Teresa Ferreira recebeu o Prémio Bárbara Virgínia rodeada por amigos, familiares e colegas na Cinemateca Portuguesa
“Nunca pensei que se lembrassem de mim para este prémio! Não sou realizadora, não sou produtora e muito menos sou atriz! Nem atriz de novelas, que agora toda a gente é! Mas lembraram-se, por isso muito obrigada. Porque se gostam de mim, eu também gosto muito de vocês!”. Foi assim que Teresa Ferreira agradeceu o Prémio Bárbara Virgínia com que foi galardoada na noite da passada sexta-feira, 12 de janeiro, na Cinemateca Portuguesa.
O auditório da Cinemateca encheu-se de familiares, amigos, antigos colegas e admiradores da colorista, responsável pela étalonnage, ou correção de cor, de alguns dos maiores clássicos do cinema português. Ao subirem ao palco para partilharem as razões que os levaram a atribuir o galardão a Teresa Ferreira, os membros do júri presentes, Teresa Madruga e Tiago R. Santos, bem como o presidente da Academia Portuguesa de Cinema, Paulo Trancoso, não esconderam a emoção nem o carinho que têm para com a galardoada e confessaram que a admiram pelo trabalho que desenvolveu, tantas vezes desconhecido, longe dos holofotes e do centro das atenções, mas “imprescindível para o resultado final dos filmes e que importa nunca ser esquecido”, defendeu Paulo Trancoso.
Com uma carreira que ultrapassou os 50 anos e que a levou a trabalhar com alguns dos mais famosos diretores de fotografia e realizadores do mundo, Teresa Ferreira recebeu o prémio em honra de Bárbara Virgínia, a primeira mulher realizadora portuguesa e a primeira realizadora a competir com um filme no festival de Cannes, em 1946. O prémio foi criado para homenagear as mulheres do mundo do cinema português que tantas vezes são esquecidas, tendo sido entregue pela primeira vez em 2015 a Leonor Silveira, seguindo-se Laura Soveral em 2016 e agora Teresa Ferreira em 2017, que agradeceu à Academia e ao júri “por não se esquecerem de mim, porque eu também não me esqueço de nenhum de vocês”.