E ENCERRAM DIGRESSÃO DE VERÃO EM VILA NOVA DE CERVEIRA
As Comédias do Minho continuam a cruzar teatro e território com as últimas apresentações da digressão de verão da peça “Chegar a Tempo ou Sobre o Desaparecimento”, que terá lugar em Paredes de Coura e Vila Nova de Cerveira, entre 16 e 19 de julho. Um dos momentos altos desta reposição acontece a 17 de julho, na Eira Comunitária de Porreiras, um lugar de forte valor patrimonial e afetivo, símbolo da vida comunitária rural do Alto Minho.
Situada a sete quilómetros da vila de Coura, Porreiras é conhecida como o “Celeiro do Alto Minho”. A sua eira, composta por oito espigueiros, quatro alpendres e um núcleo de moinhos de água recuperados, será agora palco de um espetáculo que fala, precisamente, do desaparecimento de espaços de encontro e da transformação das comunidades ao longo das décadas. O cenário natural, com vista sobre uma paisagem deslumbrante, reforça a poética e o simbolismo deste reencontro entre teatro, memória e lugar.
Criada pelas Comédias do Minho, em co-produção com o Teatro do Vestido e encenação de Joana Craveiro, Chegar a Tempo tem percorrido os municípios do Vale do Minho com apresentações em espaços ao livre, largos e antigos espaços de convívio. Esta reposição de verão mantém o espírito itinerante e comunitário, num convite a redescobrir o território através das suas vozes, memórias e geografias afetivas.
Datas finais da digressão de verão: 16 de julho – 21h00 – Largo da Feira (freguesia de Padornelo), Paredes de Coura 17 de julho – 21h00 – Eira Comunitária de Porreiras, Paredes de Coura 18 de julho – 21h00 – Salão Paroquial de Sopo, Vila Nova de Cerveira 19 de julho – 19h00 – Largo de São João, Gondar, Vila Nova de Cerveira
“Chegar a Tempo ou Sobre o Desaparecimento” parte de entrevistas a habitantes dos cinco concelhos do Vale do Minho (Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença e Vila Nova de Cerveira), para construir um olhar íntimo sobre o que se perdeu e o que permanece. Cada sessão é também um encontro com a comunidade, que se revê nas histórias contadas e nos espaços onde estas ganham nova vida.
A entrada é livre.
A produção é uma parceria entre as Comédias do Minho e o Teatro do Vestido, dirigida a um público maior de 12 anos. Com esta iniciativa, as Comédias do Minho reforçam a sua missão de levar programação cultural de qualidade às comunidades, promovendo o acesso à criação contemporânea em diálogo direto com os territórios. Ao regressar com esta peça ao ar livre, em locais simbólicos do convívio coletivo, o projeto volta a afirmar o teatro como espaço de encontro e partilha, onde as memórias se cruzam com o quotidiano de quem ali vive.
Ficha artística:
Criação e direcção: Estêvão Antunes, Francisco Madureira, Tânia Guerreiro
Texto: Joana Craveiro
Co-criação e interpretação: Cheila Pereira, Luís Filipe Silva, Sara Costa
Espaços sonoros: Francisco Madureira
Cenografia: Cátia Barros
Figurinos: Tânia Guerreiro
Direcção técnica e desenho de luz: Vasco Ferreira
Assistência de cenografia: Diana Ramalho
Assistência de encenação: Mira Bulhões
Assistência: Leonor Pereira
Co-produção: Comédias do Minho e Teatro do Vestido
Sobre as Comédias do Minho
As Comédias do Minho iniciaram a sua atividade profissional em 2004, com o objetivo de levar o teatro às aldeias do Vale do Minho, promovendo uma relação próxima e genuína com as comunidades locais. A Companhia tem investido na circulação de criadores nacionais e internacionais, oferecendo uma programação diversificada que reflete o seu compromisso com a arte e a cultura.
A sua atuação é estruturada em três pilares principais: a Companhia de Teatro, o Projeto Pedagógico e o Projeto Comunitário, que trabalham de forma integrada e complementar. A missão das Comédias do Minho é clara: criar um projeto cultural adaptado à realidade socioeconómica do Vale do Minho, com um forte foco no envolvimento das populações.
