Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

SETEMBRO 2021 | Museu Nacional da Música

RECITAIS EM SETEMBRO NO MUSEU NACIONAL DA MÚSICA:
QUARTA, 1 DE SETEMBRO | 18h - Recital Duo Concêntrico
-
SEGUNDA, 13 DE SETEMBRO | 18h - CICLO UM MÚSICO, UM MECENAS: Aapo Häkkinen no cravo Taskin de 1782 (entrada livre)
-
SEXTA, 17 DE SETEMBRO, 18h - Quarteto Ibéria
-
SEXTA, 24 DE SETEMBRO, 18h - DUO EKLEKTIKA

Bilhetes para os espectáculos mediante reserva prévia:
extensao.cultural@mnmusica.dgpc.pt ou, das 11:00 às 17:00, pelo telefone 21 771 09 90.
O uso de máscara é obrigatório e estarão garantidas todas as normas de distanciamento social e higienização do espaço, seguindo as regras da DGS à data do evento.
Lotação: 50 pessoas.
 
QUARTA, 1 DE SETEMBRO | 18h
O Museu Nacional da Música e a Associação dos Amigos do Nacional da Música apresentam:
Recital Duo Concêntrico
Josefina Alcaide, violino
Gonçalo Simões, piano
Bilhete: 5 ♪ | Sócios: 3 ♪ |
 
 

238808284_4473178676072207_1787085018694714143_n (

 

 
Programa
Johannes Brahms
(1833 – 1897)

Sonata em Sol maior, Op. 78
Vivace ma non troppo
Adagio
Allegro molto moderato
Óscar da Silva
(1870 – 1958)

Sonata “Saudade” em Fá menor
Allegro com duolo – Allegro molto
Andante
Scherzo
Allegro molto quasi presto ed appasionato
 
Sinopse
A música em Portugal, ao longo do séc. XIX, caracterizou-se pela quase exclusiva ligação à tradição operática italiana. A primeira década do séc. XX marca um ponto de viragem tanto dialética como estilisticamente na nossa música, mudando o foco e o nosso paradigma para os estilos provenientes do Romantismo Germânico e Impressionismo Francês, devido à influência de compositores como José Vianna da Motta, Luís de Freitas Branco e Óscar da Silva, que fizeram parte importante da sua formação nos referidos países. Deste último compositor, a Sonata “Saudade”, escrita em 1906, além de ser claramente a primeira Sonata com perfil totalmente camerístico no repertório nacional para violino e piano, é um claro exemplo da influência do Romantismo Germânico na nossa música, tendo influências directas da escrita de Robert Schumann, Frédéric Chopin, e especialmente da música de Johannes Brahms, com quem relacionamos mais especificamente esta obra.
Sendo resultado da influência directa da literatura poética de cada um dos respectivos países dos compositores em questão, ambas as obras possuem uma enorme ligação emocional, procurando um impacto pelo forte carácter lírico que apresentam.
 
Notas Biográficas
Formado em 2017 pela violinista Josefina Alcaide e pelo pianista Gonçalo Simões, o Duo Concêntrico surgiu da vontade de ambos em fazer música de câmara, partilhando e explorando conjuntamente o mesmo “centro” – a Música.
Contando já com várias apresentações a nível nacional, destaca-se a estreia internacional realizada em 2019 no Festival Internacional de Música Espanhola de Lèon, em Espanha. O Duo Concêntrico apresenta repertório transversal a várias épocas e estilos, abrangendo obras do Classicismo à actualidade, de Mozart a Freitas Branco, incluindo obras especificamente compostas e dedicadas ao Duo.
Josefina Alcaide, violino
Nasceu em 1994 em Setúbal, tendo concluído a Licenciatura em Violino no Conservatório de Amsterdão, sob a orientação dos Profs. Ilya Grubert e Eliot Lawson.
Obteve diversos primeiros prémios e outras distinções em Concursos Nacionais e Internacionais, sendo maiores exemplos o Concurso Nacional de Cordas Vasco Barbosa e o Concurso Internacional da Cidade do Fundão. Apresenta vasta experiência orquestral, tendo colaborado com instituições como a Orquestra de Jovens da União Europeia, Orquestra Gulbenkian, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra de Câmara Portuguesa, Orquestra Klangvereinigung, entre outras. Como solista, realizou vários recitais por todo o país, destacando-se apresentações a solo com a Orquestra Sinfónica Portuguesa, a Orquestra Sinfónica Juvenil e a Orquestra do Norte, e no domínio da música de câmara, com o Duo Concêntrico. Actualmente encontra-se em fase de conclusão do Mestrado em Performance na Universidade de Música e Artes da cidade de Viena, sob a tutela do Prof. Boris Brovtsyn. Josefina Alcaide é artista agenciada pela Artway - Showcase.
Gonçalo Simões, piano
Nascido em Setúbal, concluiu com elevadas classificações a Licenciatura em Piano e o Mestrado em Ensino de Música na Escola Superior de Música de Lisboa, sob a orientação dos pianistas Olga Prats e Jorge Moyano. Obteve formação complementar com pianistas de elevado prestígio internacional como Artur Pizarro, Jörg Demus, Vitaly Margulis, Luiz de Moura Castro, Helena Sá e Costa, Ralf Nattkemper, Avedis Kouyoumdjian, entre outros. Apresentou-se como solista com a Orquestra Sinfónica Portuguesa e com a Orquestra do Estágio Instrumental da ESART. Participou como compositor e pianista nas edições de 2019 e 2020 do FilmFest Setúbal. Apresenta-se com regularidade em público em recitais de música de câmara em projectos com o violoncelista Samuel Santos e a soprano Ana Tomás, além do Duo Concêntrico.
Exerce actividade docente no Conservatório Regional de Setúbal e na Escola Superior de Artes Aplicadas (Instituto Politécnico de Castelo Branco), encontrando-se presentemente a concluir o Doutoramento em Música e Musicologia na variante de Performance (Piano) na Universidade de Évora. 
_________________________________________________________
 
