El Corte Inglés recebe exposição do artista português Robert Panda
El Corte Inglés recebe dentro das suas lojas a arte urbana.
”I AM STUPID”, a mais recente exposição do artista português Robert Panda, nas lojas de Lisboa e Gaia
Da rua para dentro do Grande Armazém ou do espaço público para o espaço do público, estas grandes obras de artes, ou grandes “Estúpidos”, estarão em vários pisos dos Grandes Armazéns de Lisboa e Gaia Porto, interagindo com os visitantes.
O El Corte Inglés, através da sua marca Âmbito Cultural, pretende resgatar a tradição que sempre uniu os mercados à interpelação cultural. Trovadores, atores, músicos, pintores e escultores sempre convergiram para os locais onde se compravam e vendiam as sedas, as jóias e também as tâmaras e os sapatos.
A chamada arte urbana, arte de rua, em forma de mural, instalação ou melodia, é uma espécie de tatuagem que identifica e sinaliza os espaços. E mesmo quando confinados a museus, galerias ou recintos definidos, a arte tem sabido trespassar essas fronteiras e invadir o espaço onde encontra o seu público. Ora, o espaço público é todo o espaço do público. O espaço das pessoas. E foi, justamente, por esta razão, que o El Corte Inglés convidou Robert Panda a “entrar” pelas lojas adentro e, através das suas admiráveis criações, interpelar quem as visita.
Sobre o Artista português Robert Panda
O Estúpido é uma projecção da nossa própria estupidez. A minha inclusive. Apesar de ser uma figura inanimada, uma caricatura se quisermos, é seguro dizer-se que o Estúpido somos todos nós. Isto no sentido em que ele nos cativa com o objectivo de fazer-nos expressar a nossa estupidez. A nossa muito própria estupidez humana. Os animais podem parecer estúpidos, mas apenas os seres humanos conseguem ser verdadeiramente estúpidos.
O modo como o Estúpido reage e interage com o ambiente circundante é da maior importância. Assim como o modo como as pessoas se aproximam e brincam com ele, tornando-se uma parte integrante do quadro. Provas fotográficas das interacções entre as pessoas e o Estúpido são importantes. Tanto para as pessoas que interagem com ele, como para mim. Enquanto as pessoas observam o Estúpido, eu observo as pessoas a observar o Estúpido, ao mesmo tempo que acredito que o Estúpido observa-me a mim. É um ciclo interminável.
Às vezes gosto de fotografar o Estúpido sozinho, na sua, sem pessoas presentes. A relaxar na praia, a conviver com gaivotas amigáveis na lixeira, a andar num carrossel, apanhado a aliviar-se de uma comichão embaraçosa, ou simplesmente sentado à espera que o tempo passe numa qualquer esquina da cidade. Embora o Estúpido adore pessoas, também é importante para ele ter os seus momentos de privacidade de forma a recarregar as baterias, por assim dizer.