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Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

E os nomeados para os Prémios Sophia 2017 são…

A Academia Portuguesa de Cinema divulgou ontem, dia 23 de fevereiro, a lista de nomeados para os Prémios Sophia e os Prémios Carreira 2017, numa conferência de imprensa que decorreu na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa.

Coube aos atores e membros da Academia Soraia Chaves e Albano Jerónimo a divulgação da lista de nomeados:

Melhor Filme

  • Cartas da Guerra, O Som e a Fúria
  • Cinzento e Negro, Fado Filmes e Luz Mágica Produções
  • A Mãe é que Sabe, Ukbar Filmes
  • Estive em Lisboa e Lembrei de Você, DAVID & GOLIAS e Refinaria Filmes

Melhor Documentário em Longa-Metragem

  • Mudar de Vida, José Mário Branco, vida e obra de Nelson Guerreiro, Pedro Fidalgo
  • O Cinema, Manoel de Oliveira e Eu de João Botelho
  • A Toca do Lobo de Catarina Mourão
  • Rio Corgo de Sérgio da Costa, Maya Kosa

Melhor Banda Sonora Original

  • Mário Laginha - Cinzento e Negro
  • Filipe Raposo - Refrigerantes e Canções de Amor
  • The Red Trio e Norberto Lobo - Aqui, em Lisboa - Episódios da Vida de Uma Cidade
  • Nuno Malô - A Canção de Lisboa

Melhor Canção Original

  • Refrigerantes e Canções de Amor, letra Sérgio Godinho e música Filipe Raposo - Refrigerantes e Canções de Amor
  • Sobe o Calor – letra de sérgio Godinho e música Filipe Raposo - Refrigerantes e Canções de Amor
  • Balada para uma dinossaura, letra e musica João Tempera - Refrigerantes e Canções de Amor
  • Será Amor – composição de Miguel Araújo - A Canção de Lisboa

Melhor Atriz Principal

  • Joana Bárcia - Cinzento e Negro
  • Margarida Vila-Nova - Cartas da Guerra
  • Ivana Baquero - Gelo
  • Ana Padrão - Jogo de Damas

Melhor Ator Principal

  • Miguel Borges - Cinzento e Negro
  • Filipe Duarte - Cinzento e Negro
  • Miguel Nunes - Cartas da Guerra
  • Albano Jerónimo - Gelo

Melhor Ator Secundário

  • Carlos Santos - A Mãe é que Sabe
  • Adriano Carvalho - A Mãe é que Sabe
  • Adriano Luz - John From
  • Ivo Canelas - Gelo

Melhor Fotografia

  • André Szankowski - Cinzento e Negro
  • João Ribeiro - Cartas da Guerra
  • Luís Branquinho - A Mãe é que Sabe
  • Rui Poças - O Ornitólogo

Melhor Argumento Original

  • Luís Filipe Rocha - Cinzento e Negro
  • Luís Galvão Teles, Gonçalo Galvão Teles e Luís Diogo - Gelo
  • Mário Botequilha, José Fonseca e Costa – Axilas
  • Roberto Pereira, Nuno Rocha - A Mãe é que Sabe

Melhor Atriz Secundária

  • Inês Castel-Branco - Gelo
  • Camila Amado - Cinzento e Negro
  • Manuela Maria - A Mãe é que Sabe
  • Dalila Carmo - A Mãe é que Sabe

Prémio Sophia Estudante

  • Marvin’s Island de António Vieira, Filipa Burmester, Pedro Oliveira
  • A Instalação do Medo de Ricardo Leite
  • Post-Mortem de Belmiro Ribeiro
  • Pronto, era Assim de Joana Nogueira e Patrícia Rodrigues

Melhor Direção Artística

  • Nuno G. Mello - Cartas da Guerra
  • Isabel Branco - Cinzento e Negro
  • Ana Paula Rocha e João Martins - Gelo
  • Joana Cardoso - A Mãe é que Sabe