SEGUNDA, 13 DE SETEMBRO | 18h
O Museu Nacional da Música apresenta:
CICLO UM MÚSICO, UM MECENAS com
Aapo Häkkinen no cravo Taskin de 1782 
Entrada livre mediante reserva prévia

240562352_4495643223825752_8822910913692312850_n.j

PROGRAMA:
Johann Sebastian Bach (1685–1750)
Praeludium und Fuge Es-Dur, BWV 852
Praeludium und Fuge es-Moll, BWV 853
Carl Philipp Emanuel Bach (1714–1788)
Rondo c-Moll, Wq 59/2 (1785)
Joseph Haydn (1732–1809)
Sonate g-Moll, Hob. XVI:44 (?1772)
Moderato – Allegretto
Johann Sebastian Bach
Praeludium und Fuge d-Moll, BWV 851
Praeludium und Fuge f-Moll, BWV 857
Johann Wilhelm Hässler (1747–1822)
Fantasie c-Moll, 1776
Johann Friedrich Reichardt (1752–1814)
Rondo nach einem Gedicht des Petrarca (1782)
Johann Gottfried Wilhelm Palschau (1741–1815)
Sonate F-Dur, c.1775
Adagio – Allegro assai – Affettuoso – Presto
Johann Sebastian Bach
Praeludium und Fuge a-Moll, BWV 865
Praeludium und Fuge fis-Moll, BWV 859
Johann Wilhelm Hässler
Sonate a-Moll, 1776
Poco allegro – Largo – Presto
 
