Museu de Lamego | Boas Raparigas | Mesa-redonda | 19 de outubro, 15h00 | entrada livre
No próximo dia 19 de outubro, pelas 15h00, o Museu de Lamego vai reunir três investigadoras numa mesa-redonda, dedicada à investigação, no feminino, sobre o museu e as suas coleções.
A mesa-redonda Boas Raparigas insere-se na programação complementar da exposição temporária “Boas raparigas. Lamego nas décadas de 1930-1950, por Manuel Pinheiro da Rocha”, para a partilha do conhecimento que tem vindo a ser produzido, sobre o Museu de Lamego, a sua história e as suas coleções, no âmbito da investigação académica, levada a efeito mediante parcerias, com a Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Universidade de Salamanca.
Inaugurada a 22 de junho de 2024, no contexto das comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril, “Boas Raparigas”, a exposição parte de um conjunto de fotografias de Manuel Pinheiro da Rocha (n.1893, Britiande. Lamego), do Centro Português de Fotografia, captadas em Lamego, durante as décadas de 1930-1950, para pôr em relevo uma iconografia visual da Mulher, disseminada durante o Estado Novo. Propondo uma reflexão crítica sobre modelos estereotipados da Mulher, marcadamente masculinos e vinculadora a uma imagem assaz redutora, em simultâneo com a abertura da exposição, o Museu de Lamego apresentou a peça “Memórias de uma Falsificadora”, a partir do livro de memórias de Margarida Tengarrinha, a que se sucedeu por um debate sobre o papel da Mulher na sociedade atual, a que se pretende dar continuidade, na mesa-redonda “Boas Raparigas”.
Com um painel moderado pela museóloga e docente universitária Patrícia Remelgado e, tendo como convidado o historiador e igualmente docente da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Nuno Resende, participam na mesa-redonda três investigadoras, de diferentes proveniências – Brasil, Espanha e Portugal - que, no âmbito de cursos de mestrado ou pós-doutoramento, trabalham diretamente as coleções do Museu de Lamego, com um contributo inestimável para uma melhor e mais abrangente compreensão desta Instituição centenária.
Remetendo-nos para o mosteiro das clarissas de Lamego, o extinto mosteiro das Chagas, Luiza Farias realizou uma tese de mestrado de compilação do conhecimento produzido sobre a capela de São João Evangelista (inv. ML123), a maior e mais opulenta de todas as capelas e altares erigidos nos claustros desse cenóbio feminino. Também para esse mosteiro, nos orienta o objeto de estudo da investigadora Joana Amoroso, que se encontra a trabalhar duas pinturas, das mais icónicas, que integram o conjunto decorativo da capela de São João Batista – “A Virgem com o Menino” e “Santa Maria Madalena” – ambas atribuídas a uma monja artista, natural de Évora, Soror Maria Josefa dos Anjos.
Numa outra vertente de investigação, Elena Muñoz convida-nos a refletir sobre o papel das mulheres que transformaram o Museu de Lamego, através do trabalho que realizou no Arquivo, de levantamento dos bens incorporados, doações e legados, por iniciativa de mulheres, com um contributo decisivo para diversificar as coleções, além da sua natureza religiosa primeva, que esteve no fundamento da criação do Museu.
Organizada pelo Museu de Lamego, com a Junta de Freguesia de Britiande, a mesa-redonda conta com o apoio da ESTGL – Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego.
A entrada é gratuita.
PROGRAMA:
| Elena Muñoz (Espanha)
“Uma lembrança nossa. De mujeres que transformaron el Museo de Lamego (revisitando el Archivo de Donaciones)”
| Joana Rosas Amoroso (Portugal)
“Duas pinturas do Retábulo de São João Baptista atribuídas a Maria dos Anjos: questões de abordagem e orientações para o seu estudo”
| Luiza Freitas Faria (Brasil)
“João, (o amado) evangelista. Análise plástica e iconográfica da capela do santo evangelista para exposição interativa no Museu de Lamego”
| Nuno Resende (Portugal)
Investigador | Docente da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (convidado)
| Patrícia Remelgado (Portugal)
Museóloga | Docente da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (moderação)