhecido talento, fez várias exposições individuais, participou num sem fim de coletivas, ganhou prémios (sobretudo na década de 1980) e sobre ele escreveram importantes críticos como Bernardo Pinto de Almeida, Eduardo Paz Barroso, Fátima Lambert, Eurico Gonçalves, Rui Mário Gonçalves, entre outros. Miguel d'Alte viveu entre o Porto, Lisboa e Vila Nova de Cerveira. Em Lisboa morou durante de, aproximadamente, 1990 e 2002, tendo esta cidade marca e influência na sua produção artística. A exposição que se inaugura na Sociedade Nacional de Belas Artes dá enfoque, precisamente, à produção artística pós 1990 e até à sua morte, em 2007. 

Contudo, o pintor manteve sempre uma espécie de "alergia" ao mercado da arte e às tentativas de manipulação e mercantilização que considerava serem feitas do seu trabalho. Morreu de forma trágica, colhido por um comboio em Vila Nova de Gaia, entre os apeadeiros de Miramar e Francelos, na tarde de 24 de dezembro de 2007, véspera de Natal.

Sobre Helena Mendes Pereira

É curadora e investigadora em práticas artísticas e culturais contemporâneas. Amiúde, aventura-se pela dramaturgia e colabora, como produtora, em projetos ligados à música e ao teatro, onde tem muitas das suas raízes profissionais. É licenciada em História da Arte (FLUP); frequentou a especialização em Museologia (FLUP), a pós-graduação em Gestão das Artes (UCP); é mestre em Comunicação, Arte e Cultura (ICS-UMinho) e doutoranda em Ciências da Comunicação, com uma tese sobre Mercado da Arte no pós 25 de Abril de 1974. Atualmente, é chief curator da shairart e da galeria shairart dst (Braga) e integra a equipa da Fundação Bienal de Arte de Cerveira como curadora e no apoio à coordenação artística, tendo sido com esta entidade que iniciou o seu percurso profissional no verão de 2007. No âmbito da educação e mediação cultural orienta, regularmente, visitas a exposições e museus de Arte Contemporânea, tendo já lecionado o tema em várias instituições de ensino. É formadora sénior e consultora nas áreas da gestão, e programação cultural. Publica regularmente em jornais e revistas da especialidade, tais como o quinzenário As Artes entre as Letras, nas revistas RUA e UMBIGO, bem em catálogos sobre artistas e exposições.