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Cultura de Borla

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TITANE lança "Sá Rainha" nas plataformas digitais

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"Sá Rainha" é disponibilizado na próxima sexta (28/09) através da Campanha Titane Doce Música Guerreira, que lança discografia da artista nas plataformas digitais

 

 

Álbum de 2000 lançando em 2016 em DVD trouxe canções de Chico César, Zeca Baleiro, Edvaldo Santana, Pereira da Viola e Maurício Tizumba; ao todo serão disponibilizados até 2019 seis discos que revelam as diferentes vertentes dos mais de 30 anos de carreira da artista

 

A cantora Titane disponibiliza nas plataformas digitais no próxima dia 28 de setembro (sexta) o álbum (registrado em CD e DVD) "Sá Rainha", quarto disco solo da artista. A campanha “Titane Doce Música Guerreira” prevê o lançamento de toda discografia da cantora - o primeiro trabalho retrospectivo disponibilizado foi "Titane e o Campo das Vertentes", em agosto, além de "Titane Canta Elomar" (2018), obra mais recente, lançada em abril.

 

Com o disco “Sá Rainha” - lançado em 2000 em co-produção da cantora com o selo Lapa Discos e em 2016 em DVD - Titane consolida junto a outros artistas da sua geração o momento de gestação de uma música fundada em elementos afro-mineiros, segmento que hoje está em plena expansão. O trabalho teve participações especiais de Chico César, Maurício Tizumba e Pereira da Viola e integrantes da Guarda de Catupé de N.Sra. do Rosário (de Oliveira/MG), com canções de Zeca Baleiro, Edvaldo Santana e Chico César, dentre outros.

 

"Titane sabe elencar pessoas boas, é trabalhadora. Sabe trabalhar. É uma operária das artes e é também uma diva. Pra saber fazer isso tem que ter um coração grande", afirma Maurício Tizumba sobre "Sá Rainha". Confira o depoimento na íntegra ao final.

 

Titane Doce Música Guerreira - Em 2018 estão sendo disponibilizados álbuns lançados pela artista no século XXI. Já a partir de 2019, serão colocados, nas plataformas, três que datam do século XX, propondo ao público um mergulho em obras mais raras da cantora. Confira a sequência: 28 de setembro (sexta) - "Sá Rainha" (2000); 26 de outubro - "ANA" (2008); 30 de janeiro de 2019 - "Inseto Raro" (1993); 22 de fevereiro - "Verão de 2001" (1990); 29 de março - "Titane" (1986).

 

Com foco em seus trabalhos solos mais emblemáticos, não incluindo parcerias e participações especiais, a campanha de disponibilização da discografia em plataformas digitais é, neste sentido, uma forma de abrir o baú de histórias e mergulhar na musicalidade única de cada álbum.

 

Sobre "Sá Rainha"

Quarto disco da carreira de Titane, “Sá Rainha” foi lançado pelo selo Lapa Discos em junho de 2000, em Belo Horizonte (MG). Acompanhada dos violões de Gilvan de Oliveira e Weber Lopes, do baixo de Ivan Corrêa e das percussões de Sérgio Silva e Ricardo Cheib.

 

Apesar de ter toda sua carreira associada a Minas Gerais, a artista ressalta ser este o primeiro trabalho em que se debruça exclusivamente sobre referências mineiras para compor sua estética musical, sendo que a escolha do repertório também considera a repercussão que algumas canções tiveram entre o público em shows pelo Brasil e países como Alemanha e Itália.

                                                                                                                                            

Apoiada no contraste entre o agudo de sua voz e os graves dos tambores do Rosário (leia-se congado mineiro), Titane explora a solenidade do ritmo de Serra-Abaixo (próprio de sua cidade de origem, Oliveira) para reler "Dança" (de Chico César), cruza naipes de violinos com toques de Catupé e citações de toadas congadeiras em "Maracanã" (de Sávio Henrique), demonstra a proximidade de Pereira da Viola com o blues em "Viola Cósmica" (parceria de Pereira com o poeta Gildes Bezerra), e retoma as cordas para ancorar o poema sertanejo de Saulo Sabino.

