Exposição «All off» na Galeria SALA 117 prolongada até 28 de abril
O sucesso que tem constituído a exposição «All off», na Galeria SALA 117, no Porto, levou a que a exibição seja prolongada até ao próximo dia 28 de Abril. É mais uma oportunidade para visitar uma mostra com desenhos da autoria de Andreia Santana, Dayana Lucas, Diogo Tudela e Nuno Henrique e curadoria de Luís Albuquerque Pinho e Luís Pinto Nunes.
Partindo de uma seleção de projectos artísticos que compreendem um exercício de acção reflexo de um método de organização de conteúdos e elaboração de pensamentos, a exposição «All off» tem no desenho o seu foco principal, permitindo entender as lógicas de cada um dos autores.
De acordo com os curadores “quando observamos um desenho, conseguimos facilmente identificar as hesitações de quem o realizou, as alterações à forma que este sofreu, as suas definições de materiais e de expressividade”, lembrando que “são várias as características do desenho: o suporte, os materiais e técnicas, a gestualidade e maneirismo, que se tornam identitárias da tipologia do desenho e também do seu autor”.
A exposição «All off» observa esta questão da organização e sistematização de métodos de pensamento, resultantes da escassez de tempo disponível para fazer este exercício do ‘desenho’, que admite o erro e o estudo de hipóteses. As associações entre cada uma das obras em exposição vivem da lógica do pensamento e das suas lacunas, partindo de uma pureza muito objectiva dos materiais, luz, metal, papel e vidro, nos seus estados puros, transmitindo uma genuinidade de execução que se deixa envolver pela densidade de cada um.
Sobre os autores
Dayana Lucas nasceu em Caracas, em 1987, e foi um dos membros fundadores da Oficina Arara no Porto (com Miguel Carneiro, Luis Silva e a dupla de artistas Von Calhau!). Esta plataforma de produção representou, a partir de 2010, uma viragem na perceção pública da importância do experimentalismo possível no âmbito das artes gráficas, não só na vertente produtiva (pensando modos de produção próximos do DIY e na rentabilização social e artística desses mesmos meios de produção), como também tornando visível a presença de uma arte tendencialmente interventiva e anónima no espaço público.
Diogo Tudela nasceu no Porto, em 1987, e é programador e pesquisador independente cuja prática envolve ficção teórica, computação especulativa, práticas de simulação e mecatrônica. Concluiu a Licenciatura em "Som e Imagem" em 2009 e o Mestrado em Artes Digitais em 2011, ambos na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa. Tem exposto trabalho em eventos e espaços como "Future Places", "Serralves em Festa", "Olhares de Outono", "Semibreve Festival", "Projeto I.M.A.N.", Passos Manuel, Theatro Circo, Plano B, Gare e Maus Hábitos. Recentemente, concebeu e leccionou alguns workshops em Serralves.
Nuno Henrique nasceu no Funchal em 1982 e vive e trabalha entre Nova Iorque, Lisboa e a Ilha da Madeira. Em 2016 concluiu o programa de Mestrado em Belas Artes no Pratt Institute em Nova Iorque. Licenciou-se em Escultura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto (2005). Das exposições que participou destacam-se, as individuais, como «Revolver cobras e pedras», Módulo Centro Difusor de Arte, Lisboa (2017), «o livre uso dos elementos», Museu do Dinheiro-Banco de Portugal, Lisboa (2016), «ЯATƧ», Rooster Gallery, Nova Iorque (2015) ou «Flores; Frutos; Hojas; Savia; Tallo. O Grande Atlas do Mundo», Twin Gallery, Madrid (2014). De entre as coletivas, destaque para «Our Anthropocene: Eco Crises», The Center for Book Arts, Nova Iorque (2018), «Estradas Secundárias» com Samuel Silva, Laboratório das Artes, Guimarães (2013) ou «Paisagem e Natureza na Arte Contemporânea Portuguesa», Museu de Évora (2013).
Andreia Santana nasceu em Lisboa em 1991, cidade onde vive e trabalha. Concluiu a licenciatura em Artes Plásticas na ESAD - Escola de Artes e Design de Caldas da Rainha e participou do Programa de Estudos Independentes em Artes Visuais da Maumaus / Lumiar Cité em Lisboa. Desde 2013, tem participado em vários programas de residências artísticas, nomeadamente a Residency Unlimited em Nova York com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. Ganhou o Prémio NOVO BANCO Revelação em 2016 e o Prémio de Escultura D. Fernando II, exibindo regularmente o seu trabalho em Portugal e no estrangeiro, destacando-se as exposições «História da Falta» no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto (2017), «New Skin, Old Stone» no Old School, com curadoria de Susana Pomba, Lisboa (2017) ou «No water on the other’s edge» na Galeria Mieszkanie Gepperta, Wroclaw.
Sobre a Galeria SALA 117
A galeria SALA 117 é um projeto que visa trazer ao diálogo perspetivas plurais sobre as práticas artísticas contemporâneas, ao cruzar as linguagens e perceções estético-artísticas presentes nas obras de artistas consagrados e no trabalho de jovens artistas. A galeria procura redimensionar a experiência estética a partir da procura de novas dinâmicas expositivas. Nesse sentido, o espaço no nº 200 da Rua Damião de Góis, no Porto, responde à missão de desenvolver um ambiente alternativo ao movimento artístico dominante que agita a cidade, criando um novo ponto de encontro entre artistas, arte e público.