Fim de semana preenchido no CIAJG com inauguração de exposição e performance da dupla de artistas Musa paradisiaca
Fim de semana preenchido no Centro Internacional das Artes
José de Guimarães
Dupla de artistas Musa paradisiaca apresenta performance no CIAJG
O Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) acolhe este sábado, 16 de julho, às 17h45, a performance de Musa paradisiaca, “Como se apanha um fugitivo”, integrada na exposição “Objectos Estranhos”, patente desde o passado dia 01 de julho. Recordamos que, na sexta-feira, às 22h00, o CIAJG abrirá também as suas portas para inaugurar uma nova exposição, “Caminhos de Floresta”.
“Como se apanha um fugitivo” é uma série de esculturas de madeira construída em parceria com Tomé Coelho, escultor santomense hoje sedeado em Lisboa, a partir de um conjunto de palavras-pergunta primeiramente enviadas por Musa paradisiaca e, posteriormente, devolvidas por Tomé Coelho sob a forma de objetos-resposta (Nhó-nhós, Óculos escuros, Fogo, Cabelo, Sandálias, Céu-da-boca, Carburador, VHS), como parte de um vocabulário particular a ser usado na performance “Como se apanha um fugitivo? - Mostra de objetos conversáveis”.
Esta performance da dupla de artistas Musa paradisiaca surge no âmbito da exposição “Objectos Estranhos: ensaio de proto-escultura”, patente no CIAJG desde o início do mês de julho. “Objectos Estranhos” reúne um amplo conjunto de peças do património religioso, popular e arqueológico da região, fazendo-as dialogar com peças de artistas contemporâneos. Com curadoria de f.marquespenteado e Nuno Faria, a exposição conta com obras de Mestre Caçoila e Musa paradisiaca e ainda peças das coleções do Museu de Alberto Sampaio, Sociedade Martins Sarmento, Museu da Agricultura de Fermentões, Venerável Ordem Terceira de São Francisco, Associação Artística da Marcha Gualteriana, Igreja de São Domingos e obras gentilmente cedidas por colecionadores particulares.
Relembramos ainda que, a partir desta sexta-feira, o CIAJG terá uma nova exposição aberta ao público. “Caminhos de Floresta: sobre arte, técnica e natureza” irá habitar as salas 12 e 13 do Centro Internacional das Artes José de Guimarães até ao final deste ano. A inauguração está marcada para as 22h00.
“Caminhos de Floresta” reúne um conjunto de aproximações e de diálogos com uma certa ideia de natureza, enquanto tematização do diverso, daquilo que nos é estranho, e de como a podemos vir a traduzir, a compreender e a habitar. Para o filósofo alemão Martin Heidegger, de cuja obra o título desta exposição é pedido de empréstimo, a produção artística é uma forma de posicionamento do homem perante a natureza.
Perguntamos aqui o que significa produzir arte. Enquanto modo específico de produção, a arte produz o quê? Estando na orla, nas margens, na confluência do mundo industrializado com o mundo natural, na obra de arte “ganha forma o próprio acontecimento da clareira do ser”. Uma forma de esclarecimento. De onde vimos, quem somos, para onde vamos? Talvez a arte trilhe um caminho que não leva a parte nenhuma; um caminho de floresta feito para nos perdermos e, na diversidade da natureza, nos reencontrarmos com a origem e os fundamentos do humano.