Expira no próximo dia 31 de Maio o prazo de recepção das obras candidatas à 27ª edição do Prémio Literário Fernando Namora. Instituído pela Estoril Sol, em 1988, este prestigiado galardão tem o valor pecuniário de 15 mil euros. Trata-se de uma referência maior entre iniciativas congéneres no meio literário nacional. O júri será presidido por Guilherme D`Oliveira Martins.
Com um espaço único no panorama das Letras portuguesas, o Prémio Literário Fernando Namora destina-se a galardoar uma obra de ficção (romance ou novela), de autor português, editada em 2023, desde que o escritor não tenha sido premiado nas três edições anteriores.
O Prémio Literário Fernando Namora, de periodicidade anual, consolida uma tradição prestigiada nos meios literários. Recorde-se que foi Lídia Jorge, com o seu romance “Misericórdia”, a vencedora no ano passado.
Em acta, o Júri evidenciou que a obra “Misericórdia”, de Lídia Jorge, “é um romance, numa escrita marcada por singular criatividade, transfigura ficcionalmente a matéria do real que o suscita e, na construção da personagem nuclear como de outras, nos múltiplos momentos da efabulação, nos planos em torno dos seus universos sociais, emocionais, afectivos, e nas notações de um processo de perda sem excessos descritivos, exprime uma voz com atributos incomuns de generosidade e humanismo. Trata-se, com efeito, de uma obra maior na bibliografia da Escritora”.
É de realçar, ainda, que o Prémio Literário Fernando Namora, atribuído regularmente desde 1988, teve um Júri presidido, durante vários anos, por Agustina Bessa-Luís, que dá agora o seu nome ao Prémio Literário Revelação, também instituído pela Estoril-Sol.
O Júri, além de Guilherme D`Oliveira Martins, que preside, em representação do CNC – Centro Nacional de Cultura, integra, ainda, José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores, Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários, Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, Ana Paula Laborinho, Liberto Cruz e José Carlos de Vasconcelos, convidados a título individual e, ainda, Dinis de Abreu, em representação da Estoril Sol.
Termina já no próximo dia 31 de Maio, o prazo de recepção das obras concorrentes ao Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís. A Estoril Sol proporciona, uma vez mais, uma oportunidade ímpar a todos os interessados em participar no concurso que presta homenagem à grande escritora. O júri será presidido por Guilherme D`Oliveira Martins.
Recorde-se que a Estoril Sol aboliu, desde 2016, a norma que impunha o limite dos 35 anos de idade para os concorrentes, o que alargou o âmbito do concurso. No entanto, mantém-se a obrigatoriedade do romance concorrente ser inédito, e de autor português, “sem qualquer obra publicada no género”.
O romance vencedor do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís, em 2023, foi “Aqui Onde Canto e Ardo”, de Francisco Mota Saraiva. O júri escreveu em acta que este romance “é a saga de uma família que a história portuguesa do século XX fez existir entre três continentes, Ásia - Índia, África – Moçambique, Europa – Portugal. A diversidade imaginária desses três mundos é dada através de narrativas da memória de algumas das principais figuras da família. Nelas se recordam diferenças promotoras de violências diversas, das dores e angústias do poder sobre todas as suas formas”.
O Júri, além de Guilherme D`Oliveira Martins, que preside, em representação do CNC – Centro Nacional de Cultura, integra, ainda, José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores, Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários, Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, Ana Paula Laborinho, Liberto Cruz e José Carlos de Vasconcelos, convidados a título individual e, ainda, Dinis de Abreu, em representação da Estoril Sol.
Com o valor pecuniário de 10 mil euros, a 17ª edição do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís, nos termos do Regulamento, será publicado pela Editora Gradiva, que mantém uma parceria com a Estoril Sol, desde o início deste projecto.
Absolutamente Felizes ao Solé o texto original vencedor do Prémio Literário e de Estudos Eufrázio Filipe 2023, na categoria de literatura, promovido pela Câmara Municipal do Seixal. Escrito com o pseudónimo Rita Largo, da autoria de Helena Amante, jornalista e residente em Corroios/Seixal, esta obra foi destacada pelo júri do prémio pela «estrutura narrativa, pela linguagem fluida, culta e poética, por onde as agruras do real quotidiano, e os universos femininos se expressam de modo contido mas impressivo».
