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Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

EMARP - Exposição DESCORTINAR - Instalação fotográfica de Tata Regala

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DESCORTINAR
Instalação fotográfica de Tata Regala

11 de junho a 19 de julho de 2019
Dias úteis das 8h30 às 17h30

Tata Regala é descrito por alguns colegas de artes como um artista plástico que frequentemente usa a fotografia como veículo de expressão. Com efeito, o próprio tem grande dificuldade em enquadrar-se no mundo das artes… Trabalha em Alto-mar como biólogo marinho e consultor ambiental mas é em terra que tenta ser alguém. Nessa tentativa vai tangenciando diversas formas de comunicação e expressão artística, passando pela fotografia, a escrita, a televisão, o teatro… É sobretudo um confesso rebelde, aborrecido com os materiais, com as formas, com os vetores convencionais de comunicação e a cada instante tenta quebrar algum conceito, levar quem aflui ao seu trabalho, um passo mais adentro. 
A fotografia está na sua vida desde berço ao ser filho de um colecionador de material fotográfico diverso. Ainda assim, só a partir da adolescência é que as máquinas deixaram de ser brinquedo para se tornarem “brincadeira séria”. Com atividade expositiva intensa nas duas últimas décadas, é caracterizado pela forma como unifica imagens em torno de temas conceptuais concretos, dando a cada tema uma importância claramente superior que à imagem particular. Nas palavras do próprio: “Uma exposição/instalação é uma unidade indivisível, ainda que sempre incompleta. Enquanto fotógrafo, não me cativa ser retalhista de imagens e por conseguinte tampouco me distraio com a vendabilidade de cada".
Tata Regala convida a que sejam muito mais que testemunhas, pelas obras apresentadas, das suas aflições, na convicção clara de que estas são iguais às de qualquer outro. Em evidente coerência, é nos demais que procura respostas à sua inquietação fotográfica.

DESCORTINAR

“De entremeio às pressões sociais de afora e os segredos da intimidade encontra-se uma cortina. Algo que coloco dedicadamente na minha janela para que passe a luz da rua mas não se desvele o reflexo do meu imo. De entremeio protejo-me, reduzo-me e sufoco-me com todos os crivos do que é apropriado, adequado, educado, oportuno... De entremeio estaria tudo isso, se não chegasses tu para me descortinar e eu aqui não estivesse para me revelar.”
“Descortinar” começou em 2012 como uma pesquisa sobre retrato; imagens recolhidas com a luz da janela da casa de cada um, na nudez das ideias, na ausência das vestes…
Perguntava:
O que escreverias na tua pele se fosse ela a tua folha de papel?
Lentamente tomou dimensões que ainda agora não abarco por completo. Durante os dois anos de recolha de imagens, surgiram questões como:
Até onde se estende o meu corpo?
O que escreve a vida em mim?
Que parte de mim é escultura e outra é aceitação?
Quanto da minha pele é outra, é barreira?