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Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

Próximos concertos no Museu Nacional da Música

UM MÚSICO, UM MECENAS | Sábado, 28 de Dez., 18H | Entrada Livre

Ricardo Leitão Pedro na Tiorba de 1608

PROGRAMA
DOWLAND (1563-1626) E CASTALDI (1580-16
 
A temporada de concertos com instrumentos históricos prossegue no Museu Nacional da Música, desta vez pelas mãos de Ricardo Leitão Pedro,
na tiorba Matheus Buchenberg construída em Roma em 1608 (nº. inv. MNM 0252).

tiorbista.jpgA TIORBA BUCHENBERG DO MUSEU NACIONAL DA MÚSICA

A tiorba MM 252 foi construída em Roma, em 1608, pelo alemão Matheus Buchenberg, famoso construtor de alaúdes e tiorbas (ou chitarrones, como também eram conhecidos naquela região). Trezentos anos depois, em 1903, Alfredo Keil adquiriu este e outros instrumentos musicais (que actualmente também fazem parte do espólio deste museu) a Louis Pierrard, construtor e restaurador belga. Fê-lo através do seu filho, Luís Keil, que visitava os instrumentos, os descrevia ao pai através de cartas e fotografias, e tratava de agilizar a expedição dos mesmos para Lisboa.
A tiorba que este ano celebra 407 anos de existência sofreu várias intervenções ao longo dos tempos. Há um restauro de 1810, a que se seguiram outros dois, já no século XX: um em 1903, e o de Gilberto Grácio, em 1978. Neste último, o instrumento não ficou tocável, mas o braço, que se encontrava descaracterizado, foi modificado segundo o plano de um instrumento de Buchenberg pertencente à colecção do Victoria & Albert Museum. Em 2014, no âmbito do ciclo Um Músico, Um Mecenas, e através do patrocínio de um particular (Agostinho da Silva, administrador do Grupo CEI-Zipor), foi finalmente possível recuperar-se o som desta tiorba. O restauro esteve ao cargo do construtor e restaurador de cordofones Orlando Trindade. Foram corrigidas, com êxito, as deficiências que o instrumento apresentava ao nível da caixa e do braço.
Além da tiorba exposta no Museu da Música, existem alguns exemplares semelhantes de Matheus Buchenberg em museus europeus, nomeadamente um no MIM (Museu Instrumental de Bruxelas), outro no Museu da Música em Paris, um em Itália, em Florença, no Museu Bardini. e o de Londres, no Victoria and Albert Museum.

tiorba.jpg

RICARDO LEITÃO PEDRO
Fascinado desde sempre pelos cantores-instrumentistas da Antiguidade e as suas encarnações em todos os períodos históricos até ao presente, Ricardo Leitão Pedro é um dos raros músicos de hoje dedicado à prática histórica do canto al liuto, acompanhado-se a si mesmo com diferentes instrumentos antigos de corda dedilhada.
Nascido no Porto em 1990, tomou o alaúde aos dezoito anos de idade inspirado por um concerto de Hespérion XXI e encorajado pelo então professor de guitarra clássica Pedro Fesch. Um ano depois é aceite na licenciatura em música antiga da ESMAE (Porto, Portugal), durante a qual recebeu uma bolsa Erasmus para estudar no Conservatoire National Supérieur de Musique et Danse de Lyon na classe de Eugène Ferré.
Em 2013, muda-se para a Suíça para estudar na prestigiada Schola Cantorum Basiliensis, onde termina uma licenciatura em alaúdes medievais e renascentistas com Crawford Young e Marc Lewon e conclui actualmente o mestrado em canto na classe de Dominique Vellard. A nível privado, trabalhou com cantores como Margreet Honig, Gerd Türk e Patrizia Bovi e alaúdistas como Paul O'Dette, Hopkinson Smith, Eduardo Egüez e Rolf Lislevand.
Membro dos ensembles Concerto di Margherita (ensemble EEEmerging 2017-2018) e I Discordanti (ensemble EEEmerging 2016) com os quais mantém uma agenda ocupada pelos palcos europeus, é regularmente convidado a colaborar com diferentes ensembles e orquestras como cantor e alaúdista (Orquestra XXI, Coro Casa da Música, Capella Sanctae Crucis, Troxalida, Agamémnon, La Boz Galana, Domus Artis). Em duo com o alaúdista Guilherme Barroso ganhou o 2o prémio (1o não atribuído) da competição JIMA (Oeiras, Portugal) na categoria de música de câmara. Ávido pelo contacto com outras expressões criativas, mantém o hábito de improvisar com artistas da dança e circo contemporâneos. Compôs o tema para o solo de trapézio 'Planisfério' apresentado no FIS na Póvoa do Varzim e foi o músico seleccionado por Rostislav Novak (La Putyka) para o seu grupo de trabalho no festival de circo contemporâneo Die Originale enquadrado no Berliner Festspiele.
Igualmente investido na investigação musicológica do ponto de vista do performer, prepara actualmente a edição das canções e peças instrumentais do manuscrito Thibault (F-Pn Rés. Vmd ms. 27) para a editora Terem-Music baseada em Basel.
 