De referir que o Prémio Literário e de Estudos Eufrázio Filipe apoia a publicação de obras de literatura e estudos locais, com uma periodicidade anual e um valor de 5 mil euros por edição.
O prémio é atribuído em três categorias distintas, de forma alternada: Literatura: Romance, Novela e Conto, na edição de 2023; Literatura: Poesia, em 2024; e Estudos Locais, em 2025.
As obras a concurso deverão ser originais, inéditas e não publicitadas por qualquer forma ou meio.
«Este galardão visa estimular a criação literária e a atividade de investigação e, em simultâneo, homenagear uma grande figura do concelho, pelo seu papel relevante para a vida política, cívica e cultural do município: Eufrázio Filipe», refere o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Paulo Silva.
A instituição deste prémio tem ainda por objetivos a valorização da língua portuguesa, a promoção da publicação de estudos de carácter local que contribuam para o enriquecimento e divulgação do património cultural e científico do concelho e o incentivo ao aparecimento de novos valores em áreas como a literatura e a investigação.
Os restantes concorrentes desta edição poderão levantar os seus trabalhos na Biblioteca Municipal do Seixal (de terça a sexta-feira entre as 10 e as 20.30 horas e aos sábados entre as 14.30 e as 20.30 horas).
O júri da primeira edição foi constituído por Ana Margarida de Carvalho, António Modesto Navarro e Domingos Lobo.
Estão a decorrer, até 31 de maio, as candidaturas à 6ª edição do Prémio Artes Plásticas Henrique Silva. Criado pelo Município de Paredes, o prémio tem como objetivo estimular e contribuir para o aparecimento de novas obras no domínio das artes plásticas em Portugal.
Cada artista poderá apresentar apenas uma obra inédita a concurso. As candidaturas serão analisadas por um Júri de Seleção. O júri, quer da fase da seleção, quer da fase final, será constituído por um representante da Câmara Municipal de Paredes, sem direito a voto, que presidirá três elementos de reconhecido mérito na área das Artes Plásticas.
O prémio das artes plásticas "Henrique Silva", reconhecido artista plástico nascido em Paredes, em 1933, e que fez-se pintor e escultor em Paris,contempla três vencedores. Assim, à pessoa vencedora será atribuído um prémio no valor de mil euros, o segundo prémio receberá 500 euros e o terceiro prémio 250 euros.
O regulamento e o formulário de candidaturas estão disponíveis no website da Câmara Municipal de Paredes.
As candidaturas devem ser enviadas para o e-mail: cultura@cm-paredes.pt, até ao dia 31 de maio de 2024.
Notas Biográficas de Henrique Silva
O artista plástico que dá nome ao projeto, Henrique Silva, nasceu em 1933 na cidade de Paredes. Foi Diretor Executivo da Árvore, Coop. Atividade Artísticas de 1978 a 1995, Presidente da Projeto, Núcleo de Desenvolvimento Cultural, Cofundador e Diretor da Bienal de Cerveira desde 2003. É Diretor do Curso Superior de Artes e Multimédia da Escola Superior Gallaecia, desde 2009. É Presidente do Conselho Científico da Escola Superior Gallaecia.
Foi bolseiro da Fundação Gulbenkian em Paris de 1961 a 1963, frequentando a École Superieur de Beux-Arts de Paris. Licenciou-se pela Universitée de Paris
VIII, em 1977 em Artes Plásticas para o Ensino, tendo-se doutorado em Média-Arte Digital na Universidade Aberta e Universidade do Algarve em 2015.
Foi Diretor Geral e Pedagógico da Escola Profissional de Economia Social em 1989/91 e 1998/2000, participou em seminários e reuniões internacionais em
Varsóvia – 1983, Bruxelas – 1986, Creta – 1987, entre outras, sobre políticas de desenvolvimento territorial e cultural.
Expôs em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Estado Unidos, etc. desde 1958, com mais de 50 exposições individuais e 200 exposições coletivas.
Na quarta-feira, dia31 de janeiro, pelas19h00, a Companhia Cepa Torta promove umasessão onlinepara ajudar a esclarecer todas as dúvidas sobre como concorrer ao Prémio Nova Dramaturgia de Autoria Feminina, cujo período decandidaturas está aberto até 31 de março.
