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Cultura de Borla

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Palmela: Visite a Exposição sobre Mário Viegas  até 30 de abril!

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A Câmara Municipal de Palmela inaugurou, no dia 1 de abril, a Exposição “O Sonho ao Poder”, patente ao público no Cine-Teatro S. João, em Palmela, com as presenças da Vereadora da Cultura, Maria João Camolas e de João Brites, do Teatro O Bando, entre outras/os convidadas/os.

A mostra, que poderá ser visitada até 30 de abril no horário de funcionamento daquele equipamento cultural, aborda as diferentes facetas do homem, ator e recitador Mário Viegas.

Esta exposição, que integra o programa comemorativo dos 50 anos do 25 de Abril no concelho, é promovida pela Associação LPV – Museu do Bem Estar e é composta por painéis e peças do espólio pessoal de Mário Viegas, homenageando o artista, a língua portuguesa e o teatro.

António Mário Lopes Pereira Viegas nasceu a 10 de novembro de 1948, em Santarém. Foi considerado como o maior ator do pós-25 de abril. Aos 15 anos, já fazia teatro amador. Após ter frequentado a Faculdade de Letras e o Conservatório Nacional em Lisboa, estreou-se no Teatro Experimental de Cascais (TEC). Em 1969 ingressou no Teatro Universitário do Porto e em 1970 regressou ao TEC.

Começou a ser conhecido como declamador, tendo gravado diversos discos. Iniciou-se no cinema em 1975 com a curta-metragem O Funeral do Patrão. Foi um dos elementos fundadores do grupo A Barraca, em 1976. Aqui, assinaria um dos papéis mais inesquecíveis da sua carreira teatral: D. João VI (1979), que lhe valeu o prémio de melhor ator no Festival de Teatro de Sitges.

Cinematograficamente, foi um dos “atores-fétiche” de José Fonseca e Costa, com quem trabalharia em Kilas, o Mau da Fita (1981), Sem Sombra de Pecado (1983), A Mulher do Próximo (1988) e Os Cornos de Cronos (1991). Trabalhou também sob a orientação de Artur Semedo em O Rei das Berlengas (1978), de Manoel de Oliveira em A Divina Comédia (1991) e de Roberto Faenza em Afirma Pereira (1996).

Fez, também, televisão, apresentando os programas Palavras Ditas (1986) e Palavras Vivas (1990), onde declamou poemas de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, António Nobre, Cesário Verde e Pablo Neruda.

Mas foi no teatro que atingiu os seus maiores momentos: em 1991, fundou a Companhia Teatral do Chiado onde o seu maior sucesso viria a ser Europa Não! Portugal Nunca! (1995). Paralelamente, tentou uma carreira política: nas Legislativas de 1995 integrou as listas da UDP e no mesmo ano anunciou a sua candidatura à Presidência da República, com o slogan «O Sonho ao Poder», obtendo algum feedback entre a classe universitária lisboeta. No entanto, a síndrome da imunodeficiência adquirida, da qual viria a falecer, acabaria por inviabilizar a sua ida às urnas. 

Pela sua carreira e méritos artísticos foi várias vezes premiado por diferentes entidades culturais, nomeadamente, pela Casa da Imprensa, pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro e pela Secretaria de Estado da Cultura. Em 1993 foi agraciado com a Medalha de Mérito da cidade de Santarém e, em 1994, recebeu, pelas mãos do então Presidente da República Portuguesa, Mário Soares, a comenda da Ordem do Infante D. Henrique.