Melhor Som

  • Ricardo Leal - Cartas da Guerra
  • Carlos Alberto Lopes, Elsa Ferreira - Cinzento e Negro
  • Olivier Blanc, Branko Neskov - Gelo
  • Pedro Melo,Tiago Raposinho e Tiago Matos - A Mãe é que Sabe

Melhor Realizador

  • Ivo M. Ferreira - Cartas da Guerra
  • Luís Filipe Rocha - Cinzento e Negro
  • José Fonseca e Costa - Axilas
  • Nuno Rocha - A Mãe é que Sabe

Melhor Guarda Roupa

  • Lucha d'Orey - Cartas da Guerra
  • Isabel Branco - Cinzento e Negro
  • Ana Paula Rocha e Sílvia Siopa - Gelo
  • Mia Lourenço - A Mãe é que Sabe

Melhor Maquilhagem e Cabelos

  • Nuno Esteves “Blue” - Cartas da Guerra
  • Sandra Pinto - Cinzento e Negro
  • Emanuelle Fèvre, Iracema Machado- Gelo
  • Ana Lorena, Natália Bogalho - Axilas

Melhor Montagem

  • Sandro Aguilar - Cartas da Guerra
  • António Pérez Reina - Cinzento e Negro
  • Pedro Ribeiro - Gelo
  • Paula Miranda - A Mãe é que Sabe

Melhor Argumento Adaptado

  • Ivo M. Ferreira, Edgar Medina - Cartas da Guerra
  • Hugo Vieira da Silva - Posto-Avançado do Progresso
  • José Barahona - Estive em Lisboa e Lembrei de Você
  • Julia Roy - Até Nunca

Melhor Documentário em Curta-Metragem

  • A Vossa Terra, João Mário Grilo
  • Balada de um Batráquio, Leonor Teles
  • António, Lindo António, Ana Maria Gomes
  • Portugueses do Soho, Ana Ventura Miranda

Melhor Curta-Metragem de Ficção

  • Menina De Simão Cayatte
  • Bastien, Welket Bungué
  • A Brief History Of Princess X, Gabriel Abrantes
  • Campo De Víboras, Cristèle Alves Meira

Curta-Metragem de Animação

  • Estilhaços, José Miguel Ribeiro
  • Fim De Linha, Paulo D’Alva
  • Última Chamada, Sara Barbas
  • A Casa Ou Máquina De Habitar, Catarina Romano

Prémio Mérito e Excelência

  • Ruy de Carvalho

 

Para além desta lista foram também divulgados os Prémios Carreira que, em 2017, serão entregues à atriz Adelaide João e ao diretor de fotografia Elso Roque. Os restantes vencedores serão conhecidos na cerimónia que decorre no dia 22 de março, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Os Prémios Sophia 2017 contam com uma extensa lista de patrocinadores que inclui o ICA – Instituto do Cinema e Audiovisual, a Nos Audiovisuais, a Joalharia Anselmo 1910, a Gedipe, Planar, o programa do Governo “Portugal Sou Eu”, a RTP, a Cinemateca Portuguesa, a IT People, a Garage, a Digital Mix, a Light Film, os solicitadores Raposo, Sá Miranda & Associados, a agência de comunicação Jervis Pereira, o Notário Pedro Nunes Rodrigues e José Pinto Ribeiro Fotografia.

 

Ruy de Carvalho

 

 

Ator

 

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Nasce em 1927, em Lisboa

Iniciou-se no teatro amador, em 1942, no Grupo da Mocidade Portuguesa, com a peça “O Jogo para o Natal de Cristo” encenado por Ribeirinho. A partir de 1945 frequentou o curso de Teatro/Formação de Atores no Conservatório Nacional que terminou em 1950 com 18 valores.

Profissionalmente estreia-se, em 1947, no Teatro Nacional, com a comédia “Rapazes de Hoje” de Roger Ferdinand. Em 1950 torna-se conhecido pela interpretação de Eric Birling na peça de Priestly, “Está lá Fora um Inspector”. A partir dessa data e até 1958 faz todas as temporadas de Verão no Teatro do Povo sob a direção de Ribeirinho.