 
 
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CICLO MÚSICAS DO ACERVO
Compositores Portugueses e seus Contemporâneos - 4ª Temporada
Comissário: Adriano Nogueira
A 4ª temporada do ciclo "Músicas do Acervo: Compositores Portugueses e seus Contemporâneos" vai ter início no próximo dia 3 de Janeiro, às 19 horas, com um recital de piano a quatro mãos, no Museu Nacional da Música em Lisboa.
Recordamos que neste ciclo poderemos ouvir obras de compositores portugueses pouco conhecidos do grande público, algumas delas do acervo do museu, assim como obras de autores estrangeiros seus contemporâneos.
Sempre às 19H /Sempre com #EntradaLivre  

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CICLO MÚSICAS DO ACERVO 2020
03 de Janeiro - Duarte Pereira Martins e Philippe Marques
07 de Fevereiro - Karin Fernandes
19 de Março - Anne Kaasa
27 de Março - KVAR Ensemble
03 de Abril - Felipe Rodrigues
17 de Abril - Ricardo Martins
22 de Maio - Diana Botelho Vieira
01 de Junho - Thomas Powell Sineux
17 de Julho - Beatriz Maia e Gustavo Afonso  
 
RECITAL DE PIANO | Duarte Pereira Martins e Philippe Marques  | 
1º Concerto: 3 de Janeiro, 19h  

fotoPianistas.jpg

PROGRAMA:
Igor Stravinsky (1882-1971) | Pétrouchka (1910-11, rev. 1947)

I. Dança Russa (do primeiro quadro)
II. Segundo quadro – No quarto de Pétrouchka
III. Dança da bailarina e Valsa (da bailarina e do mouro)
IV. Quarto quadro – Festa popular da Semana Gorda (ao fim da tarde)


Fernando Lopes-Graça (1906-1994) | Melodias rústicas portuguesas (3.º caderno - 1979)

I. Canto do S. João
II. Este ladrão novo
III. Deus te salve, ó Rosa
IV. S’nhora da Póvoa
V. Oração de S. José
VI. Pastoril transmontano
VII. A virgem se confessou
VIII. Canção de berço
IX. Ó da malva, ó da malvinha!
X. Martírios
XI. Maragato son


Maurice Ravel (1875-1937) | La Valse (1919)


NOTAS DE PROGRAMA:


