De 8 de junho a 7 de julho, na Biblioteca Municipal
A artista plástica Débora Pax está de regresso à sala polivalente da Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira, desta feita com a exposição ‘Inês Farsola’, inspirada na ‘Farsa de Inês Pereira’, obra emblemática do dramaturgo português Gil Vicente. Um projeto de itinerância cultural que tem o alto patrocínio do Presidente da República e já esteve patente na Assembleia da República no final de 2023.
Decorridos mais de 500 anos sobre a primeira apresentação do ‘Auto de Inês Pereira’ por Gil Vicente ao rei D. João III no seu convento de Tomar, Débora Pax traz à sua terra natal, Santa Maria da Feira, um extenso espólio de 29 obras de pintura inspiradas nesta icónica “farsa de folgar”.
“Trata-se da conjunção de um fragmentário (in)submisso, em que personagens e circunstâncias do enredo se apresentam indelevelmente reflexivas da cronologia da produção do acervo, iniciada há mais de oito anos. Daí que, quer o fácies dos personagens, quer o próprio estilo criativo adoptado, ou ainda os enquadramentos – de que se não afasta o cariz mordaz e divertido – acabem por reflectir a inspiração e, até, o estado de espírito da autora, a cada momento criativo”, lê-se na sinopse da exposição.
Seis anos depois de expor ‘Pax.01’ na biblioteca municipal feirense, no âmbito da programação ‘Santa Maria da Feira – V Capital da Cultura do Eixo Atlântico’, Débora Pax regressa à terra com “uma interpretação livre, sensitiva e vibrante” da ‘Farsa de Inês Pereira’, que denuncia a paixão da artista plástica pelo génio de Gil Vicente, “liberta de amarras imagéticas e temporais”.
Débora Macedo tem 44 anos, é patrimonióloga, licenciada em Ciências Históricas, pós-graduada em Património Artístico e Conservação e acumula uma relevante experiência profissional tanto na área da investigação histórica de Bens Culturais como na elaboração de documentos estratégicos e modelos de gestão do património cultural, sendo coautora do único Regulamento Municipal Estratégico para Intervenção no Património Cultural em Portugal.
Enquanto artista plástica, soma várias participações em exposições coletivas, nacionais e internacionais, que iniciaram ainda antes de abraçar em pleno, em 2018, o desafio criativo, altura em que adotou o pseudónimo artístico Débora Pax, criando a denominação sequencial para os eventos procedentes a ‘Pax.01’.
Do seu preenchido e relevante currículo artístico, sobressai ainda a execução dos vitrais da Igreja da Misericórdia de Santa Maria da Feira, monumento classificado do século XVI, no âmbito do Projeto Miserere.
A exposição pintura ‘Pax.04 – Inês Farsola’ inaugura a 8 de junho, às 17h00, na Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira, mantendo-se até 7 de julho. De acesso gratuito, esta mostra pode ser visitada desegunda-feira a sábado, entre as 10h00 e as 19h00.Aos domingos,estará patente das 9h30 às 12h30.
Dois espetáculos do FIMUV com entrada livre no próximo fim-de-semana
Inovação e audácia no concerto de Fado Bicha
e no lançamento do novo disco de Júlio Resende
Tendo por base o estilo musical mais emblemático da identidade portuguesa, as próximas propostas do FIMUV para Santa Maria da Feira apresentam artistas que souberam transformar o fado e adequá-lo à contemporaneidade: a dupla Fado Bicha estará em palco sexta-feira, com uma mensagem focada em questões como identidade de género e racismo, e Júlio Resende atua no sábado, um dia depois de lançar o novo disco “Filhos da Revolução”, em que aplica à essência fadista a linguagem do jazz.
Dos 14 espetáculos da edição de 2023 do FIMUV – Festival Internacional de Música de Paços de Brandão, dois são já no próximo fim-de-semana e têm como elemento comum o fado, embora explorando-o de forma inovadora e liberta de estereótipos. Essa missão transformadora cabe na sexta-feira à dupla Fado Bicha, que atuará no auditório da casa-mãe do festival, a associação CiRAC, e continua no sábado com o pianista e compositor Júlio Resende, que subirá ao palco da Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira com o seu Fado Jazz Ensemble, na primeira apresentação pública do novo disco “Filhos da Revolução”. Ambos os concertos começam às 21h30 e têm entrada livre.
