Noites de cinema estão de regresso ao terraço do Cine-Teatro S. João!
As noites de “Cinema no Terraço” estão de volta ao Cine-Teatro S. João, em Palmela, em junho, com sessões às 21h30, com entrada gratuita.
Em 2022, o 70.º aniversário do Cine-Teatro foi comemorado com um vasto programa, que incluiu a exibição de dois filmes no terraço deste equipamento cultural. O sucesso das sessões levou o Município de Palmela a retomar a iniciativa, este ano com a exibição de cinco filmes de várias partes do mundo e diferentes épocas: “Cesária Évora”, dia 2, “Le Mali 70”, dia 9 (sessão integrada no Festival IndieLisboa), “A Lancheira”, dia 16, “Ladrões de Bicicletas”, dia 23, e “O Carteiro de Pablo Neruda”, dia 27.
A iniciativa “Cinema no Terraço” enquadra-se no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 17 - Parcerias para a Implementação dos Objetivos.
Programa
2 junho
Cesária Évora
Realização: Ana Sofia Fonseca
Documentário | Portugal | 2022
94 minutos
M/12
O filme de Ana Sofia Fonseca oferece um retrato de Cesária Évora, cantora que nasceu em Cabo Verde na época colonial, que lutou sempre pela liberdade e que chegou ao topo da cena musical a nível mundial. O documentário apresenta os diversos contextos políticos e sociais da vida da artista e os temas universais da liberdade e da desigualdade racial e de género, todos ilustrados por imagens de arquivo inéditas, canções originais e testemunhos únicos das pessoas que a conheceram. Nas palavras da realizadora: «Como jornalista, há 20 anos que conto histórias de pessoas, principalmente mulheres, muitas vindas de África. Cesária é a narrativa perfeita - uma mulher que desafiou o destino e quebrou todos os preconceitos».
9 junho
Le Mali 70
Filme exibido na secção IndieMusic
Realização: Markus C.M. Schmidt
Documentário | Alemanha | 2022
94 minutos
M/12
Uma big band de Berlim, o projeto Omniversal Earkestra, descobre os discos das big bands da República do Mali dos anos 1960 e 70, quando houve uma cena musical explosiva logo a seguir à
independência do país. Fascinados com o som - que junta tradições Dogon, Wassalou ou Tuareg com influências cubanas - embarcam numa viagem para conhecerem as lendas veteranas que originaram o movimento, como Cheick Tidiane Seck, Abdoulaye Diabaté ou Salif Keita.
16 junho
A Lancheira
Realização: Ritesh Batra
Comédia Sentimental | Índia | 2013
104 minutos
M/12
Os "dabbawalas" da cidade de Bombaim, Índia, são uma comunidade de mais de cinco mil entregadores de "dabbas" (lancheiras). Eles levam aos escritórios as refeições quentes vindas das cozinhas das donas de casa e regressam mais tarde com elas vazias para as devolver às respetivas
casas. É uma profissão hereditária e a entrega é feita por analfabetos que usam um complexo sistema de código de cores e símbolos para as entregar às/aos suas/eus devidas/os donas/os. Um estudo da Universidade de Harvard, nos EUA, demonstrou que apenas uma em cada quatro milhões de lancheiras é extraviada e entregue na morada errada. Saajan (Irrfan Khan) é um contabilista viúvo e muito solitário, que todos os dias se esforça para iniciar os seus dias. Ila (Nimrat Kaur), por seu lado, é uma jovem mulher desprezada que deseja reconquistar o marido e que, com amor e dedicação, lhe cozinha os pratos mais saborosos, certa de que ele a voltará a amar. Certo dia, devido a um fatídico erro de troca de lancheiras, Saajan recebe a refeição que Ila cuidadosamente
preparou para o marido. Quando ela percebe o sucedido, escreve-lhe um bilhete a pedir desculpa. Ele responde, agradecido. Dá-se assim início a uma troca de bilhetes e confissões de parte a parte, que se vai desenvolvendo em algo cada vez mais profundo. Apresentado na Semana da Crítica do Festival de Cinema de Cannes, um filme sobre a mágoa e a esperança numa vida melhor, escrito e realizado pelo estreante Ritesh Batra.
23 junho
Ladrões de Bicicletas
Realização: Vittorio De Sica
Drama | Itália | 1948
90 minutos
M/6
“Ladrões de Bicicletas” ocupa há sete décadas consecutivas um lugar cimeiro no cânone dos melhores filmes de todos os tempos. Logo na estreia, gerou um grande entusiasmo, na Europa e na América, e André Bazin descrevia-o como uma obra-prima, perfeita e sublime, e afirmava que De Sica era o maior realizador italiano. Amado por Orson Welles e Wes Anderson, o filme que “mudou a vida” de Ken Loach, que “salvou a carreira” de Jia Zhang Ke, “Ladrões de Bicicletas”, a odisseia de um pai e de um filho pelas ruas de Roma à procura de uma bicicleta roubada, indispensável para o seu trabalho, obra zénite do neo-realismo italiano, tem a grandeza de uma tragédia clássica. Cesare Pavese dizia que o grande cronista da Itália do seu tempo era De Sica. Foi também nas ruas, onde filmaria, que o realizador foi procurar os seus intérpretes: Lamberto Maggiorani, o pai, era um operário mecânico, e Enzo Staiola, o filho, descobriu-o entre os mirones. «Era necessário que este operário fosse ao mesmo tempo tão perfeito, anónimo e objetivo como a sua bicicleta». Com uma extraordinária mise en scène, um trabalho rigoroso de escrita (com Cesare
Zavattini e outros), uma concisão comovente, “Ladrões de Bicicletas” é “cinema no seu estado puro”, que nos provoca uma comoção tão forte hoje como há 70 anos.
27 junho
O Carteiro de Pablo Neruda
Realização: Michael Radford
Comédia Dramática | Itália | 1994
108 minutos
M/12
Baseada no livro de Antonio Skármeta, esta longa-metragem conta a história da amizade entre o poeta chileno Pablo Neruda, exilado numa pequena ilha italiana, e o seu carteiro - um homem simples e quase analfabeto que pretende conquistar o coração da bela Beatrice com poesia. Enquanto o carteiro (Massimo Troisi) aprende que para escrever poemas basta deambular pela praia, onde as metáforas lhe ocorrem naturalmente, Neruda (Philippe Noiret) descobre a grandeza dos homens, que apesar de simples dão a vida pela revolução. O próprio filme é um longo poema, ao som das ondas grandes e pequenas, do vento que sopra e das redes tristes dos pescadores.