A inspiração da Dança foi muitas vezes fundamental para vários compositores ao longo da História, pela sua associação natural à Música. Neste programa, revisitam-se duas obras fundamentais da segunda década do século passado, de que agora celebramos o centenário, obras que certamente muito influenciaram o meio musical português: Pétrouchka e La Valse.
Nessa década, assistia-se em Lisboa a algumas apresentações dos famosos Ballets Russes, de Sergei Diaghilev. Entre as obras estreadas pela companhia do carismático empresário russo encontra-se Pétrouchka, de Igor Stravinsky. Estreada em Junho de 1911, em Paris, com coreografia do célebre Mikhail Fokine, o bailado baseia-se num libreto dramático em quatro partes, resultante de uma colaboração entre o compositor russo e o dramaturgo Alexander Benois.
No primeiro quadro, Festa popular da Semana Gorda, representa-se a animação de rua, com um espectáculo de marionetas em que desfilam várias personagens. Entre elas está Pétrouchka, dançando acompanhada pela Bailarina e pelo Mouro. Esse momento é, no entanto, abruptamente terminado quando Pétrouchka é atirada violentamente para o seu quarto, dando-se início ao segundo quadro, No quarto de Pétrouchka, no qual a boneca chora, numa tentativa de libertação do espaço fechado. No terceiro quadro, No quarto do Mouro, a Bailarina convida o Mouro para uma dança. O Palhaço, apaixonado pela Bailarina, pressente o perigo quando o Mouro a pega ao colo, o que acaba em confrontos entre ambas as personagens masculinas, com a entrada repentina de Pétrouchka em toda a confusão. A acção regressa, por fim, no quarto quadro, à Festa popular da Semana Gorda (ao fim da tarde), onde a animação é entrecortada com a disputa proveniente da cena anterior. Pétrouchka acaba por morrer pela cimitarra do Mouro, revelando, afinal, a humanidade que conquistou.
Fernando Lopes-Graça era um confesso admirador de Stravinsky, bem como de outros músicos que se inspiravam com regularidade na música popular dos seus países (casos de Bartók ou Falla), tendo baseado em melodias tradicionais portuguesas diversas das suas mais importantes obras, em formações tão distintas como o ensemble coral ou o piano solo. O terceiro caderno de Melodias Rústicas Portuguesas, para piano a quatro mãos, segue-se a dois primeiros escritos precisamente para piano solo, num total de 27 melodias harmonizadas e rearranjadas com o habitual trabalho sólido do compositor. As onze pequenas peças permitem uma viagem por quase todo o território português, do Minho ao Algarve, sendo dedicadas ao pianista Nuno Barroso, com a seguinte epígrafe: “Para o Nuno Miguel tocar com os jovens pianistas seus companheiros”.
Ao contrário da disponibilidade que a obra de Stravinsky encontrou em Diaghilev, o poema coreográfico – nas palavras do seu autor, Maurice Ravel – La Valse não foi considerado adequado para os Ballets Russes. A obra que encerrará o concerto ganhou forma ao longo de toda a década de 1910, sendo apresentada pela primeira vez, numa versão orquestral, a 12 de Dezembro de 1920. Nas palavras do compositor, a obra foi concebida «como uma espécie de apoteose da valsa vienense, à qual se mistura (…) a impressão de um giro fantástico e fatal». As diversas versões para piano existentes, produzidas ao longo de todo o século XX, são de extrema dificuldade técnica.

DUARTE PEREIRA MARTINSduarte.pmartins@gmail.com
Licenciado em piano pela Escola Superior de Música de Lisboa, na classe de Jorge Moyano, concluiu o curso do Conservatório Nacional com a classificação máxima, tendo aí estudado com Hélder Entrudo e Carla Seixas. Fundou o MPMP, dirigindo a sua temporada de eventos durante as três primeiras temporadas, mantendo agora o cargo de coordenador de projectos e produção.
É director artístico de inéditas gravações integrais das sonatas de Carlos Seixas (por José Carlos Araújo) e João Domingos Bomtempo (por Philippe Marques). É director executivo da Glosas, revista de música, desde 2017.
Premiado em diversos concursos de piano, apresenta-se regularmente em concerto por todo o país e estrangeiro, em variadas formações, com destaque para a divulgação do património musical português. Realizou já gravações para a RTP/Antena 2, para a TV Brasil (com Philippe Marques, no âmbito de uma digressão realizada em 2014) e para a etiqueta do MPMP. Apresenta regularmente estreias de obras de compositores contemporâneos, como foram os casos de João Pedro Oliveira, Sérgio Azevedo, Amílcar Vasques-Dias ou Hugo Ribeiro.
É membro fundador do KVAR Ensemble, projecto em que trabalha obras maiores do repertório camerístico para cordas e piano. Frequentou o curso de Engenharia Física Tecnológica do Instituto Superior Técnico e termina, actualmente, o mestrado em Empreendedorismo e Estudos da Cultura do ISCTE. Lecciona actualmente na Escola Artística de Música do Conservatório Nacional.

