Símbolos da produção artística que consciencializa para os assuntos da liberdade sexual e para as questões que afetam a comunidade LGBTQIA+, João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira procuram explorar o imaginário local para criar novas abordagens para peças novas ou pré-existentes.
"Vale Ferreira: Braga - Nova Iorque" inaugura sexta feira, 31 de outubro, às 18 horas, na ZET em Braga. Estará patente até 10 de janeiro de 2026.
Entre Braga e Nova Iorque cabe toda a Liberdade
da obra de João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira
A inspiração para o nome da exposição, "Vale Ferreira: Braga - Nova Iorque", está napersona e obra de António Variações, amarense que cedo se mudou para Lisboa e se constituiu como um símbolo de liberdade para uma geração que estava a sair de mais de 40 anos de ditadura.
Ao longo de 10 obras em que recorrem a diferentes técnicas e materiais, nomeadamente, instalação sonora, escultura ou pintura, João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira (JPV + NAF) exploram assuntos como a sexualidade, as identidades ou a liberdade.
Na ZET, os artistas partem da obra de António Variação, que esteve na origem do nome da exposição, para mostrarem o seu trabalho sem limites ou barreiras. Para Helena Mendes Pereira, diretora geral e curadora da ZET Galeria de Arte, que descreve os artistas como dos mais influentes e importantes da sua geração, é importante esta ligação das obras a Braga. “No início da década de 1980, durante a gravação do álbum “Anjo da Guarda” nos estúdios da Valentim de Carvalho, o produtor Nuno Rodrigues perguntou-lhe: “António, queres que isto soe como?” António Variações respondeu:“Quero que a minha música seja qualquer coisa entre Nova Iorque e a Sé de Braga",pretendendo descrever a fusão de estilos que procurava na sua música, combinando a sofisticação e a modernidade de Nova Iorque com as raízes e a tradição de Braga. O que o JPV + NAF nos apresentam tem essa caraterística, de partir daqui, de Braga, mas que transporta uma mensagem universal de resistência, de liberdade, de orgulho, que subscrevemos. Os espaços culturais não podem ficar em ‘em cima do muro’, devem ter uma posição política e expressá-la”, defende. Para a curadora, “é uma reflexão sobre os tempos escuros que vivemos e sobre as reminiscências de tudo isto no passado e na construção das inquestionáveis identidades. Aquilo que sabemos hoje é que, também eles, também esta exposição, está algures entre Braga e Nova Iorque e também eles, como António Variações, estão entre as vozes maisruidosas e pertinentes de uma geração”, comenta.
JPV + NAF destacam o carácter político da sua obra, uma caraterística que os acompanha desde o início da sua obra. “Eu gosto de pensar que somos uma espécie de maratonistas, desde que começámos. Não somossprinters, nem panfletários, independentemente dos contextos sociais e políticos que atravessámos ou que estamos a viver agora. Tudo o que fazemos é um ato político e, se escolhermos nada ter que ver com a política, isso é também um ato político”, defendem.
A exposição "Vale Ferreira: Braga - Nova Iorque" inaugura dia 31 de outubro, às 18 horas, e estará patente até 10 de janeiro de 2026.
Dia 30 de outubro, pelas 17h30, será inaugurada a exposição "Luís de Camões: 500 anos do nascimento", no Centro de Exposições do Pavilhão de Portugal.A exposição, que estará patente até dia 15 de janeiro,tem entrada livreeconvida o público a descobrir algumas das obras mais significativas da camoniana de D. Manuel II.
Entre o valioso acervo reunido por D. Manuel II na última década da sua vida, destaca-se uma notável coleção de livros impressos e manuscritos dedicados à vida e obra de Luís Vaz de Camões.
Reconhecida unanimemente como uma dasmais importantes camonianas alguma vez reunidas, esta coleção distingue-se não apenas por integrar a maioria das edições impressas da obra do poeta até ao século XX, incluindo traduções em diversas línguas, mas também pelo rigor com que o último rei de Portugal selecionou os exemplares, privilegiando sempre o melhor estado de conservação possível.
A exposição Luís de Camões: 500 anos do nascimentoconvida o público a descobrir algumas das obras mais significativas da camoniana de D. Manuel II, bem como outras peças emblemáticas que integram o vasto património histórico e cultural da Fundação da Casa de Bragança.