 

Partindo sempre dos violões personalíssimos de Gilvan de Oliveira e Weber Lopes, Titane registra canções que são sucesso em seus shows como "Tereza" (de Zé Neto) e elabora versões de autores de outras matrizes brasileiras, a exemplo de "Reza" (de Zeca Baleiro sobre poema de Leminski), "Zensider" (parceria de Edvaldo Santana e Ademir Assunção), "Boi da Beira" (de Giordano Mochel - com citação de João Bá) e "Dodói" (de Juraíldes da Cruz).

 

Acariciando suas raízes e partindo das vivências com as guardas de congado, especialmente de Oliveira, cidade do interior de Minas Gerais onde cresceu, Titane trouxe a referência das festas de Nossa Senhora do Rosário, em suas palavras “um acontecimento até recentemente pouco percebido na música brasileira”, mas que muito a influenciou. O nome “Sá Rainha” é uma homenagem às rainhas do congado mineiro, à Senhora do Rosário. “É uma força protetora. Não é só uma entidade, mas uma identidade que congrega muitos de nós. Esse título é minha declaração de amor e de gratidão aos negros do congado mineiro, com quem aprendi muito e a Milton Nascimento que moldou minha sensibilidade”, afirmou Titane em entrevista para o jornalista Milton Luiz, publicada no jornal O Tempo em 01/06/2000. “É um disco que tem muita negritude dentro dele. Mas não é um disco de soul, blues, axé ou congado. É um disco de deuses negros influenciando o mundo”.

 

O DVD Sá Rainha, lançado em 2016, consta da reunião de imagens geradas entre 2001 e 2003 e está dividido em três blocos: Titane Canta, Titane Fala, Titane Dança.

Em Titane Canta está a íntegra do show Sá Rainha gravado ao vivo em Belo Horizonte, no qual o repertório do cd é ampliado, incluindo "Galope" (de Gonzaguinha), "Estação Derradeira" (de Chico Buarque) e "Templo" (de Chico César, Tata Fernandes e Di Biasi), tendo também  como convidados Pereira da Viola, Chico César, Maurício Tizumba, Edvaldo Santana e a Guarda de Moçambique de Nossa Senhora da Mercês (de Oliveira).

Em Titane Fala, estão depoimentos de Titane sobre os músicos de sua banda e sobre o bailarino Klauss Vianna e o diretor e dramaturgo João das Neves, artistas com quem a cantora manteve estreita colaboração.

Em Titane Dança pode-se assistir a reveladoras cenas de rua da Festa de Nossa Senhora do Rosário e da intimidade das Guardas de Congado da cidade de Oliveira, e ainda as conversas entre Titane e personalidades dos festejos, a exemplo da Capitã Pedrina (uma das primeiras mulheres a assumir função de comando no congado mineiro) e do Capitão Tião Ataíde (construtor dos primeiros tambores usados em cena pela cantora).

 

Em crítica publicada no jornal Estado de Minas, o jornalista João Paulo Cunha afirma que este “é um disco de peito aberto. No repertório, canções já conhecidas do público que acompanha Titane, como a deliciosa e bluseira ‘Zensider’ (Edvaldo Santana e Ademir Assunção) e a sertaneja catita ‘Dodói’ (Juraildes da Cruz). Dos novos encontros, músicas de Zeca Baleiro sobre o poema de Paulo Leminski (‘Reza’, uma das mais belas canções do ano até agora) e Chico César (que participa da faixa ‘Dança’ com uma vocalização quase oriental). Um disco mineiro no corpo e na alma, com tambores e harmonias conduzidas por um time de primeira (...)”. Além destes compositores, Titane também gravou os mineiros Maurício Tizumba, Sávio Henrique, Pereira da Viola e Zé Neto.