SOBRE O CRAVO TASKIN (1782, instrumento musical classificado como Tesouro Nacional):
O cravo Taskin data de 1782 e foi construído pelo belga Pascal-Joseph Taskin (1723-1793) radicado em Paris, que trabalhou na oficina da família Blanchet, celebrizada por ilustres mestres construtores. Pascal-Joseph Taskin fez parte da Corporação de Construtores e trabalhava para a Casa Real e para o Rei Louis XVI de França. Em 1780, na sua oficina, construíam-se cravos e pianofortes e, apesar da ligação à corte, continuou próspero e imune à Revolução Francesa, até à data da sua morte em 1793.
Com a Revolução Francesa foram destruídos muitos bens patrimoniais, entre os quais cravos que pertenciam a membros da nobreza. Aliado a este fator, o aparecimento do piano contribuiu também para o desaparecimento gradual deste tipo de instrumento. Assim, a coleção de cravos de Pascal-Joseph Taskin ficou reduzida a 8 exemplares que estão espalhados por várias partes do mundo, em museus e coleções particulares.
O instrumento musical do Museu Nacional da Música tem elevado valor histórico, estético, técnico e material, por ter sido um exemplar construído a pedido do rei francês para o oferecer à sua irmã Marie Clotilde. Concebido de forma luxuosa, é considerado um dos melhores exemplos do trabalho requintado deste grande construtor.
É decorado com chinoiserie relevada e policromada de muito boa qualidade. A rosácea de Andreas Ruckers, o tampo harmónico decorado com motivos florais e datado de 1636 e a inscrição «Andre Rukuers Anee 1636» no frontal, remetem partes do instrumento para uma autoria anterior. Designado por ravalement, o reaproveitamento de partes de instrumentos mais antigos de mestres famosos era um procedimento habitual na oficina de Pascal Taskin. Segundo testes dendrocronológicos, cujos resultados foram conhecidos em fevereiro de 2019, a parte da madeira com inscrições Ruckers data de facto do séc. XVII (1625). No entanto, a confirmação da assinatura «Ruckers» requer peritagem, a ser levada a cabo num futuro breve.
O Cravo Taskin esteve sempre ligado a figuras relevantes da aristocracia europeia: o rei de França, que fez a encomenda do instrumento, Marie Clotilde, sua irmã, a quem o cravo foi oferecido, o rei Umberto II de Itália, obsequiado pela cidade de Turim com este instrumento musical no seu casamento e, finalmente, a Marquesa de Cadaval, que o recebeu do Rei Umberto II. Os vínculos institucionais reforçam também a sua importância: a Corte Francesa, a Corte da Sardenha (por casamento de Marie Clotilde com o príncipe Carlos Emanuel IV, futuro rei da Sardenha), o Museo Civico di Arte Antica da cidade de Turim (antes de ser seu proprietário Umberto II), a Casa de Sabóia, e o Estado Português, que o adquiriu e classificou como Tesouro Nacional.
O processo de restauro deste instrumento foi complexo e minucioso, ao longo do qual se desenvolveu um saudável e constante diálogo entre o museu e vários especialistas: o restaurador Ulrich Weymar foi o autor da intervenção na mecânica do cravo, técnicos de madeira e pintura de empresa de restauro e do Laboratório José de Figueiredo consolidaram a caixa e recuperaram a decoração, e finalmente o restaurador Geert Karman fez a harmonização e um novo jogo de saltarelos. Simultaneamente foram ouvidos investigadores e conhecedores da história do cravo, assim como cravistas. A recuperação do cravo Taskin foi, sem dúvida, uma notícia muito esperada e importante para o património organológico português e mundial. Como reconhecimento por este trabalho multidisciplinar, o Museu Nacional da Música ganhou o Prémio APOM2019 na Categoria Conservação e Restauro.
 
SOBRE O CRAVISTA:
Aapo Häkkinen iniciou a sua educação musical como corista na Catedral de Helsínquia. Começou a tocar cravo aos treze anos, tendo sido aluno de Elina Mustonen e Olli Porthan (órgão) na Academia Sibelius. De 1995 a 1998, estudou com Bob van Asperen no Conservatório Sweelinck de Amsterdão e, de 1996 a 2000, com Pierre Hantaï em Paris, onde foi também orientado e encorajado por Gustav Leonhardt. Após obter o diploma, em 1998, ganhou o segundo prêmio e o prêmio VRT na competição de cravo de Bruges. Recebeu também o prémio especial do Norddeutscher Rundfunk Musikpreis 1997 pelas suas interpretações de repertório italiano.
Aapo Häkkinen apresentou-se como solista e maestro na maioria dos países europeus e também em Israel, Japão, China, Coreia, Vietname, EUA, Brasil e México. Gravou para as gravadoras Aeolus, Alba, Avie, Cantus, Deux-Elles, Naxos e Ondine. É frequentemente convidado para a rádio e televisão e tem o seu próprio programa na Classic FM na Finlândia. Além do cravo, Aapo Häkkinen toca regularmente órgão, clavicórdio e pianoforte. Lecciona na Sibelius Academy e em masterclasses internacionais. É Diretor Artístico da Orquestra Barroca de Helsínquia desde 2003.
 
__________________________________________
 
SEXTA, 17 DE SETEMBRO, 18h
O Museu Nacional da Música e a Associação dos Amigos do MNM apresentam:
Quarteto Ibéria
Bilhete: 5 ♪ | Sócios: 3 ♪ |

240217477_4489484417774966_5104890702527142233_n.j

 

 
240217477_4489484417774966_5104890702527142233_n.jpg
Sobre o quarteto:
O Quarteto Ibéria é um quarteto de cordas constituído por ex-alunos da Academia Nacional Superior de Orquestra e da Escola Superior de Música de Lisboa. Formou-se em Setembro de 2017, tendo estudado sob a tutela dos professores Paul Wakabayashi e Paulo Pacheco e tendo-se apresentado em público em diversas ocasiões, integrando os ciclos de Música de Câmara da Orquestra Metropolitana de Lisboa, Academia Nacional Superior de Orquestra e Teatro Municipal Joaquim Benite.
Teve também a oportunidade de participar em diversas masterclasses com elementos de quartetos de renome internacional, tais como o Quarteto Casals ou o Quarteto Jerusalém e festivais de música, tais como o Verão Clássico no Centro Cultural de Belém.
 
