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Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

"Wild" de Marco Martins

 

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Entre 7 e 19 de março, Setúbal acolhe a residência artística de Marco Martins para a criação do seu novo projeto “Wild”, com um ensaio aberto agendado para 19 de março no Fórum Municipal Luísa Todi às 21h00.

Esta é uma coprodução teatral internacional que parte do uso da máscara nas práticas ritualísticas que marcam na Europa, desde tempos imemoriais, momentos coletivamente fundamentais como equinócios e solstícios, e que inclui um elenco composto por atores não-profissionais que anualmente praticam estes rituais em diferentes países europeus.

A residência que decorre n’A Gráfica – Centro de Criação Artística e no Fórum Municipal Luísa Todi integrada no projeto Rota Clandestina, promovido pelo Município de Setúbal, com direção artística do Renzo Barsotti.

A partir da investigação acerca do significado ancestral da máscara, o espetáculo vai mapear o seu valor enquanto possibilidade identitária, bem como a complexidade inerente à multiplicação de identidades.

Inicia-se, assim, um caminho para o estudo do outro como parte integral da nossa compreensão de nós mesmos. Um diálogo provocador entre tradição e contemporaneidade que procura evidenciar a conceção cíclica do tempo, ao contrário do modelo linear que tantas vezes utilizamos.

 

Encenação Marco Martins

Ideia original Renzo Barsotti Texto e Dramaturgia Marco Martins e Patrícia Portela a partir do contributo do elenco Colaboração e Apoio Dramatúrgico Alexander Gerner, Charles Fréger, Giovanni Carroni, Rita Cabaço, Vânia Rovisco Com Andrea Loi, Giuseppe Carai, João Paulo Alves, Luís Meneses, Marco Abbà, Rafael Costa, Riccardo Spanu e Rubens Ortu Música Miguel Abras Cenografia Fernando Brízio Projeto, Construção e Montagem Cenográfica ArtWorks Desenho de Luz Nuno Meira Operação de Luz Ricardo Campos Desenho e Operação de Som Sérgio Milhano Movimento Vânia Rovisco Assistência de Encenação Rita Quelhas Pesquisa e Documentação Zé Pires Apoio aos Ensaios Giovanni Carroni, Rita Cabaço, Vânia Rovisco Consultoria Doina Isfanoni Imagens Andreas Bentzon, Benjamim Pereira / Instituto dos Museus e da Conservação, I.P. Administração Arena Ensemble Marta Delgado Martins Assistência à Produção Mafalda Teles Apoio à Produção (Bragança) Luís Manuel Costa Coordenação de Projeto e Direcção de Produção Mariana Brandão

Coprodução Fundação Caixa Geral de Depósitos - Culturgest, Teatro Municipal do Porto, Teatro Municipal de Bragança, Rota Clandestina/Câmara Municipal de Setúbal, Teatro di Sardegna e Arena Ensemble Apoio Artopia Colaboração Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa Agradecimentos Alessio Masones, Fernando Tiza, Júlia Almeida e Miguel Rodrigues, Maria Rotar e Teatrul Excelsior, Maurizio Masones, Octávio Marrão, Sòtziu Tenore Nugoresu

Com o apoio financeiro da República Portuguesa - Ministério da Cultura / Direcção Geral das Artes

 

Marco Martins é um artista incontornável do panorama artístico português, a sua extensa obra atravessa diversas áreas, do cinema às artes plásticas, passando pelo teatro. Com formação na Escola Superior de Teatro e Cinema, na Tisch School of the Arts e na HFF – Universidade de Televisão e Cinema de Munique, os seus filmes têm sido apresentados nos festivais internacionais mais importantes. A longa-metragem Alice ganhou o prémio de Melhor Filme na Quinzena de Realizadores de Cannes em 2005. Em 2006, Marco Martins realizou a curta-metragem Um Ano Mais Longo, em coautoria com Tonino Guerra, selecionada para o Festival Internacional de Cinema de Veneza. A sua última longa, São Jorge (2016), esteve também a concurso no Festival de Cinema de Veneza, tendo o ator Nuno Lopes sido galardoado com o Prémio Orizzonti. Tal como Alice, São Jorge foi candidato à nomeação dos Óscares para Melhor Filme Estrangeiro, assim como para os Prémios Goya.

No teatro, Marco Martins fundou o Arena Ensemble em 2007, juntamente com Beatriz Batarda, sendo, desde então, o seu diretor artístico. As criações de Marco Martins para teatro neste e noutros contextos incluem igualmente trabalhos clássicos e projetos comunitários, entre eles Baralha, peça baseada em textos de Shakespeare e desenvolvida dentro e com uma comunidade cigana; Estaleiros, a partir de textos de Samuel Beckett, trazendo para o palco trabalhadores dos estaleiros de Viana do Castelo; Todo o Mundo É um Palco, reunindo um elenco de vinte intérpretes, profissionais e não-profissionais, de onze nacionalidades diferentes; ou Provisional Figures Great Yarmouth, com estreia no Norfolk & Norwich Festival.

O seu trabalho nas áreas do cinema e do teatro tem recebido grande reconhecimento, ancorado no e refletindo o cruzamento de linguagens performativas, a colaboração com não-atores, assim como vários projetos comunitários de forte componente coreográfica, que conferem à obra de Marco Martins uma voz inigualável no panorama artístico atual.