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Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

Concerto Luís Pipa

 

Depois de Mário Laginha, Pedro Burmester, Fausto Neves e Artur Pizarro, é agora a vez de Luís Pipa no ciclo de piano do programa Música em Matosinhos. O recital marcado para sábado, 15 de junho, às 19 horas, no Estúdio da Orquestra Jazz de Matosinhos (Avenida Menéres, 456), contará com a interpretação de peças de Mozart, Beethoven, Piazzolla e Óscar da Silva. A entrada para o concerto é gratuita.

 

Marcada por vestígios de influência barroca, a “Fantasia em Ré menor, K. 397”, que Wolfgang Amadeus Mozart escreveu em 1782, apenas viria a ser editada após a morte do compositor, com um final que se presume ser da autoria de August Eberhardt Müller. Luís Pipa interpretará, todavia, uma versão alternativa daquela que continua a ser uma das mais populares peças de Mozart, recuperando o espírito dramático e intimista da parte inicial da obra.

 

O recital prosseguirá com a sonata “Tempestade”, composta por Ludwig van Beethoven entre 1801 e 1802. Impetuosa e dramática, a “Sonata para Piano Nº 17 em ré menor, op. 31 nº 2” é constituída por três andamentos contrastantes, todos representado o mais sublime da escrita beethoveniana.

 

Do matosinhense Óscar da Silva, falecido em Leça da Palmeira em março de 1958, escutar-se-ão as sete peças que constituem o ciclo “Images”. A obra reflete o universo romântico da escrita pianística de tradição alemã, herdeira de Clara Schumann, com quem Óscar da Silva estudou em Leipzig. A pianista, viúva de Robert Schumann, considerou, aliás, que o português era um intérprete privilegiado da obra do seu falecido marido, cuja influência é notória neste ciclo de peças.

 

Para o final do recital está reservada a “Milongda del angel”, composta em 1965 pelo mestre e reinventor do tango argentino. A série dedicada ao anjo (angel) resultou de uma encomenda para uma peça de teatro estreada em 1962, na qual um anjo desce a um bloco de apartamentos de Buenos Aires com o intuito de purificar as almas dos seus moradores.

 

Luís Pipa tem, refira-se, uma extensa carreira a solo, tendo colaborado com grandes solistas, maestros e orquestras de renome. A sua interpretação tem sido descrita como “ sedutora”, “profunda” e “comovente” por diversas publicações internacionais, que destacam também a “profundidade, poder e nobreza” e a “magnitude e delicadeza de expressão” das suas atuações.

 

O ciclo de piano do programa Música em Matosinhos vai, recorde-se, decorrer até 29 de junho, seguindo-se a Luís Pipa recitais de Marta Meneses e Vasco Dantas. A Música em Matosinhos, programa de música erudita da CMM, acontece há mais de uma década e inclui este ano, entre outros, um conjunto de recitais também gratuitos do Quarteto de Cordas de Matosinhos nas igrejas do concelho, com o objetivo de descentralizar e democratizar o acesso e a fruição da música clássica.

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