Augusto Trindade, diretor artístico do FIMUV, antecipa que esses serão “dois dos melhores momentos da edição deste ano do festival”, não só pela qualidade do desempenho técnico e artístico dos músicos em causa, mas sobretudo pela mensagem associada aos dois projetos. “Embora em estilos muito distintos, expressos de forma mais imediata no contraste entre a arrojada estética dos Fado Bicha e a elegante sobriedade do Júlio Resende e dos outros músicos que o acompanham, o certo é que ambos os projetos aplicam uma surpreendente e inspiradora carga de inovação a um estilo que, durante décadas, se manteve inalterado e muito convencional no conteúdo”, defende o violinista e pedagogo.
Lila Fadista e João Caçador são os dois músicos que constituem a dupla Fado Bicha e assumem: o seu projeto “musical, ativista e de intervenção” visa “uma exploração inédita dentro do universo fadista, ultrapassando as barreiras de género rígidas do fado tradicional e criando narrativas para temas que não tinham ainda expressão”. Para esse efeito, os dois artistas apostam numa imagem cénica audaciosa e vibrante – que pretende representar a comunidade LGBTI e sensibilizar para a problemática da identidade de género – e privilegiam letras que refletem sobre temáticas além do amor e da vida doméstica – abordando questões atuais como o racismo, o colonialismo, o feminismo e os direitos dos animais.
“O que trazemos [ao palco] é basicamente uma subversão da regra hétero-normativa, muito forte no meio do fado tradicional e na sociedade portuguesa em geral, reclamando o direito de nos apropriarmos de um património que também é nosso e de o explorarmos de acordo com as nossas identidades e experiências – o que, no fundo, é a base de qualquer processo artístico, seja ele encarado como subversivo ou não”, explicam os músicos.
50 anos de Abril no novo disco de “um verdadeiro pioneiro”
Referindo-se como o único artista autorizado a usar em palco gravações da fadista Amália Rodrigues (1920-1999), o pianista e compositor Júlio Resende tem desenvolvido nos últimos anos uma linha de fado-jazz que tem sido amplamente elogiada pela crítica da especialidade e devido à qual a revista Jazzthetik o classificou como “um verdadeiro pioneiro”. Para o cruzamento entre esses dois géneros musicais, o artista apresenta-se com o quarteto Fado Jazz Ensemble – que integra ainda Bruno Chaveiro na guitarra portuguesa, André Rosinha no contrabaixo e Alexandre Frazão nas percussões – e será nesse formato que o FIMUV acolhe no próximo sábado a primeira apresentação pública do novo álbum “Filhos da Revolução”.
O nono disco de Júlio Resende – a lançar na próxima sexta-feira, 13 de outubro – evoca o 50.º aniversário da Revolução do 25 de Abril e, segundo o pianista, “não só explora as múltiplas facetas da Liberdade como também destaca um elemento frequentemente negligenciado nas celebrações desta data: o fim das guerras coloniais e o início de uma nova era de solidariedade entre os povos”. É por isso que o álbum se anuncia como “uma ode à paz e à liberdade”, enquanto “valores que nunca deverão ser dados como adquiridos”, e exibe uma sonoridade que, além do fado e do jazz, se inspira igualmente na música africana.
“O meu pai e grande parte da minha família são de Angola, pelo que foram muito marcados pela Revolução”, recorda Júlio Resende. “Poderemos dizer que a ideia sentimental deste novo disco sempre esteve muito presente na minha construção musical e pessoal”, admite o músico, realçando, contudo, que o seu novo trabalho evoca mais do que raízes familiares. “A inspiração para este novo álbum não foi apenas a história da minha família, mas também este acontecimento único em todo o mundo: uma revolução que não usou de violência extrema para atingir a paz, que tentou ao máximo disparar flores em vez de balas”. ■
Grau Zero da Companhia Sessão #18 29 de Outubro 2022 O pensamento trágico na criação artística com Vinicius Massucato
Inscrição gratuita e obrigatória: bcnproducao@gmail.com Destinatários: Professores, amadores do espetáculo e outras artes; estudantes de artes; coletividades, associações e grupos 14h30- 16h00 Sala de Ensaios do Cineteatro António Lamoso, Santa Maria da Feira
GRAU ZERO DA COMPANHIA | TEATRO
A loucura, um dos temas mais fundamentais para o pensamento trágico. Ela que não é um dado biológico, mas sim um facto da cultura, irá nos ajudar a abrir caminhos para o pensamento trágico no teatro. Partiremos de pequenas leituras de textos de autores como Jean Genet, Michel Foucault e Antonin Artaud e através de jogos e da problematização do tema iremos questionar a loucura e o simbólico vínculo que ela possui com o artista.