Em 1961 funda o Teatro Moderno de Lisboa, com um grupo teatral de perfil progressista, que revelava autores nunca antes representados em Portugal. Em 1963, assume a direção artística do Teatro Experimental do Porto, onde realiza a sua única experiência como encenador, na peça “Terra Firme”, de Miguel Torga.

Ao longo da sua carreira integrou várias companhias de teatro, designadamente as companhias Laura Alves, Rafael de Oliveira e Maria Matos. Com elas efetua várias digressões ao Brasil e em África. Marca presença destacada no relançamento do Teatro Nacional D. Maria II e trabalha com Filipe La Féria em espetáculos que marcaram o teatro/revista como “Passa por Mim no Rossio” (1992), “Maldita Cocaína” (1994) e a “A Casa do Lago” (2002).

Durante o seu percurso profissional interpreta autores tão diversos como Molière, Tennessee Williams, Bernard Shaw, Anton Tchekov, D. Francisco Manuel de Melo, Eça de Queirós, Luís de Sttau Monteiro e Luiz Francisco Rebello, entre outros. Em 1998, sob a direção de Richard Cotrell, cumpre um velho sonho e protagoniza o clássico “Rei Lear” de William Shakespeare, integrado nas comemorações dos 150 anos do Teatro Nacional e dos 50 anos da sua carreira de ator.

A rádio e a televisão viriam também a desempenhar uma importância vital na sua vida profissional, com participações em inúmeras séries e telenovelas portuguesas, que o aproximaram muito do grande público.

Estreia-se no cinema em 1951, com apenas 24 anos, no filme “Eram 200 Irmãos” de Armando Vieira Pinto, mas foi nos anos 60 que o seu trabalho cinematográfico se tornou mais relevante. Entre os filmes mais marcantes destacam-se “Pássaros de Asas Cortadas” (1963) de Artur Ramos, “Domingo à Tarde” (1965) de António de Macedo que também o dirigiu em “A Bicha de Sete Cabeças” (1978), “O Cerco” (1969) de António da Cunha Telles, “Cântico Final” (1974) de Manuel Guimarães e “O Processo do Rei” (1990) de João Mário Grilo. Nos filmes de Manoel de Oliveira deixou a sua marca em “Non ou a Vã Glória de Mandar” (1990), “A Caixa” (1994) e “ O Quinto Império – Ontem Como Hoje” (2004). Participou também em teatros radiofónicos, “emprestou” diversas vezes a sua voz ao cinema e fez também vários trabalhos de dobragem de desenhos animados.

Recentemente, o ator participou nos filmes portugueses mais mediáticos de 2016, “A Canção de Lisboa” de Pedro Varela e “Refrigerantes e Canções de Amor” de Luis Galvão Teles.

Ruy de Carvalho foi seguramente um dos atores mais premiados em Portugal. Recebeu prémios de Imprensa para o Teatro em 1962, 1981, 1982 e 1986, prémios de Imprensa para o Cinema em 1965, 1966 e 1971 e prémios da Crítica Especializada em 1961, 1962, 1964, 1965 e 1981.

Em 1987 recebe o Prémio Garrett da Secretaria de Estado da Cultura, em 1998, é galardoado com o Globo de Ouro para Personalidade do Ano, tendo sido também vencedor do Prémio Luís de Camões da Universidade Lusíada e do Prémio Byssainha da Fundação Byssaia Barreto e em 1999 recebe o Globo de Ouro de Melhor Ator.

Considerado um dos mais importantes atores da sua geração, são várias as condecorações que recebeu ao longo do tempo - Medalha de Mérito Cultural, Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, Grande-Oficial da Ordem Militar de Santiago da Espada e Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

 

Adelaide João

 

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Atriz

Nascida em 1927, em Lisboa.

Foi uma das impulsionadoras da companhia de teatro profissional “Teatro o Bando”, que iniciou atividade em 1974, tendo posteriormente trabalhado com figuras maiores do cinema português como Ernesto de Sousa, José Fonseca e Costa, Manoel de Oliveira e Fernando Lopes, entre outros.

