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Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

Exposição ‘Memória Próxima’ de João Paulo Serafim

 

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As questões da memória têm sido objeto de pesquisa de João Paulo Serafim. Desde 2005, tem vindo a desenvolver o projeto MIIAC-Museu Improvável Imagem e Arte Contemporânea, no qual – através da fotografia e da bibliografia – combina memórias pessoais e coletivas.

Ao longo de 2024, numa residência artística no Museu Nacional Soares dos Reis, João Paulo Serafim explora os temas basilares do seu trabalho num processo que intitulou de Memória Próxima.

O resultado dessa residência será apresentado no formato de exposição, no Museu Nacional Soares dos Reis, a partir de 21 setembro.

 

Em Memória Próxima, João Paulo Serafim parte da sua experiência pessoal e do período em que esteve em residência no Museu Nacional Soares dos Reis, entre os meses de junho e agosto, para pensar o Museu como espaço heterotópico, de alta cultura, mas também como espaço de representação natural através das obras de arte e da fauna existente no jardim, onde inúmeras aves encontram refúgio no meio da cidade. Jardim esse que preserva a memória do primeiro Velódromo do país, fundado em 1893, o Real Velo Club do Porto.

 

Neste projeto, o autor deambula pelos vários espaços que constituem o MNSR, pelas galerias de exposição permanente cruzando-se com os visitantes; pelas diversas reservas onde as peças aguardam no escuro; pela biblioteca onde se procuram referências às obras expostas ou ao mundo animal; pelos vários espaços exteriores numa tentativa de registar em momentos fugazes a presença das várias aves identificadas. Numa tentativa de repetir gestos, outrora realizados, numa sugestão de velódromo deixada pelo arquiteto Távora aquando das obras de requalificação, pedalando anacronicamente ou apenas a sua vivência pela cidade do Porto e da sua estadia na casa de amigos onde as leituras e objetos se cruzavam com a sua pesquisa.

 

Este projeto constitui, também, uma reação ao espaço onde o trabalho será mostrado, uma galeria situada entre o espaço do Jardim e a galeria de esculturas, onde as obras de Soares dos Reis imperam. Um museu onde obras icónicas da cultura nacional são revisitadas e apropriadas e na qual se experimentam outras leituras, no encontro com pessoas que trabalham na instituição, e que, na “sombra” possibilitam o seu funcionamento. É neste gesto processual de olhar, habitar o espaço do museu, da casa e da cidade que João Paulo Serafim deambula.