Vinicius Massucato, Brasil, 31 anos, ator. Começou no teatro sob a direção de José Celso Martinez Corrêa. Trabalhou com diversos artistas de destaque na cena contemporânea das artes visuais brasileira como Erika Verzutti e Leda Catunda. Vive e trabalha em Portugal desde 2016. Colaborou com artistas portugueses e internacionais como João Souza Cardoso, João Fiadeiro, o Ballet Contemporâneo do Norte e Angélica Liddell. É estudante de Filosofia na Universidade do Porto.
Grau Zero da Companhia é um programa de formação do Ballet Contemporâneo do Norte para profissionais e amadores das artes performativas. Inspirado na obra seminal de Roland Barthes, precipita nos para a abordagem à iniciação de técnicas que assistem à construção de uma companhia. O objetivo é antever estratégias para estar/trabalhar em conjunto.
Todas as recomendações da DGS e do Governo acauteladas
Com renovada fé e devoção, Santa Maria da Feira volta a cumprir o voto ao mártir S. Sebastião, na Festa das Fogaceiras, a 20 de janeiro, mantendo esta secular tradição e pedindo ainda proteção contra a “peste” dos dias de hoje, a COVID-19. O programa oficial da Festa das Fogaceiras – Cortejo Cívico, Missa Solene e Procissão – mantém-se, mas com um número muito reduzido de participantes em cada um dos momentos, acautelando-se todas as recomendações da DGS e respeitando as medidas impostas pelo Governo.
No dia 20 de janeiro, a tradição com mais de 500 anos volta a cumprir-se em Santa Maria da Feira, com o tradicional Cortejo Cívico, às 10h30, com apenas 31 meninas fogaceiras vestidas de branco integral, faixas coloridas à cintura e de fogaça à cabeça, entre os Paços do Concelho e a Igreja Matriz; a Missa Solene com bênção das fogaças, às 11h00, na Igreja Matriz, presidida pelo Bispo Auxiliar Emérito do Porto, D. António Taipa; e, no período da tarde, às 15h30, a Procissão.
Dado o atual contexto pandémico e considerando a lotação limitada da Igreja Matriz (que por determinação da Diocese tem a lotação reduzida a 100 pessoas), a organização da Festa das Fogaceiras decidiu selecionar apenas 1 menina fogaceira por freguesia, ao invés das quatro inicialmente previstas, numa lógica de representatividade de todo o concelho de Santa Maria da Feira. A seleção teve por base a ordem de inscrição de cada menina.
A Missa Solene de Bênção das Fogaças vai ser transmitida, em direto, na página oficial de facebook do Município de Santa Maria da Feira, em www.facebook.com/municipio.smfeira, e no portal municipal, em www.cm-feira.pt/diretos, para que todos os devotos a S. Sebastião, em Portugal e no Mundo, possam assistir. A população que queira participar na Missa Solene pode fazê-lo, respeitando a lotação limitada da Igreja (que terá disponíveis apenas 50 lugares para os participantes da eucaristia da comunidade em geral). Para garantir uma maior segurança a esta festividade, a Câmara Municipal disponibiliza, nas imediações da Igreja Matriz, um espaço para que os devotos possam realizar o seu teste à COVID-19 antes da entrada na igreja.
A Câmara Municipal de Santa Maria da Feira assegura igualmente a testagem de todos os elementos que integram oficialmente a Festa das Fogaceiras 2022.
Como é já tradição, o dia 20 de janeiro termina com um espetáculo de sátira e comédia com assinatura do Centro de Cultura e Recreio do Orfeão da Feira, às 21h30, no Cineteatro António Lamoso. “Ensaio Geral” é o espetáculo de teatro-revista que promete momentos de boa disposição. Numa época em que tanto se fala da transição verde, a ecologia terá lugar de destaque nesta noite que abordará também o ecossistema… político.
