VOU A TUA CASA, ROGÉRIO NUNO COSTA (2003/07) [ARTISTA ASSOCIADO]
LADO C | 3.ª parte da trilogia Vou A Tua Casa
22, 23, 24 e 25 de Fevereiro 2017
19:00-22:00
Art House, Aalto University School of Arts Design and Architecture
Lämpömiehenkuja 3, Espoo, Finlândia
NO CAMINHO | Lado B – 2.ª parte da trilogia Vou A Tua Casa
10, 11, 12 e 13 de Março 2017, todo o dia (performance duracional)
Learning Center Lobby gallery, Aalto University School of Arts Design and Architecture
Inserido no evento “Histories. (Her)stories”, com curadoria de Ksenia Kaverina
Otaniementie 9, Espoo, Finlândia
VOU A TUA CASA | Lado A – 1.ª parte da trilogia Vou A Tua Casa
23 a 31 de Março de 2017, nas casas particulares dos espectadores (várias horas)
Helsínquia, Espoo e Vantaa, Finlândia
A trilogia Vou A Tua Casa estreou em Lisboa no Verão de 2003 e transformou-se imediatamente na “imagem de marca”, mais ou menos estruturante, mais ou menos destrutiva, do seu autor. A performance acontecia nas casas dos próprios espectadores e foi sendo apresentada até sensivelmente Março de 2004. Até 2007, passou por Torres Vedras (Festival A8, Transforma), Londres (Postscript Festival), Covilhã (Quarta Parede), Braga (Censura Prévia), Caldas da Rainha (Festival Sonda), Porto (A Sala) e Hamburgo (Dance Kiosk Festival). A segunda parte da trilogia, sub-intitulada No Caminho, estreou em Torres Vedras (Festival A8) no final de 2004, tendo seguido para Lisboa no ano seguinte; a performance acontecia para um só espectador, em espaços públicos escolhidos por este, e sem duração definida. A terceira e última parte da trilogia — Lado C — regressava ao espaço privado, mais concretamente à casa do criador, que convidava os espectadores para um jantar cozinhado pelo próprio e uma síntese antológica de todo o projecto, feita em conjunto com o público e convidados especiais. Estreou em Lisboa no Festival Alkantara em 2006, tendo sido posteriormente apresentada em casas particulares de Évora (Festival Internacional de Dança Contemporânea “Habitar A Cidade”), Porto (LUPA Festival) e Amares (Encontrarte Festival). A experiência gastronómica de Lado C terá sido depois desenvolvida num projecto autónomo — Vou À Tua Mesa (2010/2011) — onde a comida deixa de ser um mero pretexto para um encontro para passar a elemento definidor de uma série de intervenções artístico-culinárias. A trilogia encontra-se compilada num catálogo e num documentário em vídeo intitulados Projecto de Documentação (2007), disponível online em www.vouatuacasa.wordpress.com.
Pela primeira desde o encerramento do projecto em 2007, a trilogia completa será apresentada ao longo dos meses de Fevereiro e Março de 2017, em diálogo com o programa Visual Culture & Contemporary Art da Aalto University School of Arts Design and Architecture (Espoo e Helsínquia, Finlândia).
“Até que ponto consegue Rogério Nuno Costa, com esta criação ainda em evolução, encetar uma estratégia de subversão dos modelos convencionais de representação? Possivelmente, só o desenrolar do projecto o dirá com propriedade. Mas, para entrar na banalidade das definições – e sem que seja preciso abordar detalhes do conteúdo do espectáculo (...), diria por ora que a acepção de teatro como ‘acto da vontade’ (Brook) é levado ao extremo por Rogério Nuno Costa como pretexto para a consagração do mínimo denominador comum: uma artificialidade construída e um espectador. Ou seja, um espaço comum, um querer ver e um querer ser visto.”
Mónica Guerreiro, in Sinais de Cena, n.º 1, 2004
LADO C
performance/conferência/jantar
À mesa (para almoçar, lanchar, jantar, cear...) encontram-se: dez espectadores [que fazem as vezes de alunos ou então elementos de uma qualquer sociedade anónima], um artista [que faz as vezes de professor-cozinheiro ou então guru de uma nova seita nominalista-conceptual], um observador misterioso [que ora faz de conta que não sabe ao que vai, ora faz de conta que ensaiou muito bem o papel], e um outro artista, convidado pelo primeiro para boicotar 5 minutos do espectáculo. Plano maquiavélico de auto-ajuda perpetrado pelo seu autor, LADO C apresenta-se enquanto performance retoricamente “em construção”, discutindo o próprio espectáculo, duvidando dos papéis que executamos só porque sim, e tentando, a custo, baralhá-los. Reflecte-se sobre a razão de estarmos ali e o facto de não estarmos noutro sítio qualquer. Pensa-se o porquê de tudo isto nos parecer tão familiar e aponta-se o dedo ao primeiro que disser donde vem a “inspiração”. Revela-se a imanência de uma síntese dialéctica que não permite que as coisas possam ser divididas em sim e não, sendo que o talvez não é admitido como resolução do problema. LADO C é um evento insólito, ao mesmo tempo acolhedor, (sobre)vivendo em cima de uma dose inimaginável de ambiguidade, apenas porque tenciona ver-se livre dela: concordar com a realidade primeiro para a poder mudar depois. Uma performance que é política [nome] e não “política” [adjectivo]. A reunião extraordinária de um grupo de pessoas mais ou menos anónimas que se sentam para resolver os problemas de um artista, em troca perversa de comida gourmet e créditos curriculares.
