Patchwork: A Arquitectura de Jadwiga Grabowska-Hawrylak em exposição em Lisboa - até 18 Setembro
Patchwork: A Arquitectura de Jadwiga Grabowska-HawrylakAté 18 Setembro — Palácio Sinel de Cordes |
Depois da passagem por Nova Iorque, a sede da Trienal de Lisboa recebe a exposição de um dos nomes mais importantes da arquitectura polaca da sua geração, firmando cada vez mais este pólo cultural como espaço de programação dedicado ao pensamento e à prática da cultura arquitectónica contemporânea. Patchwork: A Arquitectura de Jadwiga Grabowska-Hawrylak apresenta-se no Palácio Sinel de Cordes até 18 de Setembro de 2021. Esta retrospectiva evidencia não só o extenso e precursor trabalho da arquitecta — pela sua genialidade e afirmação enquanto mulher numa área dominada por homens, — como abre as portas à história de Wrocław, uma cidade que, outrora, foi a maior metrópole dos territórios orientais da Alemanha e que, em 1945, foi concedida à Polónia, com o fim da Segunda Guerra Mundial. Patchwork revela um importante conjunto de 24 projectos concebidos por Jadwiga Grabowska-Hawrylak entre 1954 e 1993. Entre propostas mais especulativas e outras mais pragmáticas, das quais 12 obras construídas, na exposição pode descobrir-se a obra da arquitecta através de desenhos, fotografias e maquetes, incluindo um modelo com quase seis metros de altura, à escala 1:10, de Manhattan, o enorme e escultural complexo habitacional que se tornou o seu projecto mais emblemático, assim como o símbolo das aspirações daquela cidade polaca. Apesar das mudanças nas tendências da arquitectura, o patchwork costurado por Grabowska-Hawrylak em Wrocław permanece, até hoje, como uma das suas facetas mais interessantes, e continua a ocupar um lugar importante no imaginário colectivo de quem habita e visita a cidade. A exposição em Lisboa resulta de uma co-produção com o Museu de Arquitectura de Wrocław, o Instituto Adam Mickiewicz e o Ministério da Cultura e do Património Nacional da República da Polónia. Segundo a curadoria do museu polaco, Michał Duda e Małgorzata Devosges Cuber, a história contada por Jadwiga Grabowska-Hawrylak é “a da mudança de identidade da cidade e da luta contra a mediocridade arquitectónica”. Sobre a mostra, sublinham, “vai provar que a linguagem da excelência arquitectónica é universal e contribuir para uma melhor compreensão da nossa parte do mundo”. O Palácio Sinel de Cordes recebe assim a sua segunda exposição da temporada de 2021 destacando o trabalho de uma autora incontornável na história da arquitectura da segunda metade do séc. XX mas pouco conhecida em Portugal. |
SOBRE JADWIGA GRABOWSKA-HAWRYLAKNatural de Tarnawce, uma pequena aldeia na parte oriental da Polónia, Grabowska-Hawrylak (1920—2018) começou a estudar arquitectura em Wrocław no Outono de 1945. Conhecida como a cidade alemã de Breslau até esse ano, tornou-se a capital dos Territórios Recuperados da Polónia após a repartição das zonas de influência entre o Oeste e o Leste decidida na Conferência de Yalta* que determinou o futuro da Europa e do mundo no pós-guerra. É célebre pelos edifícios góticos e barrocos característicos da região da Silésia, mas também pela obra dos primeiros modernistas alemães e pelos projectos imponentes da era comunista. Os remendos da polaca foram essenciais na reconstrução de Wrocław e deram uma nova unidade ao tecido rasgado da cidade. A sua longa carreira construiu-se durante a segunda metade do século XX e, nesta exposição, os projectos estendem-se entre 1954 e 1993. Da participação no restauro de Wrocław aos desenhos modernistas dos anos 1960/70, passando pela estética pós-modernista adoptada em trabalhos mais tardios, nas décadas de 80 e 90, a obra da arquitecta reflecte as sucessivas mudanças culturais e políticas da Polónia. O projecto mais emblemático de Jadwiga Grabowska-Hawrylak é o enorme e escultural complexo habitacional em Wrocław, popularmente conhecido como Manhattan (um símbolo das aspirações da urbe, concluído em 1976). No entanto, o seu corpo de trabalho integra também muitos exemplos de design excepcional: escolas dos anos 1950, um edifício maisonette com apartamentos duplex na baixa da cidade e um centro urbano futurista, entre outros. *Conferência de Yalta [ou Ialta], na Crimeia, reuniu de 4 a 11 de Fevereiro de 1945, Winston Churchill, Franklin Roosevelt e Joseph Stálin [Estaline] para definirem o mapa europeu do pós-guerra, no qual se decidiu que uma parte do território oriental da Alemanha, onde se situava a cidade de Breslau, passaria a ser território polaco. Breslau passou assim a chamar-se Wrocław. INFORMAÇÃO SOBRE HORÁRIOS E ENTRADA:Terça a Sexta, 14:00 — 20:00 COMO CHEGAR: Autocarros Metro - Linha Azul Eléctrico |