PHILIPPE MARQUES nasceu em 1991 na cidade de Lausanne, na Suíça. Iniciou os seus estudos musicais no Conservatório Regional Silva Marques com a prof. Catherine C. Paiva. Em 2006 foi admitido na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa e lá completou o Curso de Piano com 20 valores, na classe do prof. Hélder Entrudo.
Actua regularmente por todo o país, destacando-se as apresentações no Jardim de Inverno do Teatro S. Luiz, Teatro Nacional de São Carlos, Teatro da Trindade, CCB, Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, Palácio Nacional de Queluz e Palácio Nacional da Ajuda.
Como solista, estreou-se em 2011 com a Orquestra da Escola Superior de Música de Lisboa, sob a direcção de Vasco Pearce de Azevedo, interpretando o primeiro concerto para piano de F. Liszt. Recentemente, apresentou o segundo concerto para piano de J. D. Bomtempo e “Rapshody in Blue”, de G. Gershwin, com a Orquestra Académica da Universidade de Lisboa, sob a direcção de Tiago Oliveira. Em 2014, participou numa digressão ao Brasil onde se apresentou em alguns dos principais palcos de cinco cidades.
Ao longo do seu percurso participou em masterclasses sob orientação de conceituados professores, como Luiz de Moura Castro, Sequeira Costa, Artur Pizarro e Dmitri Alexeev. Já estreou obras de vários compositores portugueses e estrangeiros, entre os quais se destacam Edward Luiz Ayres d’Abreu, Nuno da Rocha, Luís Salgueiro, Daniel Moreira, Hugo Ribeiro e Ana Seara. Colabora regularmente com instituições como Orquestra Gulbenkian, Orquestra Metropolitana de Lisboa e o Ensemble MPMP.
Finalizou em 2014, com a máxima classificação, o Mestrado em Música na Escola Superior de Música de Lisboa, sob a orientação do professor Miguel Henriques. Lecciona actualmente no Conservatório de Música da Metropolitana, na Escola Profissional Metropolitana e na Escola Artística de Música do Conservatório Nacional.  
 
 
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RECITAL DE PIANO | ROMOLO SACCOMANNI | 6 de Jan., 19H | Entrada Livre

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PROGRAMA:
- L. V. Beethoven: 32 variazioni in Do minore
- F. Mendelssohn: 3 Fantasie op. 16
- F. Mendelssohn: Studio op. 104 N°2
- Bach/Busoni: preludio corale “Nun Komm’ der Heiden Heiland”
- F. Chopin: Studio op. 25 N°5
- S. Prokofiev: Valzer da “Cinderella” op. 102
- S. Rachmaninoff: “Pulcinella” op. 3 N°4

https://youtu.be/IF1cUUo2EPM

ROMOLO SACCOMANNI nasceu em 1999. Começou muito jovem o estudo do piano com a professora Antonella Clemente. Aos 15 anos é admitido nos cursos académicos de piano de 1º nível no Conservatório E.R. Duni de Matera, na classe da professora Paola Montemurro. Em Março de 2018 licencia- se com a distinção máxima e o louvor discutindo a tese intitulada "O rosto romântico da Sonata" e realizando a Sonata op. 80 de P. I. Tchaikovsky. Actualmente frequenta o primeiro ano de mestrado na classe da professora Paola Montemurro. Tem vindo a ganhar várias competições nacionais e internacionais como solista e em formação da câmara incluindo: Competição Nacional "Città di Conversano" (2014), Competição Internacional "Città di Sannicandro di Bari" (2015), Competição Internacional "Mediterraneo" (2016) Concurso Nacional "Terra delle Gravine" (2017), Concurso Internacional "Città di Fasano" (2017, 2018 e 2019). Tem participado em várias Masterclasses com os maestros Fedele Antonicelli, Mikko Heininen, Pierluigi Camicia, Pietro de Maria, Maxim Skogorev, Francesco Libetta, Roberto Prosseda e Ana Telles. Em 2017, executa o quinteto de piano e instrumentos de sopros KV 452 de W.A. Mozart para o "Festival de Maio" organizado pelo Conservatório de Matera. Em 2018 acompanha ao piano em vários concertos o Coral da Câmara de Duni dirigido pelo maestro Pasquale Veleno; no mesmo ano toca ‘ Suor Angelica" de G. Puccini para o ‘Festival dei Claustri’ em Altamura em colaboração com as professoras Daniela Monteduro e Antonella Rondinone. Em Fevereiro de 2019, toca o concerto para 3 pianos e orquestra em ré menor BWV 1063 deJ. S. Bach em ocasião da inauguração dos eventos para Matera 2019 na sala dos Actos do Campus Universitário de Matera. Em Outubro último, toca na presença do Ministro da Educação Lorenzo Fioramonti por ocasião da sua visita à cidade de Matera.