Rogério Nuno Costa, 2006
Lado C é um projecto financiado pela Direcção-Geral das Artes/Ministério da Cultura, com o apoio da Transforma AC, DIF/Publicards, Festival Alkantara, Companhia de Dança Contemporânea de Évora, EIRA, Cão Solteiro, Escola Superior de Comunicação Social, LUPA Festival e Animares.
Mais info:
www.vouatuacasa.blogspot.com
www.vouatuamesa.blogspot.com
A theatrical trilogy shaped as a geo-emotional path in the city: point 'A' is your house, point 'C' is mine, point 'B' is that impossible underway place where we might coincidentally meet.
C-SIDE | 3rd part of the trilogy Going To Your Place
22, 23, 24 and 25 February 2017
7-10 pm
Art House, Aalto University School of Arts Design and Architecture
Lämpömiehenkuja 3, Espoo, Finland
ON THE WAY | B-Side – 2nd part of the trilogy Going To Your Place
10, 11, 12 and 13 March 2017, all day long (durational performance)
Learning Center Lobby gallery, Aalto University School of Arts Design and Architecture
For the event “Histories. (Her)stories”, curated by Ksenia Kaverina
Otaniementie 9, Espoo, Finland
GOING TO YOUR PLACE | A-Side – 1st part of trilogy Going To Your Place
23 to 31 March 2017, in the spectators’ private houses
Helsinki, Espoo and Vantaa, Finland
is a project financed by Direcção-Geral das Artes/Ministry of Culture (Portugal), with the support of Transforma AC, DIF/Publicards, Festival Alkantara, Companhia de Dança Contemporânea de Évora, EIRA, Cão Solteiro, Escola Superior de Comunicação Social, LUPA Festival and Animares.C-Side
Rogério Nuno Costa, 2006
food and curriculum vitae credits.gourmet is an unusual event, at the same time welcoming and ambiguous, effortlessly agreeing with “reality” first, in order to change it afterwards. As Thomas Hirschhorn (who has a cameo appearance in the performance) would put it: it is not a “political” performance, but it is “politically” performed. The extraordinary rendezvous of people who meet to solve one artist’s problems, in exchange for C-SIDE is not allowed as part of the solution. maybe, being that no or yes is, rhetorically, an “under construction” performance; the performance itself is discussed, and the roles the participants have to perform are interchangeable and constantly put into question. The goal is to reflect upon the reason why we are there and not in some other place. A dialectical synthesis is immanently revealed in order to emphasize that things cannot be divided into C-SIDE, invited by the first one to boycott 5 minutes of the show. another artist[pretending not to know anything about the event, but having rehearsed his role pretty well…], and a mysterious observer [pretending to be a cooking teacher or the guru of a brand new conceptual-nominalist sect], an artist [pretending to be students or members of some sort of anonymous corporation], 10 spectatorsAt the dinner table:
performance/lecture/dinner
C-SIDE
[Mónica Guerreiro, in ‘Sinais de Cena’ magazine, nr. 1, 2004]
“How does Rogério Nuno Costa achieves, with this performance, a strategy of subversion upon the conventional patterns of representation? Just to get into the triviality of definitions (there’s no need to relate to details of the performance content), I would say that this sense of theatre as an “act of will” (Peter Brook) is taken to its limits by Rogério Nuno Costa, as a pretext for the consecration of this minimum common denominator: a constructed artificiality and a spectator. In other words, a common space, a will to see and a will to be seen.”
For the first time since the end of the project in 2007, the complete trilogy is going to be reset in a dialogue with the program Visual Culture & Contemporary Art at Aalto University School of Arts Design and Architecture (Espoo and Helsinki, Finland), during the months of February and March 2017.
More info:
www.vouatuacasa.blogspot.com
DE ROGÉRIO NUNO COSTA
[SOBRE O OUTROS FORMATOS II]
Virtual chat moderated by Dinis Machado, Diogo Mendes, Flávio Leihan, Inês Nogueira, Jorge Gonçalves, Renata Portas, Rogério Nuno Costa, Sérgio Diogo Matias, Sade Risku e Susana Otero, with their participation and edited by Rogério Nuno Costa.
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