PEDRO CHORÃO | Ventanias | Encerramento
A exposição de Pedro Chorão, patente na galeria Sá da Costa, termina no próximo sábado, dia 19 de Novembro.
(Galeria Sá da Costa, Rua Serpa Pinto, 19, ao Chiado. Lisboa)
(...) Mas, se o despojamento e a simplicidade plástica, tanto na forma como na cor, são uma característica recorrente na pintura de Pedro Chorão, o artista não deixa, ainda assim, de reclamar para si a “necessidade absoluta de referências concretas”, porque o mundo das formas puras é por ele concebido à imagem do mundo das formas sensíveis, despojando estas das suas variações acidentais. Esta necessidade de enraizamento na realidade concreta aproxima Pedro Chorão da perspectiva que Mondrian exprimiu em “Natural reality and abstract reality” (1919-1920), quando imaginou uma conversa entre um pintor naturalista (x), um leigo (y) e um pintor realista abstracto (z), numa noite enluarada ao ar livre, num campo extenso.
Exclama Z – Quanta paz…
Y – Então a natureza ainda te toca?
Z – Se não me tocasse, eu não seria pintor.
Y – Como já não desenhas a natureza há muito tempo, pensei que ela não significava nada para ti.
Z – Pelo contrário. A natureza toca-me profundamente. Apenas pinto-a de maneira diferente.
José Sousa Machado