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Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

Férias em Agosto: a ciência vai na bagagem de mais de 15 mil famílias

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É desde há 17 anos o programa de divulgação científica mais aguardado pelos portugueses. A edição deste ano da Ciência Viva no Verão em Rede tem mais de 1100 acções gratuitas de norte a sul do país. Até 15 de Setembro, há ciência para todas as idades e para todos os gostos em www.cienciaviva.pt .
Eis alguns exemplos das acções que podem ser acompanhadas pelos meios de comunicação social interessados.

As grutas que escondem as águas subterrâneas da Serra da Arrábida
É um passeio para famílias todo o terreno, daquelas que se alimentam de adrenalina e que não têm problemas em se enfiar dentro de buracos (neste caso grutas) ou ir ao chão num declive mais acentuado. E já, agora, que não se intimidem a olhar para precipícios (neste passeio há vários). O local desta aventura é a Serra da Arrábida, não a parte que toda a gente conhece, mas sim as suas entranhas, sítio só acessível aos especialistas da Sociedade Portuguesa de Espeleologia. De manhã segue-se por um trilho rochoso e ziguezagueante, junto ao Cabo Espichel, que desemboca no Focinho do Cabo. Descer não é fácil, subir ainda é pior, por isso a melhor opção é continuar. Com a ajuda de material de escalada, os resistentes seguem por um "corrimão" de 15 metros junto à arriba, com o mar lá em baixo, até à Lapa das Pombas. A vista é de cortar a respiração.
A última paragem é em Terras do Risco. Vamos à procura de sumidouros, uma espécie de poços naturais por onde escoam as águas que nas chuvadas fortes inundam a depressão cavada nestas terras. Lá em baixo avista-se a entrada da Gruta dos Morcegos, um dos mais importantes abrigos da espécie em Portugal. É um dia inteiro com o coração nas mãos onde o único momento fácil acontece durante o piquenique no parque de merendas do Alambre. As crianças a partir dos oito anos podem participar. Resta saber se há adultos com pedalada para as acompanhar. Datas: 22 e 23 de Agosto.

Rebocar é preciso
Os rebocadores são as máquinas que trazem os barcos a bom porto. Sem a sua ajuda, os cargueiros que todos os dias entram no Porto de Lisboa não atracariam com a pompa (e a segurança) que faz parar quem passeia pela zona ribeirinha da cidade. Os motores sentem-se debaixo dos nossos pés, prontos a galgarem as águas do Tejo. Afinal, falamos de um pequeno barco com mais de 1000 cavalos, que puxa, empurra e trava valentes cargueiros com 5000 contentores. É uma espécie de luta entre David e Golias. Cinco dos 12 rebocadores que operam no principal terminal de transporte marítimo português são da empresa Svitzer. "Como é que este pequeno barco consegue puxar aquilo?", perguntam, boquiabertos, os participantes desta actividade da Ciência Viva, que antes de subirem a bordo tiveram de se equipar com colete e capacete.
No ecrã do GPS, que mais parece um jogo dos antigos Spectrum, é possível observar os canais de circulação, as rotas e todos os navios nas imediações. Basta colocar o cursor em cima da embarcação para saber o seu nome, coordenadas e velocidade. A tripulação de cada rebocador é composta por três elementos: o mestre, o marinheiro e o maquinista. A visita não fica completa sem uma passagem pelas acomodações, com cinco camaratas, cozinha e sala de estar equipadas com computadores, aparelhagens e televisões. Faz sentido, se pensarmos que devido ao número de horas que estes homens passam dentro do rebocador, este é uma espécie de segunda casa. Datas: 21 e 28 de Agosto e 4 e 11 de Setembro.

Visita ao Centro de Comando Operacional do Porto
Todos os dias há 650 comboios a circular na via ferroviária a norte da Pampilhosa. O Centro de Comando Operacional (CCO) do Porto, inaugurado em Abril de 2008 e localizado no complexo ferroviário de Contumil, é responsável por controlar as Linhas do Minho, Braga, Guimarães, Leixões, Douro e Norte, no troço compreendido entre a estação de Porto Campanhã e a Mealhada. A visita da Ciência Viva no Verão a este posto de comando é feita de memórias e nostalgia. Quem é que ainda se lembra da funcionária a levantar a bandeirinha quando o comboio transpunha a passagem de nível? Do Chefe de chapéu branco a dar a partida? O vídeo projectado mostra a evolução da ferrovia em termos de sistemas de cantonamento, ou seja, dos procedimentos de segurança na circulação dos comboios. Hoje em dia, e com a criação de centros de comando operacionais como este, tudo é informatizado.
A velocidade dos comboios é um dos parâmetros monitorizados através do Convel, um sistema instalado ao longo da via férrea. Quando um comboio entra em excesso de velocidade, é emitido um alerta para o maquinista. Se este não corrigir a velocidade, o próprio sistema entra em acção e frena a composição. Os gráficos de circulação mostram os comboios no terreno e auxiliam na gestão eficaz da circulação. Os risquinhos verdes representam os pendulares, os azuis são os de mercadorias e os urbanos aparecem no ecrã a bordeaux. O sistema identifica e projecta a evolução da marcha e com base nessa informação o controlador verifica qual o melhor sítio para se fazer um cruzamento, uma ultrapassagem ou o resguardo de um comboio.
Existe ainda o Rádio-solo-comboio, sistema de comunicações que permite o contacto permanente entre CCO e comboios. Sem estes sistema de apoio à exploração, explica Fernando Queiroz, técnico do CCO do Porto, os controladores "navegam à vista". Datas: 18 de Agosto e 8 de Setembro.