É A NOVA PRODUÇÃO DA COMPANHIA DE TEATRO COMÉDIAS DO MINHO
*Criação lança um olhar sobre a perda dos espaços de convívio nas comunidades do Vale do Minho
As Comédias do Minho arrancam este fim-de-semana com a digressão de "Chegar a Tempo ou Sobre o Desaparecimento", uma produção, encomendada à encenadora Joana Craveiro e ao Teatro do Vestido, que mergulha na memória coletiva dos habitantes de Paredes de Coura, Monção, Valença, Melgaço e Vila Nova de Cerveira para refletir sobre a perda dos espaços de convívio que eram essenciais à vida social dessas comunidades. A peça estará em cena até domingo, em Vila Nova de Cerveira, onde se apresenta em quatro aldeias e freguesias da localidade, seguindo depois viagem pelos restantes municípios do Vale do Minho, até 6 de abril. A entrada é livre.
A peça, baseada em entrevistas e pesquisas locais, reconstrói os rastros dos lugares que foram desaparecendo ao longo dos anos, com um enfoque particular no impacto da pandemia e nas marcas que essa ausência deixou nos habitantes. O espetáculo interroga o que acontece quando os locais de encontro desaparecem e como as comunidades se transformam quando os seus pontos de referência se esvaziam.
Inspirada nas narrativas de quem viu os seus lugares de convívio fecharem, a criação estrutura-se em três monólogos, que funcionam como espaços de reflexão e reencontro. Fátima Alçada, diretora artística das Comédias do Minho, destaca a relevância da peça: "Este espetáculo é um convite à reflexão sobre as transformações das nossas comunidades e a forma como a ausência dos espaços partilhados nos afeta. Ao dar voz às histórias dos habitantes do Vale do Minho, queremos preservar uma memória coletiva que corre o risco de se perder e, ao mesmo tempo, questionar como podemos reconstruir esses laços sociais. Será possível chegarmos a tempo?"
O espetáculo será apresentado nos cinco municípios do Vale do Minho, entre 6 de março e 6 de abril, num universo mágico, sombrio e poético, alimentado por histórias reais, preenchido por fantasmas e por perdas, mas também pela esperança num futuro que acolha e aqueça aqueles que dele fazem parte. Evocando a tradição oral e a memória partilhada, esta criação assemelha-se a um longo poema ou a um dos contos outrora narrados ao calor das fogueiras, resgatando um tempo que importa não ficar esquecido.
A produção é uma parceria entre as Comédias do Minho e o Teatro do Vestido, dirigida a um público maior de 12 anos. Com esta criação, as Comédias do Minho continuam o seu trabalho de teatro de proximidade, trazendo para cena a voz das comunidades e a importância da memória coletiva na construção do presente e do futuro.
Ficha artística:
Criação e direcção: Estêvão Antunes, Francisco Madureira, Tânia Guerreiro
Texto: Joana Craveiro
Co-criação e interpretação: Cheila Pereira, Luís Filipe Silva, Sara Costa
Espaços sonoros: Francisco Madureira
Cenografia: Cátia Barros
Figurinos: Tânia Guerreiro
Direcção técnica e desenho de luz: Vasco Ferreira
Assistência de cenografia: Diana Ramalho
Assistência de encenação: Mira Bulhões
Assistência: Leonor Pereira
Co-produção: Comédias do Minho e Teatro do Vestido
CHEGAR A TEMPO OU SOBRE O DESAPARECIMENTO”
- 6 de março a 6 de abril -
VILA NOVA DE CERVEIRA - 6 a 9 de Março
6 de Março - Centro de Cultura de Campos / 21h30
7 de Março – Salão do Cineteatro de Vila Nova de Cerveira / 21h30
8 de Março – Escola Primária de Gondarém / 21h00
9 de Março – Salão Paroquial de Covas / 16h00
VALENÇA - 13 a 16 de Março
13 de Março – Sede da Junta de Freguesia de Ganfei / 21h00
14 de Março – Alfândega de Valença / 21h30
15 de Março – Sede do Rancho de Friestas / 21h00
16 de Março – Sede da Junta de Freguesia de Gandra / 16h00
PAREDES DE COURA - 20 a 23 de Março
20 de Março – Antiga Escola Primária de Infesta / 21h00
21 de Março – Quartel das Artes / 21h30
22 de Março – Salão da Junta de Freguesia de Rubiães / 21h00
23 de Março – Salão da Junta de Freguesia de Parada / 16h00
MONÇÃO - 27 a 30 de Março
27 de Março – Junta de Freguesia de Lapela / 21h00
28 de Março – Salão Paroquial de Bela / 21h00
29 de Março – Sede da Junta de Freguesia de Riba de Mouro / 21h00
30 de Março – Edifício Escola Primária de Pereira, Ceivães / 16h00
MELGAÇO - 3 a 6 de Abril
3 de Abril – Casa do Povo de Melgaço / 21h00
4 de Abril – Sede da Junta de Freguesia de Gave / 21h00
5 de Abril – Associação Os Fronteiriços, Cristóval / 21h00
Dança, imaginação e viagem poética pelo cérebro com entrada livre
Entrar dentro da própria cabeça e explorar tudo o que acontece por lá. Esta é a proposta de "Dentro da Cabeça", o mais recente espetáculo das Comédias do Minho, que estreia em fevereiro e percorre os cinco municípios do Vale do Minho ao longo do mês de março. Criado por Márcia Lança e interpretado por Leonor Mendes e Vi Lattaque, este espetáculo de dança é uma co-produção com a VAGAR – Associação Cultural que promete fascinar crianças e adultos a partir dos 3 anos, convidando-os a explorar o fascinante e complexo universo da cabeça através da dança.
