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Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

Obras de Herberto Helder ganham vida pela voz e corpo de Dinarte Branco num espetáculo com música ao vivo (02 e 03 dezembro)

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Dinarte Branco apresenta em Guimarães “A Máquina de Emaranhar Paisagens”

 

Obras de Herberto Helder ganham vida pela voz e corpo de Dinarte Branco num espetáculo com música ao vivo

 

Esta sexta e sábado, 02 e 03 de dezembro, às 22h00, a Black Box da Plataforma das Artes e da Criatividade, em Guimarães, recebe “A Máquina de Emaranhar Paisagens”, peça dirigida e interpretada por Dinarte Branco que sobe ao palco para dar vida aos textos de Herberto Helder, poeta maior da literatura portuguesa que nos deixou no ano passado. A peça conta com música original e interpretação ao vivo de Cristóvão Campos.

 

Herberto Helder deixou-nos no ano passado, mas connosco permanecerão os seus poemas. Dono de uma obra vasta e criador de uma nova linguagem, Herberto Helder marcou para sempre a literatura portuguesa e estará para a poesia da segunda metade do séc. XX como Pessoa esteve para a primeira. Um visionário, um génio na criação de novos símbolos, um “eremita” que rejeitou todas as formas de mediatização para que a sua obra pudesse viver e falar por si. Criou poemas soberbos, desenhou universos inteiros e na sua morte torna-se mito.

 

Dinarte Branco pretende, assim, criar um espetáculo inteiramente erigido a partir de textos do autor: poemas, textos de caráter biográfico, ensaios sobre a criação literária e artística, textos com caráter humorístico e obras poéticas da literatura universal “mudadas” para português pelo próprio. Este interesse em abordar toda a obra do autor tem como objetivo aliar o seu pensamento, impresso em textos mais analíticos ou biográficos, com os textos poéticos, procurando criar possíveis relações ou encontros entre os vários textos.

 

A partir da voz e do corpo do ator acredita-se que a imagética, a musicalidade e o ritmo impressos nos poemas de Herberto Helder tornem real uma outra possibilidade de comunicação, um outro entendimento que a oralidade e a fisicalidade podem trazer aos textos, não na tentativa de os explicar, ou de os resolver, mas de os pensar e receber de uma forma diferente. A exigência e hermetismo dos textos de Herberto Helder questionam uma escrita meramente mental e racional e as palavras ganham densidade e vida também pela sua sonoridade e musicalidade. Diz Herberto Helder aquando da sua chegada a Antuérpia: “percebi logo que ali ia ser muito difícil, e por conseguinte, que só ali valia a pena procurar”. Será esta a proposta: procurar os poemas em palco, com os espetadores.

 

Dinarte Branco vai buscar a obra indelével de Herberto Helder para nos oferecer “A Máquina de Emaranhar Paisagens”, espetáculo cuja dramaturgia é construída unicamente a partir dos textos e poemas do poeta e onde a voz e corpo do ator se cruza num diálogo íntimo com a música de Cristóvão Campos, que atua ao vivo. Nasce assim uma peça que procura materializar a imagética da obra de um dos mais fascinantes autores da história da literatura portuguesa.

 

Os bilhetes para o espetáculo podem ser adquiridos nas bilheteiras do Centro Cultural Vila Flor e da Plataforma das Artes e da Criatividade, bem como nas lojas Fnac e El Corte Inglês, entre outros pontos de vendas, e na internet em www.ccvf.pt e oficina.bol.pt