A Festa das Fogaceiras é assinalada durante todo o mês de janeiro, até ao dia 31 de janeiro, com uma programação cultural e artística, em diferentes equipamentos culturais municipais, que vai desde a música ao teatro de revista e à recriação histórica, das oficinas aos workshops. Consulte o programa completo da Festa das Fogaceiras, em www.cm-feira.pt/fogaceiras.
"Variações" que o Instituto Nacional de Artes do Circo apresenta em estreia absoluta e em co-produção com o Imaginarius – Festival Internacional de Artes de Rua, em Santa Maria da Feira, nos dias 9 (21h00), 10 (22h00) e 11 de Setembro (11h00, 16h00, 22h00), e que volta à cena no dia 16, 18h00, em Arcozelo, no âmbito do Cupula Circus Village Festival.
Todas as apresentações têm entrada gratuita, lotação limitada e inscrição obrigatória, através do preenchimento de formulário próprio disponível em www.imaginarius.pt.
Idealizado por Bruno Machado e Juliana Moura, este espectáculo pretende renovar o conceito de apresentação em tenda de circo em Portugal. Esta é também por isso uma obra de carácter experimental e multidisciplinar que interliga o circo contemporâneo à dança contemporânea e ao teatro mas também a outras experiências psíquicas da mente humana – para a criação de Variações foram utilizadas terapias alternativas como a acupunctura e técnicas ancestrais de meditação, trance e hipnose. Paralelamente à concepção do espectáculo, foi feito um documentário sobre este processo de criação.
Variações tem a sua dramaturgia construída com base em cinco sonhos recorrentes dos próprios intérpretes. Esses universos unem-se a uma consciência colectiva que foi construída durante o processo de criação. A narrativa que atravessa a dramaturgia e une esses universos é inspirada na Viagem de Dante na sua “A Divina Comédia“. O Purgatório é o nosso espaço cénico onde cada um dos personagens vem contar a sua história; excepto ela, a acompanhante de todos os viajantes.
A formação de Bruno Machado passa pelas artes gráficas, artes plásticas, teatro e circo associando a experiência que tem nas diferentes áreas destacando o seu trabalho como intérprete e agora como encenador. Ao longo do seu percurso tem desenvolvido especial interesse sobre o "actor de circo".
Juliana Moura associa o movimento e o circo no seu trabalho como intérprete e agora como encenadora e coreógrafa distingue-se por uma linha de pesquisa do "performer de circo" entre o movimento e o circo.
7 dezembro 2019, 21h30 Auditório do CIRAC, Paços Brandão Sta. Maria da Feira ENTRADA: gratuita
WANTED é um espetáculo de teatro, criado e interpretado por Cátia Pinheiro e José Nunes, onde se explora a noção de amor e a sua relação com o teatro. Aproveitando o “aqui e agora” da performance teatral, exploram-se as ligações e pontos de contacto entre a dimensão amorosa e a dimensão teatral, através da relação entre atores, público e ação.
WANTED
A partir de/inspirado em/com excertos de: Cátia Pinheiro, José Nunes, Byung-Chul Han, Alain de Botton, Platão, Die Antwoord, Sarah Kay & Phil Kaye, Ann Druyen, Alain Badiou, Slavoj Žižek, Roland Barthes, Paul Virilio, Aude Lancelin, Marie Lemonnier, Rihanna, Depeche Mode, Enrique Iglesias & Mickael Carreira, René Pollesch, M.I.A., Woody Allen e comentários do Youtube.
Criação e Interpretação: Cátia Pinheiro e José Nunes Colaboração: Rogério Nuno Costa Apoio Técnico: Pedro Nabais Produção: Estrutura Apoio: República Portuguesa - Cultura I DGARTES – Direção-Geral das Artes
Espetáculo estreado em Maio de 2015 Duração: 55 min Classificação etária: M/12 Acolhimento: Ballet Contemporâneo do Norte e Cirac
7 de Dezembro de 2019 Sala de Ensaio do Cineteatro António Lamoso 10:00 – 12:30 Entrada gratuita, mediante inscrição prévia (obrigatória) para: bcnproducao@gmail.com
Depois dos ciclos "Ballet" (Janeiro/Fevereiro/Março) e "Contemporâneo" (Abril/Setembro/Outubro), o programa Uma Dança Por Mês...EUROPA ENDLOS iniciou em Novembro um novo ciclo de duas sessões, desta vez em torno da "ideia" de Norte. Se antes o objetivo era expandir os limites geo-culturais do mapa "europeu", abordando paradigmas coreográficos oriundos de outros continentes, o propósito agora será re-centrar e reduzir a atenção ao micro-contexto ibérico, propondo-se uma deslocação do olhar (a Norte) que irá abraçar narrativas coreográficas ancestrais que informam a história do folclore e demais manifestações etnográficas. Depois da sessão em torno das Danças Celtas (Novembro), para a sessão de Dezembro convidámos o Núcleo de Etnografia e Folclore da Universidade do Porto para uma sessão de trabalho que vai explorar as danças folclóricas mais importantes da etnografia do Norte de Portugal: viras, malhões e contradanças.