O cérebro humano pesa cerca de 1,4 kg e é responsável pelo pensamento, pela imaginação, pelo equilíbrio e pela memória. Mas será que sabemos realmente tudo o que se passa dentro da nossa cabeça? Com movimento, som e música, "Dentro da Cabeça" traduz a complexidade do cérebro para o palco de forma poética e imersiva. O público é convidado a posicionar-se num espaço cénico, que remete para um cérebro dividido entre hemisfério esquerdo e direito, tornando-se parte ativa desta experiência interativa. A linguagem corporal torna-se a ferramenta principal para dar vida a um universo invisível e, ao mesmo tempo, tão presente no nosso dia a dia. O resultado? Um espetáculo envolvente, que estimula os sentidos e desperta a curiosidade de miúdos e graúdos.
Dança que toca coração e mente
Esta criação dá continuidade a uma trilogia iniciada em 2020 com "Dentro do Coração", que explorava as emoções e a parte física do coração humano. Agora, o foco está no cérebro – a sede da razão, da criatividade e da curiosidade.
O espetáculo contempla sessões exclusivas para os alunos do pré-escolar e jardins de infância dos municípios de Melgaço, Monção, Valença, Paredes de Coura e Vila Nova de Cerveira, garantindo uma experiência educativa única para os mais novos. Além disso, haverá sessões abertas para famílias aos fins-de-semana, permitindo que todos possam embarcar nesta viagem fascinante ao interior da mente. Para este público, a digressão arranca no dia 1 de março, em Monção, passando por Paredes de Coura (9 de março), Valença (15 de março), Vila Nova de Cerveira (22 de março) e Melgaço (29 de março).
A entrada para todas as sessões é gratuita, promovendo o acesso à cultura e à dança contemporânea para públicos de todas as idades.
"Dentro da Cabeça" é uma co-produção das Comédias do Minho, da VAGAR - Associação Cultural, e doLU.CA- Teatro Luís de Camões com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e do Polo Cultural Gaivotas.
Datas e locais para famílias
Monção – 1 de março | Cineteatro João Verde – 15h30
Paredes de Coura – 9 de março | Centro Cultural – 15h30
Valença – 15 de março | Auditório CILV – 11h00
Vila Nova de Cerveira – 22 de março | Cineteatro – 11h00
Melgaço – 29 de março | Casa da Cultura – 11h00
Ficha artística
Direção e Criação: Márcia Lança
Criação e Performance: Leonor Mendes
Desenho de Iluminação em colaboração com MATÉRIA LEVE: Ana Luísa Novais e Naiana Padial
Acompanhamento e Mentoria: Leticia Skrycky
Escrita sobre o projeto lumínico: Gabriela Claveria
Criação Musical: Ana Madureira e Vahan Kerovpyan
Preparação de Corpo: Vanessa Garcia
Audiodescrição: Sara Anjo
Consultoria de Audiodescrição: Inês Gonçalves
Publicação: Dagô R. e Márcia Lança
Residências de Criação: Piscina, Estúdios Victor Córdon, Forum Dança e O Rumo do Fumo Andrei Bessa
Co-Produção:LU.CA– Teatro Luís de Camões e Comédias do Minho
Apoio: Câmara Municipal de Lisboa e Polo Cultural Gaivotas
Produção: VAGAR e Vi Lattaque
Apoio à Dramaturgia: Inês Gonçalves
Acompanhamento Desenhado: Dagô R.
