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A biografia “Pio XII, o Papa Amigo do Portugal de Salazar”, do historiador José de Carvalho, é editada na próxima terça-feira, 29 de março, pela Casa das Letras. Depois de analisar os 19 anos do pontificado de Eugenio Pacelli (1939-1958), o especialista em assuntos político-religiosos contemporâneos, conclui, que embora o Papa seja acusado de não ter feito o suficiente, de não se ter oposto ao Holocausto, de forma clara e directa, nem ter denunciado os horrores do regime nazi, foi o homem certo para conduzir a Igreja num período de grandes perturbações e conflitos.

“Após escrever esta biografia, fiquei com uma certeza: o Papado de Pio XII é de uma complexidade sem igual neste fascinante mundo da História. Para uns, o «Papa de Hitler». Para outros, o «Papa dos Judeus». Para nós, portugueses, o «Papa de Fátima», o Papa que amou Portugal e os portugueses. O Papa que esteve para exilar-se em Portugal. Mas também o Papa da Concordata, o Papa amigo de Salazar, o Papa amigo de Cerejeira. Um Papa, no fundo, que precisamos de conhecer melhor, uma vez que marcou páginas importantes da nossa História.”

Recorrendo a extensa documentação, testemunhos e bibliografia disponível, o historiador demonstra que Eugenio Pacelli, enquanto encarregado da actividade política e diplomática da Santa Sé, e depois enquanto Papa Pio XII, censurou e actuou sempre com distanciamento face aos regimes nazi e comunista; e que, com grande coragem, defendeu e protegeu o povo judaico. 

“Pio XII – O Papa Amigo do Portugal de Salazar” conta ainda a devoção de Pacelli a Nossa Senhora de Fátima, as cartas da Irmã Lúcia para Pio XII, o «Segredo de Fátima» e as cartas do Papa para Hitler.

 “O presente livro surge no momento oportuno, quando se começam a observar sinais de um certo ressurgir dos estudos sobre a importância dos papas para a identidade Portuguesa, e particularmente do Papa Pio XII, que é considerado o 'Papa de Fátima'. Relevante foi o papel dos papas para a construção da Portugalidade, e importa perceber que divulgar esse papel na formação e consolidação de Portugal como Nação, ao longo de nove séculos, é compreender a nossa História política, social, cultural, ideológica e religiosa”, escreve no prefácio, Dom Duarte de Bragança, baptizado Duarte Pio por ter Pio XII como padrinho.

Licenciado em Ciências Históricas Ramo Educacional, JOSÉ ANTÓNIO RIBEIRO DE CARVALHO (1979) é mestre em História Contemporânea pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, com uma dissertação sobre os Jesuítas nas vésperas da Primeira República, tese que lhe valeu o Prémio de História Contemporânea Professor Victor de Sá de 2007.

Actualmente é professor de História e investigador associado do Centro de Investigação Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão. Interessa-se por assuntos político-ideológicos e religioso-sociais contemporâneos, nomeadamente dos séculos XIX e XX. Tem mais de duas dezenas de livros publicados, entre os quais Salazar e Paulo VI. A Relação Conturbada do Ditador com o Primeiro Papa a Visitar Portugal; João Paulo II e Portugal e Fátima 1917-2017: 100 Anos de História das Aparições.