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Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

Museu do Oriente inaugura exposição “Três Embaixadas Europeias à China”

Peças raras ilustram a história dos primeiros diplomatas portugueses na China

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Protagonizada por portugueses ao longo de cinco séculos (XIII a XVIII), a história dos contactos político-diplomáticos entre a Europa e a China é dada a conhecer em “Três Embaixadas Europeias à China”, a exposição que o Museu do Oriente inaugura a 8 de Novembro.

 

Uma história com múltiplos ciclos, avanços e recuos, entendimentos e rupturas, mas que teve como constante o protagonismo de vários portugueses, em representação do Estado português (Tomé Pires e Francisco Pacheco de Sampaio) ou do Papado (o franciscano Lourenço de Portugal).

 

É em torno destes três protagonistas que se estrutura a exposição, por isso dividida em três núcleos, com cerca de setenta peças de coleccionadores privados, de instituições como o Arquivo Secreto do Vaticano, a Torre do Tombo, a Biblioteca Nacional e o Museu da Farmácia, entre outras, e do próprio espólio da Fundação Oriente.

 

O núcleo dedicado a Frei Lourenço de Portugal, nomeado embaixador ao Império Mongol pelo Papa Inocêncio IV em 1245, sublinha o facto de esta ser uma embaixada organizada pelo Vaticano em representação política de toda a Europa. Registando este facto raro estão duas bulas papais, uma das quais em documento original proveniente da Torre do Tombo e que data de 1245 e, a outra, uma reprodução do Arquivo Secreto do Vaticano. Também para ver neste núcleo, um conjunto notável de objectos islâmicos de luxo, provenientes do sul de Portugal (uma parte do quais produzida no Médio e Próximo Oriente) mas idênticos aos encontrados ao longo do Oceano Índico, o que ilustra a circulação global de mercadorias e gentes no século XIII.

 

Dedicado a Tomé Pires e à sua embaixada à China, em 1517 - a primeira missão diplomática oficial de uma nação europeia à dinastia Ming -, o segundo núcleo aborda o percurso deste boticário/farmacêutico, autor da Suma Oriental, a primeira e mais completa descrição europeia quinhentista da Ásia, cujo manuscrito pode ser visto na exposição. Ainda neste núcleo, destaque para os objectos que ilustram a profissão original de Tomé Pires, como os albarelos, o almofariz e as pedras de bezoar.

 

O terceiro núcleo centra-se na embaixada de Francisco Pacheco de Sampaio ao Imperador Qianlong, da dinastia Qing, em 1752, numa altura delicada para os interesses portugueses em Macau e na China. Aqui é mostrada ao público, pela primeira vez em Portugal, a impressionante carta do imperador Qianlong ao monarca D. José I, datada de 1753 - com quatro metros de comprimento e escrita em três línguas: Manchu, Português e Chinês. São ainda exibidas neste núcleo peças de arte chinesa do século XVIII, nomeadamente uma poncheira com imagens das feitorias de Cantão, pertencente à “Antiga Coleção Cunha Alves”, recentemente adquirida pela Fundação Oriente.

 

Em cada um dos três núcleos, o percurso biográfico dos três diplomatas é entendido no seu tempo e num contexto global, sobretudo europeu e asiático.

 

Integrada nas comemorações do Ano Europeu do Património Cultural, a exposição é comissariada por Jorge Santos Alves, professor e coordenador do Instituto de Estudos Orientais da Universidade Católica Portuguesa.

 

A inauguração será ainda marcada pela apresentação da emissão filatélica dos CTT, composta por quatro selos comemorativos dos 30 anos da Fundação Oriente e 10 anos do Museu do Oriente.

 

Exposição “Três Embaixadas Europeias à China”

Inauguração | 8 de Novembro | 18.30

Até 21 de Abril de 2019

Horário: terça-feira a domingo, 10.00-18.00

(à sexta-feira o horário prolonga-se até às 22.00, com entrada gratuita a partir das 18.00)

Preço: 6 €

 

www.museudooriente.pt