Exposição de UP CREATORS no Convento de S. Domingos em Montemor-o-Novo
No dia 01/04, pelas 16:30h inaugura a exposição a exposição “Evolução” do grupo "UP Creators" no Convento de S. Domingos em Montemor-o-Novo.
A proposta para a exposição deste coletivo recém criado e ao qual orgulhosamente pertenço, surge depois de ter visitado o local expositivo aquando da inauguração de uma exposição de dois amigos e ter ficado fascinada com a ideia de apresentar, aos elementos do projeto "UP Creators" (ARTM USÁ/ DIANA PRATAS/ GENY PITTA/ ILDEBRANDA MARTINS/ JOSÉ H. PRADO/ MARITA VASKOVA / MAR / PEDRO FERNANDES/ ZÉ LUÍS), um local expositivo grandioso, anteriormente sagrado, entre azulejos antigos, sepulturas de um passado longínquo, nichos onde já habitaram Santos.
No dia da inauguração contamos com desfile de moda (Halyna Shcherban) e apontamentos musicais (Grupo Coral "Fora D`Oras" e do Grupo Feminino "Ecos do Monte").
Ildebranda Martins
Sou portuguesa nascida em Angola em 1965, sou artista plástica e curadora de arte. Os meus trabalhos artísticos atuais são basicamente instalações, muitas delas assentes em manequins e a sua utilização como matéria-prima artística nos últimos anos (2008-2022), decerto, está relacionado com a minha necessidade crescente de criar ambientes cinéfilos e teatrais, em que a fantasia e a realidade se fundem e em que o sonho se torna realidade e vice versa. Embora me considere uma autodidata, desde há muito que me estreei na Pintura e na Arte Plástica. A minha arte é pretensiosa e visa despertar consciências, não assenta na noção de que deve ter uma mera utilidade decorativa, mas sim na ideia de que deve, sempre que possível, causar sensações, originar exclamações, gerar pensamentos nos outros. Atualmente, além de artista, sou também curadora na Galeria de Arte Beltrão Coelho, um projeto de responsabilidade social, financiada por uma empresa, onde procurei sempre proporcionar aos artistas condições favoráveis para exporem e divulgarem o seu trabalho sem contrapartidas financeiras, e que servisse de incubadora para parcerias culturais. Também sou autora de dois projetos coletivos, um relacionado com o universo feminino (“MULHERES COM ARTE”), que junta seis mulheres que amam muito e de forma igual a arte, mas que se manifestam artisticamente de forma muito diferenciada (escultura, pintura, cerâmica, ourivesaria, instalações), e outro, com o africano (“UNIVERSO AFRICANO”), que junta vários artistas de origem africana para narrar, através da sua criatividade, a história de uma mulher, “ISABEL BATATA DOCE”, cuja vida, em parte, simboliza a presença Portuguesa em África. Recentemente fui convidada pela ARTM USA para ingressar no coletivo “UP Creators” que em parte nasceu também na Galeria Beltrão Coelho e que junta artistas de origem Ucraniana e Portuguesa, mas cujo objetivo é o de abranger outras nacionalidades.
GRUPO ARTISTICO “UP CREATORS”
Inicialmente o grupo foi constituído com o objetivo de agregar artistas e criadores da Ucrânia residentes em Portugal há vários anos e artistas portugueses. A sigla UP Creators, assim o indica, mas atualmente os seus objetivos são mais globais, inclusivos e os interesses passam por agregar vários criadores, de diversos países e sectores da cultura. A “UP Creators” pretende servir de ponte à integração das diversas comunidades e personalidades artísticas, sendo o multiculturalismo e universalidade uma pedra basilar do grupo. O coletivo, que pretende dar a conhecer ao público em geral as diversas influências e correntes artísticas tem, no entanto, três artistas fundadores, permanentes, no papel de decisores. São eles os seguintes: Artem Usá, Ildebranda Martins e José Henrique Prado.
O conceito de exposição é multifacetado e além da pintura e escultura (elementos essenciais), poderá ser mais abrangente e incluir moda, música ou outra. A título de exemplo, na Galeria Beltrão Coelho - Julho de 2022 - durante a exposição foi apresentado um concerto informal pelo cravista Andriy Pracht e um desfile de moda da designer Halyna Shcherban.
LOCAL EXPOSITIVO CONVENTO DE S. DOMINGOS EM MONTEMOR-O-NOVO
Fundado em 1559 o Convento dos Dominicanos de Montemor-o-Novo "(...) teve a sua origem numa capelinha gótica (...) dedicada a Santo António. Depois de dada a autorização para a sua instituição, iniciou-se a edificação do templo em 1561 e alguns anos mais tarde, em 1565, a comunidade dominicana começava a construir o edifício conventual.
Este edifício insere-se no modelo tipológico das igrejas dominicanas edificadas na segunda metade do século XVI. As obras do complexo conventual prolongaram-se até cerca de 1619, data em que o convento ficou "habitável", passando a albergar a partir de então uma pequena comunidade de religiosos.
O conjunto conventual apresenta uma planta em L, que se desenvolve em volta do claustro. A igreja, dedicada a Santo António, implanta-se longitudinalmente, com fachada de linhas simples e austeras, destacando-se o pórtico com frontão triangular, encimado por duas janelas retangulares, que interiormente iluminam o coro, e um óculo. Do lado direito foi adossada uma construção, pertencente às dependências conventuais.
O interior do templo é composto por nave única com capelas laterais e pelo espaço da capela-mor, de planta quadrangular. Do espaço conventual, destaca-se o claustro quadrado de dois pisos.
Depois da extinção das ordens religiosas, o Convento de São Domingos foi vendido em hasta pública. No entanto, devido à incúria dos proprietários, as estruturas do edifício e da igreja entraram em progressiva degradação, pelo que o conjunto estava bastante arruinado em meados do século XX. Em 1972 o Grupo de Amigos de Montemor-o-Novo patrocinou um projeto de recuperação, da autoria do arquiteto Raul Santa Clara, que visou a adaptação do convento a biblioteca municipal e museu. Depois das obras, foi instalado neste espaço o Museu Arqueológico local.
TITULO / TEMA: “EVOLUÇÃO”
Inicialmente o titulo da exposição estava relacionado diretamente com a sua natureza imperfeita, assente na noção de caos organizado, em que, de forma harmoniosa, num local histórico, entre azulejos antigos, sepulturas de um passado longínquo, nichos onde habitaram santos, se iria juntar escultura cerâmica tendencionalmente figurativa, instalações de material improvável, pintura de paisagens urbanas, na prática, várias técnicas que denunciam estilos, personalidades artísticas quase antagónicos. Pensou-se também designar a exposição de “confluências”, devido à imagem simbólica da junção diversos riachos num só rio, que traduziria a associação de várias expressões e manifestações de arte num só espaço, em nome da elevação da arte. Concluiu-se, no entanto, que “Evolução” traduzia melhor a ideia do coletivo. O grupo UP CREATORS apresenta-se neste espaço expositivo com vontade de evoluir como coletivo. Individualmente, como artistas, assiste a todos uma vontade grandiosa de estar em constante movimento, em processo de descoberta, numa evolução continua.
Exposição patente até 15-05-2023
Horário de funcionamento:
Das 10h às 12h30
Das 14h às 18:00h
Encerra à segunda-feira.