Com mais de 50 anos de carreira, Adelaide João, integrou inúmeras séries televisivas e telenovelas como “Vila Faia” em 1982, “Cacau da Ribeira” em 1987, “Olhos de Água” em 2000 e “Conta-me Como Foi” em 2009.

No cinema participou em mais de 60 filmes entre os quais “Dom Roberto” (1962) de José Ernesto de Sousa, “Antes do Adeus” (1977) de António Pedro Vasconcelos, “Amor de Perdição” (1979) e “Francisca” (1981) de Manoel de Oliveira e “Manhã Submersa” (1980) de Lauro António. Recentemente fez parte do elenco do filme “Os Gatos Não Têm Vertigens” (2014) também de António Pedro Vasconcelos, que venceu 9 galardões nos Prémios Sophia 2015, entre os quais de “Melhor Filme”, “Melhor Realizador”, “Melhor Ator” e “Melhor Atriz”.

Entre 1982 e 1994 Adelaide João integrou o elenco de algumas longas-metragens internacionais como “Le Cercle des Passions” (1983) de Claude d’Anna, “Exit-exil” (1986) de Luc Monheim, “Les Mediants” (1988) de Benoît Jacquot, entre outros.

 

 

 

 

 

Elso Roque

 

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Diretor de fotografia 

Nascido em 1939, no Seixal.

Iniciou a sua atividade profissional, aos 22 anos, como assistente de imagem de Luc Mirot, no filme “Verdes Anos”, de Paulo Rocha. No ano seguinte trabalha no filme “Le Pas de Trois”, de Alain Bornet, onde durante duas semanas fotografa sozinho.

Pouco tempo depois de ter frequentado um estágio no IDEHC, em Paris, é convidado por António de Macedo para fotografar “Domingo à Tarde”, um filme baseado na obra de Fernando Namora e assim, passados três anos, assina a sua primeira obra cinematográfica. A colaboração entre os dois seguiu-se por mais cinco filmes e no período da Cooperativa Cinequanon em mais seis documentários e telefilmes.

A sua passagem pelos Serviços Cartográficos do Exército, durante o serviço militar, é a rampa de lançamento para uma carreira de cameraman que nunca mais viria a largar.

No filme “Vacances Portugaise” de Pierre Kast, onde exerceu funções de segundo assistente, tem o seu primeiro contacto com a ficção. A direção fotográfica do filme estava a cargo de Raoul Coutard, que se celebrizou durante a «nouvelle vague», tendo Elso Roque tido oportunidade de conhecer as novas tendências fotográficas que dominavam o cinema francês da época. Foi ainda assistente de imagem de Augusto Cabrita no filme “Belarmino” de Fernando Lopes, e novamente de Raoul Coutard em “La Peau Douce” de François Truffaut, em 1964.

O reconhecimento do seu trabalho surgiu no momento em que florescia o Cinema Novo Português. O filme “Mudar de Vida”, de Paulo Rocha, (o segundo filme em que participou como Diretor de Fotografia) simboliza essa época. No período que se segue, trabalhou regularmente com Manoel de Oliveira e o seu trabalho em “Francisca” valeu-lhe vários prémios e reconhecimento internacional.

Entre muitos outros realizadores, colaborou com João Botelho nos filmes “Tempos Difíceis”, numa vigorosa fotografia a preto e branco, e mais recentemente em “Quem Ès Tu ?”, baseado na obra “Frei Luís de Sousa”.

Considerado um dos mais importantes diretores de fotografia do cinema português, da segunda metade do século XX, foi premiado na categoria de “Melhor Fotografia” com os filmes “Francisca” (1981) no Festival de Cinema Figueira da Foz, “Ana” (1982) pela Gente/Sete, “Vestido Cor de Fogo” (1985) no Festival Arcos de Valdevez, “Tempos Difíceis” (1988) pelo IPC – Instituto Português de Cinema, e “O Rio do Ouro” no Festival do Gramado Brasil.