Palácio dos Condes de Anadia inaugura com a presença do Ministro da cultura
Programa de visitas guiadas até novembro
- Uma das casas mais relevantes do país e com traços típicos da época da sua construção, no século XVIII
- Classificado como Imóvel de Interesse Público, categoria a seguir à de Monumento Nacional
- Casa é obra da família Pais do Amaral
- Programa de visitas guiadas vão incluir os jardins, a vinha, com prova de vinhos e a mata
O Palácio dos Condes de Anadia, um edifício setecentista pertença da família Pais do Amaral, situado em Mangualde, acaba de inaugurar numa sessão pública que contou com a presença do Ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes.
Após um período de investimentos de requalificação por parte da família proprietária, o Palácio, aberto no final do ano passado num soft-opening, abre agora portas ao público, com um programa de visitas guiadas que prevê diversas fases a implementar nos próximos quatro anos.
Para além da casa senhorial, um dos exemplares mais relevantes da arquitetura senhorial da Beira Alta, com predominância de elementos do Barroco e classificado na categoria de Imóvel de Interesse Público, os visitantes vão poder visitar também os jardins, a vinha, através de uma prova de vinhos, e a mata.
Para Miguel Pais do Amaral, “é com enorme satisfação e orgulho que vejo recuperado um imóvel de interesse histórico e arquitetónico, e de inquestionável interesse patrimonial para o concelho, que vem contribuir para atrair os portugueses, mas também um público estrangeiro, interessado em conhecer e visitar esta sumptuosa residência da Beira”.
Ainda segundo o proprietário, “está previsto um programa organizado de visitas guiadas até novembro, que irá incluir em cada divisão da casa, uma descrição do conteúdo e das características de cada espaço, tanto em português, como em inglês. Desta forma estamos certamente também a contribuir para um maior conhecimento da arquitetura data do século XVIII.”
A residência inclui uma grande quinta com pomares, jardins, estufas e largos campos de sementeira, ficando contígua a esta uma extensa mata. O objetivo da família é o de arrancar agora com as visitas ao palácio, mas alargar a iniciativa aos jardins, à vinha através da prova de vinhos e à mata. “É um projeto muito ambicioso”, refere Miguel Pais do Amaral.
De enorme imponência, o palácio apresenta quatro fachadas todas dignas, com amplas janelas no andar nobre da fachada principal, emolduradas no mais fino granito, com um delicado ornato em forma de concha. A traça interna mantém as influências do período em que foi edificado, com amplos salões e tetos apainelados.
Anexa ao palácio, a capela de S. Bernardo, na face norte, vinda do século XVII, continua a conservar o seu retábulo primitivo com um S. Bernardo pintado por W. Machado, que se manteve mesmo após as várias alterações ocorridas ao longo dos séculos.
No seu interior, os visitantes podem também apreciar um vasto e significativo conjunto de silhares de azulejo, assim como a coleção de mobiliário, pinturas e gravuras, entre as quais ganha especial interesse a mesa da Sala Nobre com tampo de embutidos marmóreos, executada por Leoni em 1673, e o mobiliário da Sala de Música, com chinoiseries.
Recorde-se que foram várias as figuras históricas que passaram pelo Palácio, como o Marechal André Massena, Príncipe d`Essling comandante do exército francês que, em 1810, invadiu Portugal pela terceira vez, ou el rei D. Luis I, que o visitou em 1882 pela altura da inauguração do Caminho de Ferro da Beira Alta , e el rei D. Carlos I nos últimos anos do seu reinado.