O RESPEITO E A DISCIPLINA QUE A TODOS SE IMPÕE. MOBILIÁRIO PARA EDIFÍCIOS PÚBLICOS EM PORTUGAL (1934-1974) Piso 2 24 Julho – 2 Novembro Entrada Livre
PRESS VIEW: 24 de julho | 11h30
Curadoria: João Paulo Martins Design Expositivo + Design Gráfico: Pedro Ferreira e Rita João (Pedrita) + Nuno Caniça
A exposição O Respeito e a Disciplina que a todos se impõe. Mobiliário para Edifícios Públicos em Portugal (1934-1974) apresentada no 2º piso do MUDE – Museu do Design e da Moda, Coleção Francisco Capelo, contribui para o desenvolvimento da história do design em Portugal, dando a conhecer a produção realizada, e ainda quase totalmente desconhecida, durante o Estado Novo. Foram destacadas obras, móveis, autores e fabricantes, que contam os antecedentes e a emergência do design em Portugal e contribuem para a identificação de momentos de rutura e para a valorização dos seus protagonistas permitindo a sua salvaguarda patrimonial. Quase sem exceções, esta é a primeira vez que entram num Museu. Uma parte destes exemplares encontrava-se ainda em uso, a maioria, porém, fora descartada. São apresentadas no estado de conservação em que foram encontradas, sem qualquer operação de restauro. As marcas de uso, as cicatrizes, os remédios improvisados, revelam materiais e processos de construção que de outro modo não seriam visíveis.
No final dos anos 60 e início dos anos 70 a Europa viveu uma fase conturbada, de revolução de ideais. Por Europa leia-se Itália, Inglaterra e França. Os restantes países sofreram a mesma fase um pouco mais tarde. Nas ruas de Paris escreviam-se motes como “Debaixo das pedras da calçada, a praia!”, “Quanto mais faço amor mais tenho vontade de fazer a revolução (e vice-versa)” e “É proibido proibir!”. Este último apadrinha a exposição que o MUDEinaugura, com cerca de 60 peças pertencentes à época. Maxi-saias, roupa unissexo, hippie, tecidos coloridos estampados, maquilhagens e motivos psicadélicos e étnicos espelham a transformação de mentalidades de então. Por cá, ainda se lavava as mãos com sabonete Lux.Ricardo Quintela
Câmaras, Luzes, Acção! Não é um filme o que vai ser mostrado no MUDE mas bem podia ser o cenário para um filme de ficção cientifica com fortes efeitos especiais. A dupla de criadores Alves/Gonçalves vai apresentar no mais glamoroso museu da cidade uma performance que espelha todo este processo de criação que não nos é dado a conhecer quando assistimos confortáveis a um desfile de moda: desde a incubação, os croquis até produto final – que muitas vezes nos faz abrir a boca de surpresa , quando as modelitos se passeiam na passerele com as roupas que parecem ter vindo do espaço – tecidos e cores quase irreais de um mundo de fantasia e que a muitos faz exclamar: “Eu nunca usaria um vestido assim na rua!” Gostemos ou não, a verdade é que as peças envolvem muito trabalho, dedicação e minúcia. E são-nos mostradas em breves minutos, segundos que se eternizam naquelas produções cheias de estilo.Daniela Catulo