Prémio Internacional Terras sem Sombra entregue em Sines a 2 de Julho
Prémio Internacional Terras sem Sombra entregue em Sines
O músico e programador Michael Haefliger, o arqueólogo sírio Khaled al-Asaad e a Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal são os distinguidos.
Destinado a homenagear uma personalidade ou uma instituição que se tenha salientado, ao nível global, nos três pilares que caracterizam o Terras sem Sombra: Música e Musicologia; Valorização do Património Cultural; e Salvaguarda da Biodiversidade, o Festival instituiu, em 2011, o Prémio Internacional Terras sem Sombra.
A escolha dos recipiendários é da responsabilidade de um júri internacional, designado pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, a entidade promotora do Festival. O Prémio Internacional Terras sem Sombra 2016, será entregue no dia 2 de Julho, às 18h30, em Sines, no Auditório do Centro das Artes, pelo ministro da Cultura, Embaixador Luís Filipe de Castro Mendes e consta de um diploma e de uma obra de arte encomendada à artista plástica Beatriz Horta Correia.
Na área de Música e Musicologia, o Prémio Internacional Terras sem Sombra é entregue ao violinista e programador alemão Michael Haefliger, de 55 anos, que esteve associado desde sempre a grandes festivais europeus e é desde 1999, director do Lucerne Festival, ao qual imprimiu um novo impulso, designadamente na programação de música contemporânea e na captação de públicos jovens.
A título póstumo o Prémio na área de Património Cultural distingue o arqueólogo sírio Khaled al-Asaad (1934-2015), que nasceu e morreu em Palmira, torturado e assassinado pelo grupo terrorista autodesignado Estado Islâmico para que revelasse a localização de artefactos escondidos, nomeadamente em ouro. Acabou por ser decapitado e o seu corpo colocado num poste de um semáforo, numa avenida da cidade nova, perto das ruínas de Palmira. Foi um aviso à população para que acatasse o regime de terror; o crime, no entanto, suscitou um efeito contrário, tal o respeito votado ao labor de Asaad. O sacrifício do antigo director do Departamento de Arqueologia de Palmira fez dele um “mártir da causa do património”, como reconheceu a UNESCO. A laudatio do distinguido será pronunciada pelo ex-presidente da República, Jorge Sampaio, e o galardão será recebido por uma jovem e um jovem sírios, que estudam arqueologia nas universidades de Lisboa e Coimbra.
O Prémio na categoria de Salvaguarda da Biodiversidade será entregue à Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal (AAPEF), fundada em 1996, dois anos depois da criação do parque, pela autarquia, na zona montanhosa sobranceira à cidade.
O programa de reflorestação do parque, com uma área de dez quilómetros quadrados, tinha por objectivo recuperar as formações vegetais primitivas, minimizar as condições de propagação de fogos, reduzir a erosão e diminuir os efeitos catastróficos das cheias, da infiltração das águas e reforçar as nascentes. A AAPEF surgiu com o objectivo de mobilizar voluntários para os trabalhos com o projecto "Oásis num deserto de montanha", numa área que estava completamente desertificada. Em Agosto de 2010, um incêndio destruiu aproximadamente 90% da vegetação plantada e a AAPEF, determinada em colaborar com a natureza na recuperação da biodiversidade, plantou cerca de 50.000 plantas, exclusivamente com trabalho voluntário, pertencentes a 41 espécies endémicas e indígenas da Madeira.
A sessão termina com um recital da soprano Ana Cosme e do pianista Nuno Lopes.