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Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

Guimarães Jazz edita livro e abre com concerto inédito para assinalar os 25 anos do festival

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Na edição em que comemora 25 anos de existência, o Guimarães Jazz assinala a data simbólica com a publicação de um livro, intitulado “novembro”, uma síntese da história do Guimarães Jazz, pensado como um exercício de homenagem aos músicos e, acima de tudo, ao público que participou na sua construção, no qual se apresenta uma perspetiva que se pretende factual e objetiva do percurso trilhado pelo festival, desde o momento da sua fundação até ao presente.

 

A 25ª edição do Guimarães Jazz traz, ainda, outra novidade. Para assinalar a efeméride, o festival acrescenta ao seu programa habitual um concerto de abertura protagonizado pelo LUME (Lisbon Underground Music Ensemble), a Banda Musical de Pevidém e o BJazz (Convívio Jazz Choir). Encomendado pelo Guimarães Jazz, este espetáculo resulta do convite dirigido a Marco Barroso para conceber e dirigir um concerto que junta em palco, não só o LUME, mas também outras formações musicais locais numa grande orquestra.

 

Ao cumprir um quarto de século, o Guimarães Jazz imortaliza-se em livro. Porque todas as grandes histórias merecem ficar impressas no tempo, também o Guimarães Jazz gravará o seu percurso através de uma publicação que é, acima de tudo, uma homenagem ao público. Uma retrospetiva destes 25 anos do Guimarães Jazz não poderá ignorar a abrangência, a abertura e o caráter multifacetado dos seus programas, concertos, formações e alinhamentos. Contudo, o Guimarães Jazz é muito mais que um conjunto de números, por mais excecional que seja. Mais do que qualquer outro fator, terá sido a relação de exigência e gratificação mútuas, estabelecida entre o festival e as pessoas, aquilo que mais contribuiu para a definição da sua identidade singular. O livro encontra-se à venda no Centro Cultural Vila Flor.

 

A 25ª edição do Guimarães Jazz tem início marcado para o próximo dia 05 de novembro. Este ano, o festival decidiu acrescentar ao seu programa habitual um concerto inaugural, de caráter festivo, protagonizado pelo LUME (Lisbon Underground Music Ensemble), a Banda Musical de Pevidém e o BJazz (Convívio Jazz Choir). O LUME, fundado em 2006 pelo compositor e pianista Marco Barroso, constitui um dos mais singulares projetos de jazz nascidos em Portugal nos anos 2000, propondo-se explorar a linguagem jazzística no formato orquestral ou de big band. Este momento de abertura da 25ª edição do festival surgiu do convite dirigido pelo Guimarães Jazz a Marco Barroso para conceber e dirigir um concerto que agregasse, além do LUME, outras formações musicais locais numa grande orquestra. A integração da Banda Musical de Pevidém e do Coro BJazz da Escola de Jazz do Convívio foi uma escolha natural, uma vez que o propósito matricial do projeto seria, além de estabelecer vasos comunicantes entre o festival e a comunidade local, gerar pontos de aproximação e confluência entre grupos com caraterísticas estéticas e musicais muito diferentes.

 

Após o espetáculo de abertura, o Guimarães Jazz prossegue para as habituais duas semanas de concertos, entre os dias 10 e 19 de novembro, em que se esperam grandes atuações de alguns dos principais nomes do jazz contemporâneo. No dia 10, quinta-feira, às 22h00, no Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor (CCVF), o Guimarães Jazz recebe o San Francisco Jazz Collective, um ensemble composto por alguns dos mais reputados músicos do jazz atual, que neste concerto revisitará composições de Miles Davis através de novos arranjos. Na noite de sexta-feira, é a vez do quarteto liderado pelo baterista Matt Wilson, que atualmente integra na sua formação talentosos músicos da cena jazzística nova-iorquina: o trompetista Kirk Knuffke, o saxofonista Jeff Lederer e o contrabaixista Chris Lightcap. No sábado, o Guimarães Jazz reserva uma dose dupla de concertos. À 17h00, atua o grupo brasileiro Quatro a Zero, um projeto musical que cruza o choro, uma das músicas tradicionais do Brasil, com outras linguagens e estilos musicais. Às 22h00, o saxofonista de ascendência indiana Rudresh Mahanthappa assume as rédeas do festival para apresentar “Bird Calls”, o seu mais recente projeto que propõe numa revisitação do legado musical de Charlie Parker, uma das mais importantes figuras da história do jazz. A primeira semana de concertos do Guimarães Jazz encerra no domingo, dia 13, novamente com dois concertos. Às 17h00 está marcada a atuação da Big Band e Ensemble de Cordas da ESMAE, sob a direção da compositora e flautista Jamie Baum, num espetáculo que demonstra a importância da componente pedagógica do festival. Segue-se, às 22h00, a apresentação do Projeto Guimarães Jazz / Porta-Jazz, uma parceria que celebra a sua terceira edição. Este ano, o convidado principal é o saxofonista português João Mortágua.