Prestes a celebrar 92 anos de existência, a Fundação da Casa de Bragança tem-se destacado pela sua missão de preservar, divulgar e enriquecer o património bibliográfico herdado de D. Manuel II, dando continuidade ao seu legado através de uma criteriosa política de incorporações.
Será possível visitar a exposição “Luís de Camões: 500 anos do nascimento”, no Centro de Exposições do Pavilhão de Portugal, de 30 de outubro a 15 de janeiro de 2026, de terça-feira a domingo, das 10h às 18h, exceto 24, 25, 31 de dezembro e 1 de janeiro.
6 de novembro de 2025 | Lisboa, Rua da Prata, 176 | A partir das 11h00
Criada, em Braga, em abril de 2014 por José Teixeira (Presidente do Conselho de Administração do dstgroup), a ZET é uma galeria de arte contemporânea que conjuga uma programação regular de exposições e um conjunto de eventos ligados ao pensamento crítico, nas suas galerias ou fora de portas, com uma plataforma de e-commerce de obras de arte. Tem como objetivo a democratização do acesso à arte, a promoção da literacia cultural e a discussão das questões fundamentais para a humanidade, tendo por base a produção artística contemporânea, nas suas variadas formas e suportes.
Tendo na representatividade dos ecossistemas criativos uma das suas preocupações, a ZET abre em Lisboa com uma programação mensal que tem como objetivo proporcionar espaços de visibilidade para os artistas com os quais trabalha regularmente, proporcionando aos públicos a possibilidade de contacto com propostas de diferentes geografias e enquadramentos. “Cartografia do Desejo”, do fotógrafo Alfredo Cunha (Portugal, 1953), inaugura este novo espaço cultural da capital, que estará aberto a partir de dia 6 de novembro.
Exposição: “Cartografia do Desejo”, de Alfredo Cunha, patente de 6 de novembro a 2 de dezembro - Entrada Gratuita
Inaugura esta sexta-feira, 7 de novembro, pelas 18h00, na Galeria de Arte do Convento do Espírito Santo, em Loulé, a exposição coletiva “Solstício dos dias pequenos”, que reúne 7 artistas: Christine Henry, Daniel Vieira, Jorge Graça, Milita Doré, Morgana Formosinho, Rúben Gonçalves e Vasco Célio.
São diferentes gerações do concelho de Loulé, artistas cujos trabalhos se cruzam entre a fotografia, pintura, desenho e instalação.
A exposição reflete sobre momentos de transição, explorando os ciclos naturais e sociais que marcam o tempo e a experiência coletiva. O título remete para o instante simbólico em que a luz se contrai e o dia atinge a sua duração mínima — metáfora das transformações e equilíbrios que atravessam tanto a natureza como a vida humana.
Integrada na edição de 2025 do Programa de Apoio às Artes do Município de Loulé (PAA), a exposição afirma-se como um espaço de encontro entre linguagens, gerações e sensibilidades artísticas, revelando a vitalidade e diversidade da criação contemporânea no território louletano.
A exposição está patente ao público de 8 de novembro a 10 de janeiro de 2026, de terça-feira a sábado, entre as 10h00 e as 13h30 e entre as 14h30 e as 18h00. A entrada é livre.
Inauguração das exposições 'Estrela de Seis Pontas' e 'O que pode uma imagem falar' - 15 de outubro de 2025, 18:00
15 de outubro, às 18h00, no Arquivo Municipal de Lisboa | Fotográfico
O Arquivo Municipal de Lisboa | Fotográfico inaugura, no dia 15 de outubro, às 18h00, duas exposições que colocam a fotografia ao serviço da cidadania, da reflexão social e da expressão artística.
“Estrela de seis pontas” de Pedro Medeiros nasce de um projeto iniciado em 2019, com autorização para fotografar o interior do Estabelecimento Prisional de Lisboa. Entre 2020 e 2021, captou imagens que revelam a arquitetura prisional como espaço de silêncio e disciplina.
De 2022 até ao momento presente, o autor deu continuidade ao trabalho anterior, mas já fora da “dimensão física” da prisão, criando provas fotográficas que integram esta exposição, permitindo o acesso a um espaço oculto ao nosso olhar quotidiano, onde a arquitetura assume um papel de protagonismo silencioso e disciplinar, suspenso num tempo que caminha paralelo ao nosso, mas composto de relações complexas e que importa interrogar entre vigilância, poder, corpo, lugar e sociedade.