Sobre os formadores:
O NEFUP é uma associação de extensão cultural da Universidade do Porto. Foi fundado em 1982 por um grupo de estudantes e licenciados da Universidade do Porto com o objetivo de recolher, estudar e divulgar a etnografia e o folclore portugueses. Nos seus 37 anos de existência, o NEFUP recolheu um vasto e rico repertório relativo às diferentes regiões etnográficas do nosso país, do Minho à Madeira e aos Açores. Este repertório inclui a música, as canções, as danças e múltiplas tradições. Além das atuações por todo o país, o NEFUP divulgou também a cultura popular portuguesa no estrangeiro (Grécia, Espanha, Brasil, Macau, Reino Unido, Bélgica, Holanda e Turquia), tendo, por duas vezes, obtido o primeiro lugar em dança tradicional no famoso Llangollen International Festival, no País de Gales. Dedica-se ainda à divulgação etnográfica, através da dinamização de e participação em projetos, oficinas e outras atividades de índole cultural e recreativa. Neste âmbito, tem vindo a dinamizar oficinas, encontros e bailes em diferentes contextos e para os mais diversos públicos, nacionais e estrangeiros, e de todas as idades, em que as danças tradicionais portuguesas são partilhadas de forma informal e divertida. No corrente ano, a associação está ainda a desenvolver um projeto de recolha e divulgação de contradanças e quadrilhas durienses, cujos resultados serão apresentados a 14 de dezembro.
Uma Dança por Mês…Europa Endlos é um programa de formação organizado pelo Ballet Contemporâneo do Norte e destinado ao público de Santa Maria da Feira. Como complemento à programação da companhia, onde o público tem a possibilidade de ver dançar, aqui o espetador é convidado a experimentar a dança, as suas estratégias e os seus modos de usar.
DESTINATÁRIOS
Pessoas dos 13 aos 65 anos, com ou sem experiência no campo das artes performativas.
Próximo Ciclo:
GRAU ZERO DA COMPANHIA (2020)
25 Jan. | Técnicas de Dança Contemporânea com Susana Otero
29 Fev. | Composição e Criação em Dança Joclécio Azevedo
28 Mar. | Dramaturgia e Coreografia com Rogério Nuno Costa
Direção Artística Artistic Director: Susana Otero Documentação e Artista Associado Documentation and Associated Artist: Rogério Nuno Costa Produção Executiva Executive Producer: BCN Designer Jani Nummela
12 de Outubro 15:00-17:00 Cineteatro António Lamoso Santa Maria da Feira Entrada Livre
A quarta de 5 conversas do ciclo CAFÉ CENTRAL trará ao Cineteatro António Lamoso as investigadoras Andreia Coutinho, Laura Sequeira Falé e Maribel Mendes Sobreira, do Coletivo FACA. Partindo de "Curatorial Activism", de Maura Riley, e do ciclo de conversas realizado no Museu Coleção Berardo em Maio e Junho deste ano, o Colectivo irá problematizar feminismos, colonialismos e questões queer dentro das instituições museológicas. O que fazer quanto à higienização discursiva dos museus de arte moderna e contemporânea portugueses que expõem obras e artistas que trabalham sobre estes temas? Como pensar nos museus de arte antiga ou etnologia que têm uma ferida social maior, especialmente em países colonizadores? Que informação se pode acrescentar ao discurso museológico de forma a que estas instituições se tornem centros de reflexão comunitária? A conversa pretende-se dinâmica e com formato de think tank participativo.