Esta sessão online contará com a participação de Graça P. Corrêa (Júri da edição 2023), Sofia Perpétua (autora vencedora da 3ª edição - 2023) e Inês Achando (Directora de produção da Companhia Cepa Torta) e pretende ser um momento de partilha, de encorajamento e de esclarecimento.
Com duração prevista de cerca de 1h, o seu objetivo é encorajar à participação neste concurso, proporcionando a todas as interessadas uma sessão de inscrição livre onde vamos falar sobre a estrutura do texto teatral, partilhar algumas referências de autoras e dramaturgas e outras bibliografias.
Encontra-se aberto o Grande PrémioGrande Prémio de Crónica e Dispersos Literários APE|CM de Loulé, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores com o patrocínio da Câmara Municipal de Loulé.
A presente edição destina-se a galardoar anualmente uma obra, anualmente, um livro nos domínios da crónica e dos dispersos literários reunidos em volume, em português e de autor português e devem ser enviados ou entregues, 5 exemplares de cada título a concurso, das obras publicadas, em 1.ª edição, no ano 2023 até ao próximo dia 21 de Fevereiro de 2024.
O valor monetário para o premiado de 12.000 euros.
O Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários APE|CM de Loulé distinguiu já os escritores José Tolentino Mendonça, Rui Cardoso Martins, Mário Cláudio, Pedro Mexia, Mário de Carvalho, Lídia Jorge, José Eduardo Agualusa e Miguel Esteves Cardoso.
A entrega do Grande Prémio ao autor galardoado ocorrerá numa cerimónia pública, integrada nas comemorações do Dia do Municipio (9 de Maio).
Pela 9ª vez, o Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários, iniciativa conjunta da Associação Portuguesa de Escritores e Câmara Municipal de Loulé, abre as candidaturas aos autores e respetivas publicações que se tenham destacado neste estilo literário.
O Prémio destina-se a galardoar anualmente uma obra em Português, de autor português, publicada em livro e em primeira edição, no ano anterior ao da sua entrega (neste caso referente a 2023), nos domínios da crónica e dos dispersos literários reunidos em volume.
A partir desta quarta-feira, 24 de janeiro, os candidatos deverão enviar cinco exemplares da obra à APE (Rua de S. Domingos à Lapa, 17 – 1200-832 Lisboa), destinados aos membros do júri e à Biblioteca Municipal Sophia de Mello Breyner Andresen, em Loulé, devendo ser entregues até 21 de fevereiro.
Para premiar o vencedor será atribuído um valor pecuniário de 15 mil euros.
A direção da APE designará os três elementos que constituirão o júri. No prazo de trinta dias será deliberada a decisão final do júri.
A entrega do Grande Prémio ao autor galardoado ocorrerá numa cerimónia pública em Loulé, integrada nas comemorações do Dia do Município (9 de maio).
Recorde-se que esta iniciativa alcançou já um lugar de destaque nas Letras portuguesas, sobretudo pelos prestigiados autores que receberam o Prémio ao longo dos anos, como José Tolentino de Mendonça, Lídia Jorge ou Miguel Esteves Cardoso.
Entrega de prémio do Concurso de Fotografia “Património Mundial em Portugal"
Decorrerá no próximo dia 13 de dezembro, às 11: 30 horas, na biblioteca do Palácio Nacional de Mafra, a entrega do prémio ao fotógrafo Arlindo Alves Homem, vencedor da 1ª edição do Concurso de Fotografia “Património Mundial em Portugal”, organizado pela Rede do Património Mundial de Portugal.
Organizado com vista à valorização do Património Mundial e à promoção da criatividade e expressão visual através da fotografia, foram recebidas 698 fotografias, das quais 244 cumpriram os critérios estipulados pelo regulamento. O júri apreciou as fotografias elegíveis de acordo com os seguintes critérios: enquadramento na temática do concurso; originalidade da abordagem ao tema; qualidade técnica da fotografia e valor estético da fotografia.
A Rede do Património Mundial de Portugal é constituída pela Comissão Nacional da UNESCO e por representantes dos gestores dos 17 Sítios do Património Mundial de Portugal.