PROGRAMA:
Antonín Dvořák – Quarteto de Cordas Nº 12, Americano, em Fá maior, Op.96 (1893)
I. Allegro ma non troppo
II. Lento
III. Molto vivace
IV. Finale. Vivace ma non troppo
 
José Vianna da Motta - Quarteto nº2,Cena nas Montanhas, em Sol maior (1894)
I. Allegro vivace
II. Adagio: “Cena nas Montanhas”
III. Presto
__________________________________________________________
 
SEXTA, 24 DE SETEMBRO, 18h
O Museu Nacional da Música e a Associação dos Amigos do MNM apresentam:
DUO EKLEKTIKA
Elena Rojas Crocker (violino) 
Sándor Mester (guitarra clássica)
Bilhete: 5 ♪ | Sócios: 3 ♪ |

240396800_4489387961117945_6830701478705931347_n.j

 

 
 
240396800_4489387961117945_6830701478705931347_n.jpg
Down in Yon Forest
Inglés Renaissance Carol
(Arr. Allan Alexander)
 
Sonata for violin & Basso Continuo
Ré-major (RV 9) Op. 2 N. 11
Antonio Vivaldi (1678-1741)
Preludio
Fantasia
Gavotta
 
Nocturne op. 38 N.2
Francesco Molino (1768 – 1847)
Andante Cantabile
Rondo
 
Duo N.1 Op. 4
Ferdinando Carulli (1770 – 1841)
Larghetto
Rondo Allegretto
 
Variações para violino e guitarra Op. 24
Mauro Giuliani (1781-1829)
Tema e Variações
Polonaise
 
Cantabile
Nicolo Paganini (1782-1840)
 
Gymnopedie N.1
Eric Satie (1866 – 1925)
 
Canarios
Gaspar Sanz (1640 - 1710)
 
Oriental Danza Española N. 2’
Fandango Danza Española N. 3
Enrique Granados (1867 –1916)
 
Elena Rojas Crocker, violinista e violista d’arco da Venezuela, possui Licenciatura e Mestrado de Música pela Aaron Copland Faculdade Musica de Queens College, Nova Iorque nos Estados Unidos, sob a orientação de Daniel Phillips. Recebeu um Diploma em execução do Conservatório Simón Bolívar na Venezuela. Estudou também com Margaret Pardeee (USA), Kasimier Burek, Eduardo Cedeño, Sergio Celis (Venezuela), e Daniel Paner (USA). Antes de começar os seus estudos em Nova Iorque, Elena Rojas foi membro da Orquestra Sinfónica Simón Bolívar na Venezuela, tendo participado em digressões na Europa, Ásia e nas Américas. Tem tocado recitais e concertos solistas na Venezuela, Argentina, Uruguai, Estados Unidos, Inglaterra e Portugal. No 2006 tocou o seu recital debute na Sala Weill da Carnegie Hall, como uma das vencedoras dos “Special Presentations Awards of Artists International Presentations 33rd Annual Auditions”. Actualmente reside em Portugal, e é professora de violino e orquestra de cordas e IB Music na Escola Americana de Lisboa. Também foi professora de violino e orquestra no Projeto Geração (2010- 2011). Os instrumentos que Elena Rojas usa foram comissionados especialmente ao luthier Edward Maday.
Sándor Mester MS3 é guitarrista profissional, produtor e professor. Realizou cerca de 900 concertos em 24 países: Brasil, EUA, Marrocos, Israel, Hollanda, Finlandia, Itália, Portugal, Sérvia, Ucrânia, Polónia, França, Bélgica, Roménia, República Checa, Eslovénia, Áustria, Hungria, Bulgaria, Eslováquia, Croácia, Noruega, Republica do Kosovo e Macedónia.
Organizou inúmeras tournées pelo mundo como solista e produtor de música de câmara. Tem promovido, em diversos países, vários workshops e masterclasses destinados a crianças e jovens músicos profissionais. Sandor Mester gosta de levar a música clássica aos lugares mais improváveis e a sítios onde a cultura e música raramente chegam. Por isso, tem tocado nos mais diversos espaços (desde grandes salas a pequenas igrejas de aldeia, escolas e centros culturais) promovendoa ideia de que a música clássica é e deve ser para todos.