 

O Guimarães Jazz é retomado no dia 16 de novembro, quarta-feira, para a sua derradeira semana. Nesta noite, o palco pertencerá ao septeto de Jamie Baum – que será também responsável pelas jam sessions e pelas oficinas de jazz – uma formação composta por um conjunto notável de jovens músicos da cena jazzística norte-americana, bem como por três instrumentistas de jazz polacos. Na noite seguinte, os holofotes viram-se para o concerto de Ambrose Akinmusire Quartet, grupo liderado pelo conceituado trompetista norte-americano, responsável por uma injeção de vitalidade e energia no jazz contemporâneo, abrindo os horizontes desta música e aproximando-a de um público tradicionalmente mais próximo da pop, do rock e do hip-hop. Donny McCaslin sobe ao palco do Guimarães Jazz na noite de 18 de novembro. Veterano do jazz, por três vezes nomeado para os Grammys, o saxofonista trabalhou com David Bowie no seu último álbum, “Blackstar”. O projeto que traz ao festival é precisamente inspirado pela experiência de trabalho com o lendário artista da música pop.

 

No dia 19, a 25ª edição do Guimarães Jazz despede-se do público, novamente com duas propostas. Às 17h00, o festival recebe o Adam Bałdych & Helge Lien Trio que vêm apresentar “Bridges”, um álbum emocionalmente intenso e profundamente melódico. Às 22h00, o Guimarães Jazz encerra em apoteose com um concerto da Charlie Haden´s Liberation Music Orchestra, agora assumida pela compositora e pianista Carla Bley, que celebrará não só a memória de Haden, mas também a própria história do jazz e todas as lutas de que esta música foi, e é, estandarte, como a emancipação do homem e a luta pelos seus direitos. Um momento único e de júbilo que dá como terminada a 25ª edição do festival.

 

À semelhança dos anos anteriores, o Guimarães Jazz apresenta ainda um cartaz de atividades paralelas, que conta com animações musicais que se espalham pela cidade e também as míticas jam sessions que voltam a ter lugar no Convívio Associação Cultural, na primeira semana, e no Café Concerto do CCVF na segunda semana. Ainda no âmbito desta programação, o Grande Auditório do CCVF apresenta, no dia 15, o 2º capítulo do documentário “Uma História de Jazz”, um projeto que pretende contar a história do jazz em Guimarães, preservando assim uma memória que se quer coletiva.

 

As oficinas de jazz que também caraterizam o festival irão realizar-se nos dias 14, 15, 17 e 18 de novembro e serão lideradas pela flautista Jamie Baum, pelo contrabaixista Zack Lober, pelo baterista Jeff Hirshfield e pelo pianista Luis Perdomo. Os jovens músicos que participarem nestas oficinas terão, assim, a oportunidade de entrar em contacto com extraordinários instrumentistas numa oportunidade rara de convívio com músicos profissionais. As inscrições para as oficinas de jazz podem ser efetuadas até ao dia 09 de novembro no Centro Cultural Vila Flor ou no site www.ccvf.pt, através do preenchimento do formulário disponível online.

 

Os bilhetes para os concertos do Guimarães Jazz, assim como as assinaturas, podem ser adquiridos nas bilheteiras do Centro Cultural Vila Flor e da Plataforma das Artes e da Criatividade, bem como nas lojas Fnac e El Corte Inglês, entre outros pontos de vendas, e na internet em www.ccvf.pt e oficina.bol.pt