Com o romance “Misericórdia”, Lídia Jorge foi a vencedora, por unanimidade do júri, do Prémio Literário Fernando Namora, relativo ao ano de 2023, instituído pela Estoril Sol, com o valor pecuniário de 15 mil euros.
Na deliberação do Júri, presidido por Guilherme D ´Oliveira Martins, e após debate sobre os méritos das obras apresentadas a concurso, assinala-se que a obra “Misericórdia”, de Lídia Jorge, “é um romance, numa escrita marcada por singular criatividade, transfigura ficcionalmente a matéria do real que o suscita e, na construção da personagem nuclear como de outras, nos múltiplos momentos da efabulação, nos planos em torno dos seus universos sociais, emocionais, afectivos, e nas notações de um processo de perda sem excessos descritivos, exprime uma voz com atributos incomuns de generosidade e humanismo. Trata-se, com efeito, de uma obra maior na bibliografia da Escritora”.
O Júri anota, ainda, a manifesta qualidade literária de vários dos livros a concurso, entre os quais assinala “W. B. Yeats, Onde Vão Morrer os Poetas” de Cristina Carvalho, “Um Cão no Meio do Caminho” de Isabela Figueiredo, “História de Roma” de Joana Bértholo, e “Cadernos de Água” de João Reis.
Romancista e contista portuguesa, Lídia Jorge nasceu, a 18 de junho de 1946, em Boliqueime, Loulé. Oriunda de uma família de agricultores algarvios apreciadores da leitura, desde tenra idade que se habituou a escutar, ao serão, como entretenimento, histórias por eles contadas em voz alta.
Após ter feito a antiga quarta classe, a mãe, apercebendo-se do gosto que a filha tinha pelos livros e considerando que a instrução e a cultura a poderiam libertar, fez todos os esforços para que ela continuasse os estudos, matriculando-a no liceu de Faro. Um professor daquele estabelecimento de ensino, tendo constatado a sua aptidão e vendo que os familiares não dispunham de capacidade financeira para o seu ingresso na Universidade, sugeriu que se candidatasse a uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. Esta foi-lhe concedida, tendo obtido a licenciatura em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa.
O tema da mulher e da sua solidão é uma preocupação central da obra de Lídia Jorge, como, por exemplo, em “Notícia da Cidade Silvestre” (1984) e “A Costa dos Murmúrios” (1988). “O Dia dos Prodígios” (1979), outro romance de relevo, encerra uma grande capacidade inventiva, retratando o marasmo e a desadaptação de uma pequena aldeia algarvia. “O Vento Assobiando nas Gruas” (2002) é mais um romance da autora e aborda a relação entre uma mulher branca com um homem africano e o seu comportamento perante uma sociedade de contrastes. Este seu livro venceu o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores em 2003. Venceu o Prémio FIL de Literatura em Línguas Românicas 2020.
Lídia Jorge foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social e integrou o Conselho Geral da Universidade do Algarve, instituição de ensino superior que lhe atribuiu, a 15 de dezembro de 2010, o doutoramento Honoris Causa.
A sua obra, traduzida em mais de vinte línguas, é avidamente lida por um vasto público, pois, para além do seu fulgente valor literário, retrata temas muito pertinentes como o passado colonial de Portugal, os conflitos entre gerações, a condição feminina e a emigração.
Presidido por Guilherme d`Oliveira Martins, o Júri desta 26ª edição do Prémio Literário Fernando Namora foi ainda integrado por José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores, Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários, Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, Ana Paula Laborinho, Liberto Cruz e José Carlos de Vasconcelos, convidados a título individual, e por Dinis de Abreu, pela Estoril Sol.
Em cerimónia realizada no Auditório do Casino Estoril
Em cerimónia solene, o Auditório do Casino Estoril acolheu a entrega do Prémio Vasco Graça Moura - Cidadania Cultural a Graça Morais, e dos Prémios Literários Fernando Namora e Agustina Bessa-Luis, instituídos pela Estoril Sol, e referentes a 2022, respectivamente, a Teresa Veiga e Marco Pacheco. Guilherme d’Oliveira Martins, Presidente do Júri dos Prémios da Estoril Sol, presidiu a este importante evento, que contou com a presença de numerosas personalidades ligadas às Letras e às Artes.
