AMADORA MOSTRA é reconhecer que o teatro se modifica de geração para geração, que novos problemas são colocados na cena e à cena. É confrontar o novo teatro com o público, é reconhecer que novas expressões têm direito às suas escolhas estéticas e às suas problemáticas. AMADORA MOSTRA é dar a mão amiga aos novos, como antes fizeram a nós. Bem-Vindos. Abraço forte de amizade Companheiros.
Teatro dos Aloés GET OUT OF THE CLOSET! - 19 de julho - 21h30 | M/12
Um corpo não reflecte a pessoa que o habita. Por alguma razão Descartes separou a Alma do corpo. Penso que todos nós já sentimos que a nossa fisionomia, nalgum momento das nossas vidas, atraiçoou o nosso ‘eu’. Precisamos de encontrar um corpo visível, uma imagem, uma forma que consiga transparecer o nosso real pensamento, o nosso conteúdo, aquilo que sabemos ser. Em O Belo e a Consolação, Steiner diz-nos que «Somos aquilo que são as nossas memórias. Não nos podem tirar aquilo que temos dentro de nós». Mas como é que algo que é do foro abstracto consegue sobrepor-se a uma dimensão corpórea? É necessário sermos “apenas” o que somos, sem a preocupação de nos inserirmos num Mundo edificado pelo preconceito, por normas e elites. Não cedamos aos dogmas impostos por uma sociedade que tem um fascínio pelo belo. Tenhamos a coragem de viver num lugar às escuras, onde as pessoas se atraiam platonicamente. «Os olhos são o espelho da Alma», como Fernando Pessoa nos relembra. Encontramo-nos presos ao nosso corpo, à nossa pele, mas não temos culpa dos nossos genes. Acredito que somos mais do que matéria, tal como Artaud. É urgente descobrirmos o verdadeiro ser que nos habita. Quem sou eu? Quem és tu?
Direção Artística e Conceção: Adriana Melo Interpretação: Adriana Melo, Beatriz Brito, Magnum Soares, Karen Sampaio e Rita Bettencourt Paixão Cenografia: Rita Capelo Fotografia e Vídeo: Helena Gonçalves
ALEATÓRIO - 20 de julho - 21h30 | M/12
"Se a sua vida tivesse trilha sonora, qual seria?" A partir de músicas escolhidas pela plateia, duas histórias aleatórias são criadas por improviso, e se cruzam para inesperados desfechos. Espetáculo de Impro Long Form, Teatro de Improviso poético que mistura dança, mímica e a espontaneidade da criação por música.
Realização: Grupo de Improviso SAÍDA SUL Concepção, Direção e Atuação: Luana Proença Banda Sonora: O Público Designer de Luz: Marina Zoé Figurino: Julieta Zarza e Luana Proença
PRANTO DE MARIA PARDA - 21 de julho - 16h | M/12
Espectáculo que relaciona o actor e a marioneta, num palco despojado e frio destacando apenas seis figuras e Parda que vem prantear a sua sede. O tema central é o vinho, símbolo do animo e da inspiração da alma de um país que, estando em crise, não o tem. A peça acontece na época medieval, mas, porque se adapta aos dias de hoje, foi modernizada. Os taberneiros cuja forma remete para as cepas de vinha, realizando-se com elas o teatro de figuras, mas a personagem central é Maria Parda, acompanhada a maior parte do tempo de si mesma apenas e a si mesma falando, para regalo do público, nos versos de Gil Vicente, que vai mencionar os vinhos das diferentes terras de Portugal e qualificar a sua produção no derradeiro testamento da sequiosa mulher.
Encenação, Dramaturgia, Manipulação - Guto Martins Direção Técnica, manipulação - Magnum Soares Manipulação: Mariana Nogueira Direção Musical - Pedro De Fillipis Audio-Visual - Pedro Cabral Produção - Leonor Cabrita
Informações e reservas: 916 648 204 ou teatrodosaloes@sapo.pt |