CAFÉ CENTRAL é o título do segmento conferencial do programa €UROTRA$H, organizado pelo Ballet Contemporâneo do Norte e com curadoria de Rogério Nuno Costa. Como afirma George Steiner em 'The Idea of Europe' (2004): "Europe is the place where Goethe’s garden almost borders on Buchenwald, where the house of Corneille abuts on the market-place in which Joan of Arc was hideously done to death.” O programa constrói-se em torno da urgência de uma reflexão sobre estas contradições e tensões culturais, sociais, políticas, económicas e religiosas que afetam a Europa de hoje, impulsionada pela designada “crise dos refugiados” e o crescimento exponencial de movimentos nacionalistas. Investigadores das áreas dos estudos feministas, pós-colonialistas, anti-racistas e queer encontrar-se-ão com o público num ambiente informal, propondo conversas abertas e imprevisíveis para uma história não-normativa da Europa. O CAFÉ CENTRAL enquanto espaço de debate intelectual e conspiração política, habitado por flâneurs, poetas, metafísicos e escritores, micro-unidade de sentido que atravessa todas as latitudes europeias.
Venha tomar café connosco!
Sobre o Colectivo FACA: Formado em Março de 2019, o Colectivo FACA é um projecto de cidadania activa constituído por Andreia Coutinho, Laura Sequeira Falé e Maribel Mendes Sobreira. O projeto parte da ideia de corte: depois da incisão, há elementos que se dão a ver, formando-se novos centros e novas margens. O Colectivo FACA pensa as temáticas do feminismo, colonialismo, racismo, LGBTQI+ e não-normatividade em geral. Todas estas questões têm a mesma raiz, um preconceito em relação àquilo que não é igual a nós, fazendo-nos sentir ameaçados, ramificando-se em temas considerados marginais. É urgente recontar a História porque a narrativa predominante não coincide com as narrativas individuais e colectivas, que sempre foram desconsideradas. O Colectivo FACA é um projecto de curadoria que questiona as narrativas da cultura visual, um trabalho de proximidade com vários públicos que amplia a perspectiva acerca do outro e a História, propondo discussões, tertúlias, think tanks, exposições e visitas guiadas a espaços expositivos, aproveitando a sua constituição enquanto espaço comunitário. Tendo em conta que estas ideias estão a ser desenvolvidas internacionalmente, trazemos as discussões para o debate cultural português contando com público especializado e não especializado. Não apagando a História, cruzamos as diversas narrativas, puxando as margens para o centro do debate. Acreditamos que é preciso reajustar as margens e relocalizar os centros.
PRÓXIMA CONVERSA: INMUNE - Instituto da Mulher Negra em Portugal com Joacine Katar Moreira 19 de Outubro 15h00 - 17h00
Uma Dança por Mês…EUROPA Endlos Moçambique - Marrabenta com Catarina Panguana
19 de Outubro | 10h00-12h30 Sala de ensaio do Cineteatro António Lamoso Sessão gratuita até ao limite de 30 participantes Não é necessáriaexperiênciaem dança Inscrições obrigatórias em bcnproducao@gmail.com
Depois de ter ocupado o primeiro trimestre do ano com três sessões dedicadas ao Ballet, o programa Uma Dança Por Mês... EUROPA ENDLOS iniciou, em Abril, um novo ciclo de três sessões, desta vez em torno da "ideia" de Contemporâneo. Vamos expandir ainda mais os limites geo-histórico-culturais do mapa "europeu", abordando paradigmas coreográficos oriundos de outros continentes, e cujas manifestações coreográficas e musicais têm inspirado, nas duas últimas décadas, a cultura pop/hip hop e a street dance mundiais. Do funk brasileiro (sessão realizada em Abril) ao Kuduro/Afro-House angolano, passando pela marrabenta de Moçambique, o programa pretende propor uma deslocação do olhar (a Sul), em estreita colaboração com profissionais oriundos de países de língua oficial Portuguesa atualmente a residir e a trabalhar em Portugal.