No enquadramento das obras vencedoras, Guilherme d’Oliveira Martins analisou o romance “O senhor d`Além”, de Teresa Veiga, vencedor do Prémio Fernando Namora, realçando que “a sobriedade estilística da autora é exemplar enquanto modo de entender a escrita artística, estruturando um romance cuja legibilidade chama o leitor a participar na própria narrativa que está a ler. Quer pela notável capacidade de observar e descrever, quer pela tranquila inventividade, quer admirável economia da narrativa, é um romance que constitui um elogio à arte de bem escrever”. Já sobre Marco Pacheco, que foi galardoado com o Prémio Revelação Agustina Bessa Luís, sublinhou que a obra vencedora, “A Guerra Prometida”, “é um romance que, partindo da acção empresarial e social de carácter inovador de Francisco Grandella, constrói uma história familiar e pessoal de grande alcance humano”.
Em relação à vencedora do Prémio Vasco Graça Moura, o Presidente do Júri enfatizou: “com extraordinária coerência, Graça Morais traz-nos na sua obra uma permanente entrega aos outros, às tradições e à natureza. E é o reino maravilhoso de Torga a grande matéria-prima. E como afirmou José-Augusto França, perante os valores inéditos da religião e do mito, a pintura da artista é forte e seca. Há uma especial originalidade, que resulta do confronto com a aspereza do meio, ora dura ora serena, ora lírica, ora dramática, terra e luz. É a mulher que se exprime, solidária com as outras mulheres, corajosamente empenhada num apelo constante à dignidade”.
Por sua vez, no uso da palavra, Graça Morais referiu: “Agradeço às pessoas e instituições do meu país que continuam a apoiar e premiar artistas e escritores que lutam com tantas dificuldades, num mundo que está cada dia mais contrário à criatividade e à cultura. A vida, o homem e a criatividade continuam a ser um mistério. Precisamos lutar contra a ignorância e a maldade”.
Com uma curta intervenção, Teresa Veiga, vencedora do Prémio Fernando Namora, afirmou: “é uma honra receber este prémio que tem o nome de um dos mais notáveis escritores da sua geração”. E enfatizou, “eu sou, apenas, uma contadora de histórias que escreve por prazer pessoal”.
Já Marco Pacheco, explicou que a sua obra “A Guerra Prometida”, “tem uma parte autobiográfica, uma parte que tem a ver comigo e com uma altura especialmente complicada e intensa da minha vida, que foi a adolescência. Desde que comecei a experimentar textos de ficção, esse sempre foi o tema que me interessou, queria usar a escrita para perceber melhor o que se passa no cérebro quando ele começa a entender o mundo e, ao mesmo tempo, começa a desconfiar dele”.
Na abertura da cerimónia, o Presidente da Estoril Sol, Mário Assis Ferreira, referiu: No que à Cultura respeita, a Estoril Sol há muito que escolheu o seu caminho, ao lançar, com carácter regular, uma panóplia de Prémios Literários, abrangendo tanto romancistas consagrados como revelações, a par de uma actividade multidisciplinar que inclui as Artes cénicas, a Música, as Artes Plásticas ou a “Egoísta”, essa revista que ganhou um estatuto único como publicação de culto. Com estes pergaminhos − que enquadram o nosso orgulho como Empresa, e que se impuseram mau grado as muitas adversidades e desafios que connosco se cruzaram −, a Estoril Sol sentiu sempre este investimento cultural recompensado, como o comprova a cerimónia que nos reúne neste Auditório.
“A aposta na Cultura e nas Artes Cénicas continua a nortear a Estoril Sol, qual conceito original de que nos orgulhamos e que fez a diferença, comparativamente com aquilo que era a prática seguida neste segmento de actividade. Dos Prémios Literários à Galeria de Arte e às Artes Plásticas − ou à revista “Egoísta”, merecedora de uma vasta lista de prémios nacionais e internacionais −, é impressiva a panóplia de iniciativas de natureza cultural a que a Estoril Sol se obriga, como matriz do seu modelo conceptual. Pois que, a promoção da Cultura é uma “marca de água” que há muito nos acompanha e à qual nos queremos manter fiéis”, concluiu Mário Assis Ferreira.