As visitas guiadas com o fotógrafo e os curadores decorrem nos dias: 08 e 22 de novembro, às 15h00,11 de dezembro, às 18h00, e a 21 fevereiro, às 15h00. Estas visitas estão sujeitas a marcação prévia através do e-mail: arquivomunicipal.se@cm-lisboa.pt. Está ainda prevista um colóquiocom a investigadora Viviane Trindade Borges, coordenadora do projeto Arquivos Marginais, em data a anunciar.
Num tempo em que tantos jovens, em Portugal, enfrentam desafios sociais, económicos e emocionais, a exposição “O que pode uma imagem falar” pretende dar visibilidade às suas narrativas, afirmando o seu lugar na sociedade e reforçando a urgência de criarmos espaços de escuta e de construção coletiva de caminhos mais inclusivos, onde cada fotografia é também uma pergunta: e se o amanhã for outro?
Cada jovem tem dentro de si uma história que merece ser contada. Nesta exposição, essa história ganha forma e voz através da fotografia e do vídeo – instrumentos de liberdade, esperança e expressão pessoal.
Dirigido a jovens em contexto de medida tutelar educativa nos Centros Educativos da Bela Vista e Navarro de Paiva, em Lisboa, e no Centro Educativo Padre António de Oliveira, em Caxias, esta iniciativa promove um espaço de escuta e criação, onde a arte se torna um caminho de descoberta, transformação e afirmação. O Movimento de Expressão Fotográfica confia a estes jovens a plena autoria das imagens, desde a conceção até à concretização final, atribuindo-lhes o direito de olhar, de revelar os seus percursos, os seus desejos e a sua forma de ver o mundo.
Visitas guiadas pelos curadores decorrem nos dias: 08 de novembro, às 15h00 e09 de dezembro, às 18h00.
A Galeria de Arte da Praça do Mar, em Quarteira, acolhe a exposição “TZIMTZUM: o jogo da vontade”, de 15 de novembro a 17 de janeiro de 2026. Trata-se de uma criação conjunta dos artistas David Bastos e José Jesus, que encerra a 5.ª edição do PAA – Programa de Apoio às Artes do Município de Loulé.
A mostra, dedicada à media arte digital, convida o público a uma experiência imersiva sobre o equilíbrio entre presença e ausência, expansão e retração, matéria e energia. O título da exposição remete ao conceito cabalístico de Tzimtzum — termo hebraico que significa “contração” ou “retração” — e que, segundo a tradição mística judaica, descreve o momento em que o divino se contrai para criar um espaço onde o universo finito possa existir.
Inspirados por esta metáfora de criação e limite, Bastos e Jesus exploram, através da arte digital, a tensão entre o humano e o tecnológico, transformando luz, som e movimento em linguagem poética e reflexiva. “TZIMTZUM: o jogo da vontade” propõe, assim, uma leitura contemporânea do gesto criador — um espaço onde o código e a espiritualidade se encontram.
A inauguração está marcada para esta sexta-feira, 14 de novembro, pelas 18h00. Pode ser visitada de terça-feira a sábado, entre as 10h00-13h00 e 14h00-18h00. A entrada é livre.
A exposição fotográfica “Algarve | Hotspot de Biodiversidade Cavernícola”, de António Luís Campos, produzida pelas Galerias Municipais de Loulé, viaja até Lisboa, e ficará patente no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, de 10 de outubro até dezembro.
O fotógrafo da National Geographic Portugal António Luís Campos mostra um território único, com epicentro na Gruta de Vale Telheiro, no concelho de Loulé, em que a lei do mais forte impera: temíveis pseudoescorpiões, ágeis centopeias e aranhas minúsculas partilham um habitat agreste, repleto de segredos que só agora começam a ser desvendados, contribuindo de forma invisível para o equilíbrio ambiental da região.
Esta cavidade, estudada pela bióloga Ana Sofia Reboleira, é um hotspot mundial de biodiversidade cavernícola, com mais de 25 espécies troglóbias conhecidas, que poderão revelar aplicações futuras na medicina, farmacêutica, cosmética ou indústria.
A inauguração está marcada para quinta-feira, dia 9, pelas 17h, e integrará uma palestra.