€UROTRA$H é um programa curatorial organizado pelo Ballet Contemporâneo do Norte com várias ações (espetáculos, conferências, workshops) a ter lugar em vários espaços de Santa Maria da Feira ao longo do ano de 2019. O programa contrói-se em torno da urgência de uma reflexão sobre as contradições e tensões culturais, sociais, políticas, económicas e religiosas que afetam a Europa de hoje, impulsionada pela designada “crise dos refugiados” e o crescimento exponencial de movimentos nacionalistas. Coreógrafos, encenadores e Investigadores convidados explorarão as áreas dos estudos feministas, pós-colonialistas, anti-racistas e queer, propondo leituras transdisciplinares para uma história não-normativa da Europa. No dia 19 de Outubro, teremos uma aula de Marrabenta com a bailarina e formadora Moçambicana Catarina Panguana para o segmento EUROPA ENDLOS...UMA DANÇA POR MÊS, na Sala de Ensaio do Cineteatro António Lamoso, entre as 10h00 e as 12h30.
26 JANEIRO Danças de Caráter I (Grande Rússia e Bessarábia, Cáucaso e Ucrânia) com Aleksander Vorontsov 10h00 - 12h30 Cineteatro António Lamoso Santa Maria da Feira
Público alvo: 12 aos 65 anos Entrada livre mediante inscrição Inscrição através do email: bcnproducao@gmail.com Limitado a 30 participantes
Uma Dança por Mês… Europa Endlos é um programa de formação organizado pelo Ballet Contemporâneo do Norte e destinado ao público de Santa Maria da Feira. Como complemento à programação da companhia, onde o público tem a possibilidade de ver dançar, aqui o espetador é convidado a experimentar a dança, as suas estratégias e os seus modos de usar. Este ano, o ciclo apresentará um conjunto de 8 sessões temáticas em diálogo com o programa €UROTRA$H, com curadoria de Rogério Nuno Costa. Europa Endlos (“Europa Interminável”), subtítulo confiscado a ao álbum “Trans Europa Express” dos Kraftwerk, dará o mote a um conjunto de encontros à volta de narrativas coreográficas trans-europeias, danças mais ou menos vizinhas, mais ou menos longínquas, migradas ou imigradas, asiladas ou refugiadas, pedidas emprestadas, apropriadas. A Europa enquanto conceito e interrogação híbrida, que se expande para lá das suas fronteiras históricas, geográficas e culturais.
As três primeiras sessões (Janeiro, Fevereiro e Março) serão coordenadas pelo professor russo Aleksander Vorontsov, e trarão a Santa Maria da Feira um olhar menos conhecido do Ballet. Fruto das tradições folclóricas húngara, ucraniana, russa e cigana, as designadas danças de caráter foram sendo esculpidas nas academias de bailado clássico, tornando-se numa disciplina própria, com uma técnica rigorosa que rapidamente se popularizou entre os mestres russos. As grandes obras do coreógrafo francês Marius Petipa, sobretudo as gizadas em cima das emblemáticas partituras de Tchaikovski, contêm diversas danças de caráter. O terceiro ato do emblemático “O Lago dos Cisnes”, por exemplo, é basicamente uma longa série de danças étnicas estilizadas. Entre os anos 20 e 60 do século XX, a dança de caráter foi uma das mais populares em França, mas foi sendo relegada para um plano secundário, havendo atualmente cada vez menos estabelecimentos de ensino artístico a propô-la como matéria obrigatória.
Sobre Aleksander Vorontsov Aleksander Vorontsov é professor bailarino, professor e coreógrafo, trabalhando com Dança Clássica, Moderna e Folclore. Diplomado pelo Instituto Superior da Cultura de Moscovo (1989) como bailarino, onde também deu aulas e atuou integrado no grupo do Instituto, com apresentações na Eslovénia, Hungria, Checoslováquia e França. Em 1987, frequentou um estágio de formação com o então bailarino principal do Teatro Bolshoi, Vladimir Vassiliev. De 1989 a 1990, deu aulas de dança clássica e moderna na Casa da Cultura de Moscovo, onde foi responsável por um grupo de bailarinos, como professor e coreógrafo. Em 1991, integrou a Companhia de Dança Moderna e Clássica “Ritmos do Planeta” de Boris Sankin, com digressões pela Holanda e Bélgica. De 1992 a 2001, trabalhou como bailarino na emblemática companhia “Ballet Russo” de Serguei Denissov, com digressões pela Áustria, Eslovénia, Espanha e Portugal. Exerce a sua atividade pedagógica em Portugal desde 1997, nas disciplinas de Ballet Clássico, Dança Moderna e de Caráter. Em 2013, integra o corpo de docentes da escola Backstage como professor de Ballet Clássico, método Vaganova.