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Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

Exposição no Casino de Tróia, com estrutura multimédia

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O Casino de Tróia, a Real Associação de Lisboa e a Academia de Letras e Artes têm a honra de convidar para a cerimónia de inauguração da exposição "Antemanhã Alquímica de Portugal" do pintor Luís Athouguia.
 
No próximo dia 9 de Junho, a partir das 21h00, o Casino de Tróia organiza um grande evento comemorativo do Dia de Portugal (num desvendar alquímico da antemanhã de Portugal) evento que estará centrado na inauguração de uma extraordinária exposição de Luís Athouguia.

O evento estará apoiado numa estrutura multimédia, com o casino repleto de imagens do trabalho de Luís Athouguia, projectadas no ecrã gigante da sala de jogo e nos vários ecrãs-esferas espalhados pelo espaço.

O serão conta ainda com uma sessão de “Fado e Guitarras Portuguesas” pelo que convidamos os nossos amigos a associarem-se ao presente evento no próximo dia 9 de Junho no Casino de Tróia. (ver texto em baixo)

 

Com o Alto 
Patrocínio
​ da​
 Real Associação de Lisboa e a Academia de Letras e Artes 
​de Portugal​

Presença dos convidados-de-honra:
S.A.R. O Senhor Dom Duarte de Bragança
Dr. João de Lancastre e Távora - Real Associação de Lisboa
Doutora Isabel Magalhães - Academia de Letras e Artes 
Professor- Doutor Paulo Morais-Alexandre, IPL

​O

 extraordinário texto da Exposição:

 

       Luís Athouguia…  e a Antemanhã Alquímica de Portugal

A antemanhã, que Pessoa caracterizou tão bem na sua “Mensagem” representa um dos mais basilares princípios da Portugalidade. É aquela centelha de um momento, congregando em si todo o ensejo da eternidade, que antecede o dealbar da primeira réstea de luz da aurora, quando o dia ainda não nasceu mas em que a noite já se desvaneceu…

Na antemanhã, a escuridão e a luz misturam-se numa plêiade de cores que congregam toda a palete do Universo num único vislumbre pressentido da totalidade que nos compõe. E é mágico, porque não sendo absolutamente nada é, simultaneamente, tudo. 

Luís Athouguia, o pintor de sonhos que nos carrega através da ousadia da sua Alma de artista pelos insuspeitos caminhos do que não conhecemos mas que sentimos de forma plena quando nos libertamos do peso da realidade, congrega em si próprio este Dom místico de absorver, encandeando-nos, esta complexidade tão simples que o Mundo tem. Os seus quadros, com uma panóplia de cores e de formas improváveis, são janelas abertas para o carácter onírico e singular de sonhos que a ousadia profunda da maior parte das gentes que connosco partilha esta vida, não tem coragem para sequer imaginar.

E Luís Athouguia imagina-os. Vive-os de forma intensa em cada quadro e, num exercício quase sublime de generosidade, partilha-os com os outros, espraiando a sua capacidade iluminada de entender a realidade num plano absurdo e excêntrico de vivacidade. 

No Casino de Tróia, onde o verde da Arrábida se cruza com o tom azul das águas do Sado, a obra de Luís Athouguia ganha uma nova perspectiva e uma inigualável capacidade de perfurar o real. Porque as suas cores, as formas complexas que utiliza para retratar o que efectivamente não existe são, em última instância, um laivo quase mágico que nos liga ao cadinho maior da vida e aos interstícios brumosos de Portugal.

Religião significa, na sua visão mais profunda, a capacidade de religar… de voltar a ligar os mundos, as coisas, as pessoas e a vida. E Luís Athouguia, corajosamente perdido na inconsciência própria de quem ousa sonhar, coloca-nos mesmo ali, naquele espaço e naquele tempo onde espaço e tempo não contam, para nos fazer entender o que é a vida e a morte, e o sonho e… Portugal. 

A antemanhã alquímica de Portugal!

Aquele momento em que o tudo e o nada se misturam. Aquele instante onde sonhos e realidade são a mesma coisa. Aquele lugar sagrado que está em sítio nenhum e para onde todos desejamos ir, quando temos a sorte e o ensejo de o pressentir no fundo da Alma. 

Tróia, Antemanhã do Dia de Portugal, 2018

João Aníbal Henriques