A exposição, que reúne as icónicas fotografias de Alfredo Cunha e Rui Ochoa com textos de Clara Ferreira Alves, pode ser visitada gratuitamente no espaço atmosfera m, em Lisboa, até 31 de dezembro
Inauguração contou com a presença de familiares de Mário Soares e uma conversa emotiva com os autores sobre memória, liberdade e o legado do antigo Presidente da República
"O problema da memória em Portugal é que é curta. A nossa memória histórica é curta e às vezes até um bocadinho vesga. E ingrata", refletiu a jornalista Clara Ferreira Alves no evento
O Montepio Associação Mutualista inaugurou, no seu espaço cultural atmosfera m, a exposição fotográfica "Mário Soares – 100 Anos", evento que juntou os autores da obra, familiares do antigo Presidente e dezenas de convidados. A mostra, que estará patente ao público com entrada livre até 31 de dezembro, baseia-se na obra dos fotógrafos Alfredo Cunha e Rui Ochoa e da jornalista Clara Ferreira Alves, compilando momentos icónicos e textos sobre a vida e carreira política de Mário Soares.
A inauguração foi marcada por uma conversa intimista e emotiva com os autores, que contaram com a presença de Isabel e João Soares. Numa viagem pelas memórias captadas, partilharam-se reflexões sobre o legado duradouro de Mário Soares e a importância de preservar a sua memória.
Idália Serrão, em representação do Montepio Associação Mutualista, destacou o significado do evento para a instituição: "Para o Montepio Associação Mutualista é uma honra acolher esta exposição, num espaço que queremos aberto à cultura, à cidadania e à preservação da nossa memória coletiva. É também isso que estamos hoje aqui a fazer, prestando homenagem ao estadista, mas também ao homem que acreditou profundamente em Portugal, na liberdade e na tolerância."
A jornalista e escritora Clara Ferreira Alves, autora dos textos da obra, refletiu sobre a razão pela qual esta homenagem é tão necessária, sublinhando que "O problema da memória em Portugal é que é curta. A nossa memória histórica é curta e às vezes até um bocadinho vesga. E ingrata." Para aprofundar a dimensão ética da ação política de Soares, recorreu a uma citação de Sophia de Mello Breyner para enquadrar o seu legado: "A política é um capítulo da moral e por isso estamos aqui."
Rui Ochoadefiniu o seu papel e o da sua profissão de forma clara: "Nós, os fotógrafos, somos um pouco os portadores da memória. Não havendo imagens fotográficas dos acontecimentos, das coisas, das pessoas, a tendência é para que possamos esquecer. E daí eu ter sentido sempre que era necessário manter essa memória."
O fotógrafo Alfredo Cunha reforçou o impacto pessoal e nacional da figura homenageada: "O Dr. Mário Soares mudou a minha vida, ao mesmo tempo que mudava o país.”
A exposição "Mário Soares – 100 Anos" promete ser um ponto de encontro para a memória histórica, a cultura e a fotografia, celebrando o percurso de um homem, figura maior da democracia portuguesa e protagonista incontornável da nossa história recente, que deixou uma marca permanente na sociedade portuguesa.
Exposição patente até ao dia 31 de dezembro, no espaço atmosfera m, na Rua Castilho 5, em Lisboa, de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 18h00, e os seguintes sábados:
A Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva (FRESS) apresenta uma mostra inédita que presta homenagem às antigas fábricas de cerâmica e porcelana portuguesas dos séculos XVIII e XIX - hoje, em grande parte, extintas - que recontam o labor e arte dos antigos oleiros de Viana do Castelo, Caldas da Rainha, Alcobaça, Ílhavo, Águeda, Coimbra, zona do Porto, Sacavém, Lisboa, cujos testemunhos não quisemos que ficassem esquecidos.
A exposição propõe uma recontextualização estética dessas peças com o objetivo de revelar o seu valor artístico, técnico e patrimonial, contudo, abrindo espaço ao diálogo entre tradição e inovação.
São sobretudo peças que homenageiam os artífices que as criaram numa justa valorização do saber-fazer e da memória coletiva; que desafiam o olhar do visitante com propostas inesperadas e provocadoras ou, ainda, que evocam o passado com delicadeza e melancolia — são sonhos de um tempo outrora vivido, mas agora revisitados sob o olhar atento e sensível da contemporaneidade.
Organização da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva (FRESS), com o apoio da Assembleia da República.