Cenografia: João Gonçalo Lopes
Figurino: Ainhoa Vidal
Sobre as Comédias do Minho
Fundada em 2003, as Comédias do Minho, fundadas em 2003 é uma associação cultural de direito privado que reúne os municípios de Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença e Vila Nova de Cerveira, constituindo o seu território de ação. Com uma missão centrada na criação de um projeto cultural adaptado à realidade socioeconómica local, as Comédias do Minho investem em propostas artísticas e pedagógicas de valor participativo e simbólico, envolvendo ativamente as comunidades. Esta missão concretiza-se através de três eixos interligados: uma companhia de teatro profissional, um projeto pedagógico e um projeto comunitário.
“Apropriação, Acumulação e Anulação” inaugura no próximo sábado
SHAIRART E FUNDAÇÃO BIENAL DE CERVEIRA
APRESENTAM EXPOSIÇÃO DE RICARDO DE CAMPOS
“Apropriação, Acumulação e Anulação” é a exposição de Ricardo de Campos que inaugura já no próximo sábado, dia 11 de novembro, pelas 16 horas, no Fórum Cultural de Cerveira. A iniciativa artística, com curadoria de Helena Mendes Pereira, curadora da shairart, nasce de uma parceria entre a galeria shairart e a Fundação Bienal de Cerveira, que se unem para expôr o trabalho de pintura e escultura de um dos artistas plásticos mais promissores da nova geração.
Até dia 30 de dezembro, é possível conhecer e descobrir o trabalho de Ricardo de Campos, que reúne na Sala Principal do espaço emblemático da Vila das Artes mais de cem obras de arte, entre as quais algumas desenvolvidas em parceria com outros artistas. A grande exposição do artista, que completou este ano quarenta anos, assinala o final de uma importante fase do seu percurso académico, após a conclusão do Mestrado de Arte Contemporánea. Creación e Investigación, pela Faculdade de Belas Artes de Pontevedra.
Para Helena Mendes Pereira, que volta a cruzar-se com o artista pela terceira vez este ano, é evidente a “evolução plástica de Ricardo de Campos”, cuja mostra espelha “a destruição literal do ícone, do símbolo imagético de Cristo, numa metáfora clara à destruição do seu exemplo, numa análise de fé ou, simplesmente, histórica e geográfica”. A curadora da shairart, para quem esta exposição é mais uma prova de que o artista “não parará de nos surpreender”, afirma ainda que o artista se libertou “do seu espaço interior, da sua zona de conforto, da sua geografia doméstica, aventurando-se num caminho em que somou ao desvirtuamento do suporte tradicional da obra de arte à reutilização de objetos materiais do quotidiano, a afirmação dos seus grandes formatos e a adoção de um figurativo de contorno, de vanguarda e de mensagem mais corrosiva.”
Natural de Monção, Ricardo de Campos conta já com múltiplas exposições individuais e coletivas em espaços públicos e privados. Para além da Bienal de Vila Nova da Cerveira, das galerias Art de Pontevedra, Arte do Tempo, em Viana do Castelo, Lucília, em Guimaraes, e IPSA, em Roma, o artista apresentou o seu trabalho em vários mosteiros, como o de Silos de Burgos, de Oseira de Ourense, de Samos de Lugo, assim como na Igreja de S. Denys, em Paris, entre outros espaços. Das suas exposições coletivas, destaque para Dallas Award 2012 do Museum of the Americas (Dallas, EUA), Art Shanghai 2011, Hispanic Heritage in America do Museum of the Americas em Miami (EUA), Concurso Internacional C. Antonio Gualda, em Espanha, e VII Bienal Eixo Atlântico, entre outras.
Além de “Apropriação, Acumulação e Anulação”, de Ricardo de Campos, a Fundação Bienal de Arte de Cerveira inaugura também, no dia 11 de novembro, uma exposição individual do artista William Ramirez. Trata-se de uma iniciativa que vai ao encontro da missão da Fundação Bienal de Arte de Cerveira, que procura dar continuidade ao lugar cativo de jovens artistas em início de carreira. No sábado, haverá ainda lugar para a exibição do filme Pina, do realizador Wim Winders, no âmbito do Prémio Lux de Cinema Europeu, que será exibido no Fórum Cultural de Cerveira.