Colapso: uma reflexão profunda sobre o impacto da humanidade na degradação do mundo pelas lentes de Flávia Montenegro.
'Colapso', a exposição convida a uma reflexão profunda sobre o impacto da humanidade na degradação do mundo pelas lentes de Flávia Montenegro.
No dia 30 de setembro, a fotógrafa brasileira Flávia Montenegro apresenta no espaço Debru, em Lisboa, a sua intrigante exposição intitulada "Colapso". Nos três pisos do espaço serão exibidas 35 fotografias capturadas em Portugal, Brasil, México, Chile e Croácia que correlacionam a subtileza do quotidiano com a história bíblica. Cada imagem convida o visitante a reflectir sobre como as decisões tomadas pela humanidade ao longo da história têm afectado a sociedade contemporânea.
"O mundo está a enfrentar um colapso devido às consequências das escolhas feitas pelo homem ao longo da evolução humana. Esta degradação manifesta-se de forma visível, através de desastres naturais e da persistente pobreza, por exemplo. No entanto, o meu objectivo com esta exposição é revelar como essas consequências também se manifestam de forma silenciosa, muitas vezes sem que estabeleçamos uma conexão directa com eventos históricos ou comportamentos socioculturais que ainda persistem", explica Montenegro.
O local da exposição foi escolhido com cuidado para reflectir a estrutura da obra, que se desenrola em três partes, que foram dispostas pelos três pisos do espaço Debru. Essa divisão permite que os visitantes acompanhem a narrativa criada pela artista.
No mezanino o público pode explorar o contexto geral do trabalho que estabelece um vínculo entre o divino e o humano, através de imagens do quotidiano que representam passagens bíblicas, como milagres e pragas. O objectivo é sugerir que a humanidade foi agraciada por Deus com inúmeras possibilidades, mas o homem tomou atitudes questionáveis, tornando o seu ambiente complexo e, em muitos casos, prejudicial para a sua própria existência.
Já o andar central exibe paisagens bucólicas da natureza, oferecendo um vislumbre de como poderia ser o mundo se a humanidade não tivesse desafiado Deus repetidamente.
Na cave, os visitantes contemplam imagens caóticas que representam as consequências dessas escolhas e, ao mesmo tempo, fotografias que transmitem a sensação de que ainda há oportunidade para tomar decisões e reverter a situação que a própria humanidade criou.