 

Repertório do disco

  1. ZENSIDER Edvaldo Santana e Ademir Assunção
  2. REZA Zeca Baleiro sobre poema de Paulo Leminski
  3. MODA DO FIM DO MUNDO Chico César e Alice Ruiz
  4. DODÓI Juraildes da Cruz (citação inicial domínio público Goiás/Tocantins)
  5. BOI DA BEIRA Giordano Mochel (estrofe de “Monalisa” é trecho incidental do poeta João Bá)
  6. MARACANÃ Sávio Henrique
  7. CORAÇÃO TÁ BALANCEANDO.VINHETA Domínio público congado mineiro
  8. SÁ RAINHA Maurício Tizumba

Citação 1: Caxangá, de Milton Nascimento e Fernando Brant

Citação 2: No Tempo do Cativeiro, do congado mineiro

  1. TEREZA Zé Neto
  2. DANÇA Chico César
  3. SERTANEJO Saulo Sabino
  4. VIOLA CÓSMICA Pereira da Viola e Gildes Bezerra

TITANE E O CONGADO MINEIRO

 

Sobre Titane

Titane apareceu no cenário musical brasileiro no início da década de 1980, trabalhando na fronteira de gêneros, propondo diálogos e contrastes estéticos. De perfil artístico indomável, sempre se colocou em risco durante a pesquisa de um novo trabalho, com a intenção de se reinventar e de ventilar suas estratégias de criação. O caráter “híbrido” de sua arte, que veio a vigorar posteriormente na virada do século como uma característica da produção contemporânea, não tinha, então, espaço em gravadoras. Do primeiro álbum em 1986, ao mais recente, em 2018, quase sempre em produção independente, desvela-se uma inquietude que perpassa toda sua longeva e consistente carreira, atuando por todo o país e mantendo-se radicada em Minas Gerais, seu estado de origem.

 

Titane é referência na música popular brasileira. Intérprete por excelência, faz parte da geração que renovou a MPB a partir dos anos 80. Amalgamando canções de domínio público, anônimos, compositores clássicos ou emergentes da música brasileira, a cantora desde sempre lança mão de diferentes culturas musicais para criar, com segurança e personalidade, seu universo musical. Os mais de 30 anos de estrada são marcados por fortes parcerias e pelo primor estético.

 

Em mais de 30 anos de trajetória, Titane pautou seu percurso por escolhas rigorosas. Do repertório aos arranjos, tudo sempre foi feito para desafiar os limites de sua interpretação, sustentada por uma voz afiada como lâmina. Titane vai além dos padrões convencionais do mercado criando desde as “Minas Gerais nacionais” – como se refere o jornalista Pedro Alexandre Sanches ao citar sua representatividade na cena brasileira, mesmo atuando fora do eixo Rio-São Paulo –, dando sua interpretação original à obra de diferentes compositores brasileiros.

 

Depoimentos

por Maurício Tizumba

 

"Minha união com a Titane começa antes do congado. Artistas em BH batalhando cada um de um lado. Ela sempre ativista, batalhando pela esquerda.

 

Me sinto um grande homem e ao lado de um grande homem sempre tem uma mulher e essa mulher é a Titane. Que me levou pra as grandes greves, que me levou para tocar em outros estados. A partir disso a gente virou cúmplice.

 

Aí depois entra a parte de reinado e ela já me leva direto para Oliveira, comecei a falar a língua dos moçambiqueiros e aí nasce uma amizade forte

 

Titane tem um outro olhar muito generoso sobre os artistas da cidade. Arrisco dizer que foi a que mais gravou artistas mineiros. Artistas que ninguém conhece e ela valorizou.

 

Depois da chegada do João das Neves, engendramos pelo teatro juntos. João dirigiu show no teatro Francisco Nunes em 1995 . Formei em 1991 no Teatro Universitário em 92 conheci ele em 1995 ele me dirige.

 

Titane sabe elencar pessoas boas, é trabalhadora. Sabe trabalhar. É uma operária das artes e é também uma diva. Pra saber fazer isso tem que ter um coração grande.

 

Sá Rainha é especial pra mim, pois não me considero um compositor.. tenho algumas músicas, mas não é o meu forte. ela valorizou tanto a minha música que além de gravar bem gravada ela pôs o nome da música no disco".

 

SERVIÇO

Lançamento da campanha Titane - discografia

"Sá Rainha" - Lançamento em plataformas virtuais

(Spotify, Deezer, Amazon, Apple Music, Youtube, Napster, Claro Música, Google Play)

Quando: 28 de setembro (sexta)

Redes: Instagram (@titaneoficial)| Facebook | Youtube